quarta-feira, agosto 30, 2006

Dos leitores

Muitos dos comentários aqui apresentados parecem-me despropositados, desatinados e inoportunos. Se se está a falar de leis e de jurisprudência, vêm logo alguns virar a conversa para algo que foi ou não dito; se se falar de soberania e defesa da legalidade do país, estão cá para acusar de comunismo, ditadura, marxismo, etc...; se se falar de assuntos variados aproveitam para acusar a Fretilin.

Eu cá por mim, que nem sou Timorense nem tenho interesse em lutas e disputas partidárias, pois, cabe ao povo escolher o que é melhor para ele, acho tais comentários completamente desfazados da realidade que não podem trazer bem algum, mas que podem prejudicar o reestabelecimento de ordem e segurança públicas, a normalização da situação, a sanação a gravidade da situação humanitária, incitar mais violência, causar mais distúrbios e prejuízos humanos e materiais.

Porquê as coisas não são feitas de acordo com leis e legalidade?Porquê, em vez de exigir a demissão de Mari Alcatiri através de ultimato na praça pública, não se tinha realizado a investigação necessária para apurar factos, e se houvesse fundamentos para formular a sua acusação, julgá-lo de acordo com as leis? Porquê assim não se faz com todos os intervenientes da crise, quer que se tratase de rei ou de frei?

De modo com o que foi feito, pisando-se toda a qualquer legalidade democrática, dá para concluir que tinha que se "despachar" a situação, a acelerar acontecimentos antes que ocorram ambas as eleições parlamentares e presidenciais.

Porquê cada partido não apresente um programa, definindo bem claramente o que pretende fazer e como? Porquê não criar um ambiente saudável conducente à campanha eleitoral agora que feridas ainda sangram e que pôr mais sal nelas e mais achegas na fogueira poderia acelerar o processo de autodestruição de TL e do próprio povo? Porquê continuar a dividi-lo se já é tão difícil uní-lo em torno de uma nação e uma pátria?

Lafaek.
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11 comentários:

Bere-Key disse...

Você, não é timorense, mas vê-se claramente quais são as suas simpatias.

O Dr. Alkatiri, como 1.º responsável político por Timor, não nos esqueçamos que ele ocupou o lugar de 1.º Ministro por largo período de tempo (durante uma boa parte da administração da ONU, como ministro-presidente, e mais tarde, com Timor já independente), é o responsável 1.º por tudo aquilo que se passa em Timor, nos últimos tempos.

Ele responsável por boas coisa, como o acordo sobre o petróleo, a vinda dos médicos cubanos, coisas que ninguém, mínimimante inteligente, sério ou de boa fé, as pode negar.

No entanto, também é responsável pelas coisas más, não em exclusivo, como é obvio, mas o principal, atendendo ao cargo que ocupava.

O responsável político último, em qualquer organização, é sempre o topo dessa organização, e o Dr. Alkatiri, não esqueçamos, era a cabeça do poder executivo, logo, também, o grande responsável político pelas coisas que correram mal.

Arranjou querelas estéreis com a Igreja, que só se explica pelo medo que tem da hierarquia católica e o seu peso junto do povo. A Igreja é a única e última força moral e independente de Timor.

Ignorou a oposição, que em abono da verdade, também se diga, é débil, desorganizada e desorientada, impedindo a construção de pontes para o futuro de Timor.

O despedimento de seis centenas de homens, treinados para a guerra, para matar, não devemos ter medo das palavras, não foi, políticamente, muito inteligente. O que é que se esperava? Que eles fossem para casa quietinhos? É obvio que não, aliás, como se viu.
O próprio brigadeiro Taur Matan Ruak o definiu muito bem. Aquilo pode ter começado por ser um problema laboral, profissional, mas que evoluíu para um problema político. Quem tinha que encontrar a solução era o poder político, não a hierarquia militar.

No campo económico, pouco fez pelo desenvolvimento de Timor, com a teoria de obtusa de dívida zero.
Um país sem infra-estruturas, espera-se que o Estado seja o primeiro investidor, o primeiro motor de arranque. Se não tem capital, deve-se recorrer aos empréstimos, de forma responsável, para financiar os projectos de investimento em bens de capital e buscar ajudas externas para os complementar.
Não se pode esperar que ajudas externas resolvam tudo ou ficar a espera de acumulação de capital suficente, com os royalties do pertóleo, para se avançar com eventuais projectos de investimentos.

Rodeou-se de aventureiros irresponsáveis como comandante Rogério Lobato, o ministro das polícias que era o primeiro a estar contra as forças de autoridade. Um ministro, quando perde confiança nos seus subordinados, espera-se que os mude ou então, se não é capaz, que se demita ou seja demitido.

