DN
9-06.2006
Abel Coelho de Morais*
Xanana Gusmão anunciou ontem a nomeação de José Ramos-Horta para o cargo de primeiro-ministro de Timor-Leste, revelando ainda que ele será secundado por dois vice-primeiros-ministros da Fretilin. "Concordámos que haveria uma tróica a liderar o Governo", declarou o líder timorense.
O novo chefe do Executivo deve tomar posse amanhã e terá como prioridade "resolver a crise para que o povo possa voltar às suas casas", afirmou Xanana Gusmão.
O Governo deverá ser menor do que o Executivo de Mari Alkatiri, escrevendo a agência Lusa, a partir de Díli, que aquele não deve ultrapassar a fasquia dos 20 membros, enquanto o cessante se compunha de 43. Citando declarações de Ramos-Horta, no final de Junho, em que este afirmou poder Timor-Leste "funcionar perfeitamente com um Governo de 20 elementos", a Lusa adianta ser provável a acumulação de pastas, devendo os Negócios Estrangeiros e a Defesa permanecerem nas mãos de Ramos-Horta, como sucedeu no período em que este dirigiu interinamente o Governo.
Xanana afirmou que o novo Governo "é constitucional" e "vai responder a esta crise até às eleições"; mas o Presidente timorense escusou-se a clarificar se se referia a eleições antecipadas, como foi defendido por alguns durante a crise, ou se tinha em mente as legislativas previstas para 2007.
Ramos-Horta, nas declarações já citadas, mostrara-se contra a antecipação de eleições, argumentando com a "falta de condições políticas e psicológicas" e sublinhando a necessidade de a ONU supervisionar a organização do escrutínio, "porque o Governo timorense não está preparado para isso". Permanecem evidentes as tensões no país, vivendo-se, apesar da presença das forças portuguesas, australianas, neozelandesas e malaias, um clima de insegurança, com 15% da população em campos de deslocados na sequência dos incidentes resultantes da contestação dos 591 militares, em Abril.
O anúncio da nomeação foi feito no final de um encontro de Xanana com uma delegação da Fretilin e põe termo a um período de duas semanas em que, após a demissão de Mari Alkatiri, o Governo foi dirigido interinamente por Ramos-Horta.
Um porta-voz da Presidência timorense, José Guterres, ouvido pelas agências, fez notar que a Fretilin insistia em indicar o nome do chefe do Governo, mas que, para Xanana, "Horta é o melhor candidato para responder à actual crise" e que o partido acabou por aceitar a escolha.
A Fretilin, que ganhou as eleições de 2001 com 57% dos votos e que detém 55 dos 88 lugares do Parlamento, terá evitado o agravar do confronto com o Presidente, apostando na normalização da vida política. O seu presidente, Francisco Guterres, garantiu à Lusa que o "novo Governo vai ser maioritariamente formado por quadros da Fretilin", além dos dois vice-primeiros-ministros, que devem ser Rui Araújo, que foi ministro da Saúde, e Estanislau da Silva, que ocupou a pasta da Agricultura. "Já se iniciaram contactos com o primeiro-ministro indigitado", referiu Guterres, que anunciou para hoje uma reunião do partido para "debater a composição" do Governo" e o relacionamento com Ramos-Horta.
Na região, o Governo australiano reagiu a esta nomeação, tendo um porta-voz da diplomacia de Camberra afirmado que "a liderança política timorense está a começar a resolver os seus problemas". O mesmo porta-voz caracterizou Ramos-Horta como "um bom amigo" do MNE australiano, Alexander Downer, e desejou-lhe "felicidades" no seu novo cargo.
* Com Susana Salvador
domingo, julho 09, 2006
Ramos-Horta vai dirigir novo Governo timorense
Por Malai Azul 2 à(s) 19:52
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
4 comentários:
"Mas Ramos Horta é escolhido depois de negociações com um grupo ilegal"
É isto que define a oposição em Timor - a ignorância e a condução do país pela violência e as suas próprias opiniões.
O que se pergunta à oposição timorense é onde está sentença do Tribunal a declarar ilegal a direcção da FRETILIN ?!
É esta a oposição que se propõe governar Timor ?!
Estão tão seguros pelo apoio da Austrália e USA que nem percebem coitados o ridículo a que se expõem.
A oposição está desiludida com o lider Xanana mas não se preocupem que Xanana está do vosso lado e continua a ser tão primário e ignorante quanto a oposição que o apoia.
O problema de Xanana é que já não é possivel continuar a enganar os observadores internacionais e as Nações Unidas e continuar a violar a lei e dar seguimento ao golpe de estado.
É demasiado evidente e por isso recuou.
E a guerra que Xanana ganhou foi a entrega da soberania mais uma vez às Nações Unidas que agora ficarão por muitos anos porque o mundo percebeu finalmente a incapacidade do Presidente da República e dos seus seguidores para gerir o país e asseguar aos cidadãos a paz e estabilidade.
Foi demasiado evidente para a comunidade internacional.
Foi o fim do mito!!!
Fote Make Riba:
HAHAHAHAHAHAHA!!!!
Piada do ano!!!
HAHAHAHAHAHAAH!!!
Pode ser uma piada para si ... para muitos é uma fase de grande tristeza.
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