Ele, o seu ministro do interior e o ministro da justiça, não fizeram nada para combater a criminalidade de rua, as ocupações selvagens de propriedades, para não falar já dos crimes de colarinho branco, vulgo corrupção.
Não fez nada para combater a corrupção, que é um cancro que mina, não só a economia, mas também as fundações de um Estado que se quer de Direito Democrático. A corrupção não é só falta de honra, não é apenas uma questão moral,de ética de valores, ou a prostituição de valores e de dignidade. É um custo artificial, incontrolado, que seobrecarrega os projectos de investimentos privados bem como torna os projectos públicos mais caros e ineficientes, porque não são os melhores que ganham, mas os desonestos, os indignos, os sem honra, os prostitutos.

O julgamento político tem de se recair sobre a governação do Dr. Mari.
Pesoalmente não o conheço nem isso interessa para nada, agora como o "Ulun Boot" dos "Ulun Boot" do anterior governo, terá de ser julgado, políticamente. Mais uma vez, quero deixar bem pontuado, que nada de pessoal memove contra o senhor em causa, mas não é uma questão de gostos pessoais, mas uma questão política.

Anónimo disse...

Timor-Leste a Leader Among Post-War Countries; Challenge Now to Keep Peace, Use Petroleum Funds Well

http://www.worldbank.org

by Paul Wolfowitz
World Bank President
Dili, Timor-Leste

April 9, 2006

Thank you for the opportunity to address you today. It is a great pleasure to be in Timor-Leste and to see the remarkable achievements of this new country first hand.

And it really is a remarkable story. In just a few years, the people of Timor-Leste have built a functioning economy and a vibrant democracy from the ashes and destruction of 1999.

To do this, while maintaining peace and stability is a great testament to the spirit and perseverance of the Timorese people and their leaders.

Most post-conflict countries relapse into violence within five years. Though you have had difficult moments and times of tension, you have opted for peace. You have come together as a nation where so many other countries fall apart in factions.

According to the World Bank's Post-Conflict Performance Indicators, Timor-Leste leads a group of nine post-conflict countries on almost every indicator-public security; disarmament and demobilization; management of inflation; education; health; and budgetary and financial management. At the same time, inflation has been brought under control and has been very low for the past two years.

Child and infant mortality rates, while still worryingly high, have slowly improved. School enrolment rates have increased.

We at the World Bank are proud to have been a small part of this story so far, and we look forward to doing whatever we can to be of assistance as you face the challenges ahead.

A Critical Moment
The considerable achievements since 1999 - and the determination you have shown in the years before that - augur well for the future.

The country is at a critical moment, as you know, with the first oil revenues starting to flow and the promise of more to come in the years ahead. The stark reality is that in almost all cases, oil wealth has been a curse for developing nations more than it has been a blessing.

It has often been associated with corruption, entrenches social divisions, increased poverty, even violence.

Again, I am pleased to say, this country stands out as an exception.

Petroleum Revenue Arrangements

The Government has introduced safeguards to ensure that revenues flowing from petroleum benefit the people of Timor-Leste and bring a better future for their children - particularly important in a country where half the population is under 18 years of age.

This money can build roads, deliver reliable electricity and water, and provide better education and health. It can support school feeding programs, grants to schools, scholarship programs and local development funds - programs that are all now being piloted.

We are ready to help assess these pilots and work with the Government to find ways to implement them on a larger scale.

I cannot stress enough how important these decisions and these safeguards are.

In country after country, we see great opportunities being lost, people's lives being harmed, and poverty being deepened by corrupt practices and bad governance. It is a story all too common across the developing world, and today hundreds of millions of people suffer deprivation because of it.

I am determined that the World Bank will fight this wherever we can, and work with governments who want to do the right thing by their people.

As you enter this critical time ahead, please know you can count on us 100 per cent to help you continue doing the right thing, setting an example for other countries to follow. I mean that sincerely.

Private Sector Development

Good governance will also help strengthen the investment climate - which is essential to creating jobs for the large number of young people entering the workforce each year. The petroleum industry itself will not create a large number of sustainable jobs.

Timor-Leste can expand its private sector by developing simple rules for doing business that encourage investment. Again this is an area in which our private sector arm - the International Finance Corporation - has considerable experience. We are eager to help in any way we can.

Keeping Vigilant

Finally, let me say this: thanks to the commitment and vision and hard work of many of the people gathered here, the building blocks for a stable peace and a growing economy are in place.

This is an enviable position to be in after such a short time, but, of course, the need to strengthen governance, human rights and justice is now as great as ever.

I have been impressed by the excellent progress made by the Provedor de Direitos Humanos e Justica [Office of the Ombdusman for Human Rights and Justice] in setting up a channel for citizens to report alleged abuses.

Equally impressive are the efforts of the Inspector General in investigating corruption and publicizing the results of its investigations. It's important too that the Justice Sector, especially the Office of the Prosecutor, actively and publicly pursues cases of corruption as they arise.

During my visit, I have been fortunate enough to meet with members of your very active and energetic civil society. With an upcoming election and a growing petroleum budget, a free press and an active civil society will be essential in holding the government accountable to its people and keeping the people aware of the processes and decisions of their government.

Thank you again Prime Minister for your very kind invitation to visit your wonderful country. Congratulations to you and all those who have participated in Timor-Leste's dramatic steps forward

Anónimo disse...

Mas o que o anonimo das 10:42:19 AM afirma limitava-se a um suco da ponta-leste e com muita aldrabice, sob os olhares maliciosos do Jonatas, Mota, Roque Rodrigues, Barbedo de Magalhaes e outros portugueses sem consciencia que quiseram abandonar Timor, pondo Timorenses contra Timorenses.

Agora nao sao portugueses, mas australianos gananciosos e outros como a Margarida!

Anónimo disse...

Anonymous Quarta-feira, Agosto 30, 2006 11:28:36 AM

IGNORANTE...Pergunta o Presidente quem pondo Timorenses contra Timorenses.

Anónimo disse...

Doi-lhe a verdade historica? Nao chame ignorante a quem pos apenas os factos historicos. Nem se atire contra o Presidente como o unico responsavel pela actual crise!

Anónimo disse...

Anonymous... Quarta-feira, Agosto 30, 2006 2:56:23 PM

Sabemos bem o historia. Os ignorantes como voce que nao sabem.

Anónimo disse...

" be or not to be ... a timorese" eh a questao

Anónimo disse...

" be or not to be ... a timorese" eh a questao

Anónimo disse...

Lendo os comentarios desta pagina, noto que o pessoal anda confuso, a margarida continua a mostrar que apenas connhece a historia recente de Timor, quanto ao resto ela só sabe aquilo que convenientemente lhe foi dito e como não podia deixar de ser é o lado da FRETILIN, esse partido que me desencantou! como ja disse muitas vezes.

É altura de mudar de disco e encontrar um angulo mais fresco e mais positivo para TL.

Hoje a noticia é a fuga de Alfredo Reinado da prisão. Como pode ter sido possivel! Nãao estava sobre a supervisão da policia Australiana? O que terá acontecido? Essa gente conhece mais os montes de TL do que os soldados internacionais todos! Não vai ser fácil capturea-lo, acho!

Enquanto isso os refugiados continuam a passar mal nos campos e os garotos continuam numa autentia anarquia tal e qual 1975....

Maracujá

Anónimo disse...

"It has often been associated with corruption, entrenches social divisions, increased poverty, even violence.

Again, I am pleased to say, this country stands out as an exception."


Pelos vistos o discurso do Paul Wolfowitz nao passou senao de um discurso para agradar o governo da altura. Para quem conhece a realidade de Timor o que Paul Wolfowitz disse Timor ser a execpcao era exactamente a realidade que se vivia no pais.
Esse discurso nao vale de nada e so pode ser visto como uma tentativa desajeitada do Banco Mundial em agradar o Mari e o seu governo. Os resultados da governacao de mari estao a vista para todos verem, e nao estou a referir-me especificamente a esta crise. Basta fazer uma vistoria pelo pais fora e ver as condicoes em que o povo vivia e vive.

Bere-key, voce faz uma leitura correcta da situacao. So lhe faco uma observacao quando disse "Ele, o seu ministro do interior e o ministro da justiça, não fizeram nada para combater a criminalidade de rua." O antigo Ministro de Interior era um criminoso com cadastro e alegadamente por tras de muitas das actividades criminais lucrativas. O unico controle que ele podia fazer era aos seus rivais.

Anónimo disse...

Aos que estao em diaspora.

Lendo os vossos comentarios, nota-se que voces entendem que os de loromonu estao com Xanana e os de Lorosae estao com Mari/Fretelin.

Estao enganados!

Muitos pensam que os de loromonu que estao a fazer os disturbios mas estes barulhos no campo de refugiados de Jardim eh feitos pelos alguns refugiados de lorosae.

Ontem houve barulho no campo de refugiados do jardim, onde estes jovens refugiados de jardim assaltaram um casal e um jovem de Lorosae.

O objectivo eh continuar criar disturbios e dar a ma imagen ao actual governo da FRETELIN e do Xanana.

Quem esta a fomentar estar jovens penetrados no Jardim ?

Ha alguem que nao gosta deste actual governo e do Presidente Xanana.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.