quarta-feira, julho 26, 2006

Honrar os mortos é única coisa a fazer - PR Xanana Gusmão

Díli, 25 Jul (Lusa) - Uma homenagem às vítimas da crise político-militar em Timor-Leste, com uma missa na Catedral de Díli e o lançamento de flores ao mar, realizou-se hoje na capital timorense, numa iniciativa a que se associou o Presidente Xanana Gusmão.

No final, em declarações à Agência Lusa, Xanana Gusmão reconheceu que apesar da situação estar progressivamente a melhorar, resta ainda "honrar os mortos".

"àqueles que morreram, a única coisa que podemos fazer é honrar os mortos", disse.

A crise em Timor-Leste irrompeu em finais de Abril, na sequência de uma manifestação de ex-militares, a que se seguiram ao longo de Maio e Junho a desintegração da Polícia Nacional e divisões no seio das forças armadas.

A ausência das forças de segurança abriu caminho à actividades de grupos de marginais, que destruíram e saquearam bens públicos e privados, forçando cerca de 15 por cento da população, 150 mil pessoas, a refugiar-se em campos de acolhimento, havendo ainda a lamentar cerca de 30 mortos e dezenas de feridos.

A crise foi ainda marcada pela demissão do anterior primeiro- ministro Mari Alkatiri, substituído no cargo por José Ramos-Horta.

A homenagem de hoje começou com uma missa na Catedral da capital, celebrada pelo bispo de Díli, D. Alberto Ricardo da Silva, auxiliado pelos vigários das dioceses de Díli e Baucau e por mais 10 padres.

Os dois vice-primeiros-ministros, Estanislau da Silva e Rui Araújo, outros membros do Governo, deputados e corpo diplomático associaram-se também ao evento, que se prolongou defronte do Palácio do Governo, com o lançamento de flores na baía de Díli.

Para Xanana Gusmão, "a situação de segurança está a melhorar".

"Vamos, a pouco e pouco, regressando à normalidade, mas ainda há muito por fazer, em termos de diálogo nacional", acrescentou.

Xanana disse que não é só o tempo que pode contribuir para ajudar a sarar as feridas.

"O tempo, em si, é apenas um factor. O que vai determinar é a vontade das pessoas", frisou.

"às pessoas que sofreram, estamos a tentar todos os meios para aliviar esse sofrimento, mas àqueles que deixaram este mundo, há uma expressão do reconhecimento das nossas faltas", salientou.

A realização da homenagem, embora devida a todas as vítimas resultantes da violência desencadeada em finais de Abril, coincidiu com a passagem do segundo mês sobre o massacre de 10 polícias, quando seguiam desarmados do seu Quartel-General para as instalações das Nações Unidas, acompanhados de quadros da missão da ONU em Timor-Leste (UNOTIL).

Xanana Gusmão chamou a si o controlo das áreas de Defesa e Segurança, na sequência de uma reunião a 30 de Maio do Conselho de Estado em que determinou a imposição, por 30 dias, de várias medidas de emergência.

As medidas de emergência anunciadas então por Xanana Gusmão, prorrogadas por mais 30 dias no final de Junho, incluem a "apreensão de armas, munições e explosivos".

Neste sentido, Xanana Gusmão apelou para que "as pessoas que detenham ilegalmente armas de fogo, munições, explosivos, armas brancas ou qualquer equipamento militar as entreguem voluntária e prontamente às autoridades, designadamente às forças internacionais".

A "vigilância de pessoas, edifícios e estabelecimentos por período de tempo determinado" e a "exigência da identificação de qualquer pessoa que se encontre ou circule em lugar público ou sujeito ` vigilância policial" foram outras medidas de segurança anunciadas por Xanana Gusmão.

O Presidente timorense disse também que "todos devem colaborar prontamente com a aplicação das medidas de segurança", designadamente "agrupamentos de pessoas que por seu número e natureza possam representar ameaça à ordem pública".

Hoje, no final da cerimónia do lançamento dos ramos de flores, o ministro do Interior, Alcino Barris, disse à Lusa que a melhoria das condições de segurança e de manutenção da ordem pública vai ter como resultado o fim da aplicação das medidas de emergência enunciadas pelo Presidente da República.

EL.

11 comentários:

Anónimo disse...

may these heros of our coutry rest in peace. your soul and your presence will live on and all of you will be remembered for your bravery...

we will miss you...

que estes herois do nosso pais descasem em paz, e que os vossos epiritos e a vossa presenca e continuara viva e todos vos serao lembrados pelo vosso heroismo...

voces faram falta...

Anónimo disse...

É lamentável que o PR considere, na prática que há uns que devem ser mais honrados que outros ... esqueceu-se de ir a Metinaro honrar os homens, mortos em Abril, da F-FDTL - de que ele é o Comandante Supremo como tão veementemente quis afirmar após a reunião do Conselho de Estado de 30 de Maio.

É sempre dois pesos e duas medidas! Até no honrar dos mortos inocentes em todo este processo que ele tanto ajudou (!!??? ou é o autor político??) a desenvolver!

Anónimo disse...

O PR é uma criança com jeito para o teatro, como o são a maioria dos Timorenses, como tal é fácilmente manipulável e até faz gracinhas como fazem todos os miúdos... não nos podemos espantar.

A lição a tirar de toda esta "história" (embora existam Vasconcelo e outros quejandos) é a de que não se criam democracias da mesma forma que se plantam batatas.

Coisa que os malais não se devem ter lembrado aqui há uns tempos...

Anónimo disse...

Sempre e melhor honrar os mortos do que deshonrar criadas...., nao e?

Anónimo disse...

E facil d efazer discursos bonitos mas a "pratica e o criterio da verdadeª". A historia absolvera Mari Alkatiri, o homem integro que tantou lutou pela verdadeira soberania deste pais. Quanto aos outros, que se auto- proclamam de defensores do povo, o tempo dira. A verdade vira a tona, custe o que custar.

Anónimo disse...

Este blog mete nojo!
Com licença, tenho de ir vomitar...

Tirem o cavalinho da chuva, ainda não é desta que vão derrubar o velhote, ele é duro de roer, mesmo que vocês sejam cobras venenosas!

Anónimo disse...

"àqueles que morreram, a única coisa que podemos fazer é honrar os mortos", disse.

Unica maneira de honrar os mortos e fazer justica a todos!!!

Justica ja!

Anónimo disse...

A MENTIRA É UM DOS SETE PECADOS CAPITAIS

"às pessoas que sofreram, estamos a tentar todos os meios para aliviar esse sofrimento, mas àqueles que deixaram este mundo, há uma expressão do reconhecimento das nossas faltas" - Xanana Gusmão

E os mortos dos quais Xanana era o Comandante Supremo?

Até depois de mortos há uns que são mais mortos do que outros.

O Presidente da República deveria ser o Presidente de todos os vivos e de todos os mortos timorenses!

Seria bom que Xanana se fosse confessar e penitenciar-se junto do Senhor Bispo de Dili.

Assistir a uma missa em pecado não será a melhor postura de um bom católico apostólico romano.

Anónimo disse...

Gente não percam a postura! O velhote, como dizia um/a comentarista mais acima, ainda não é desta que o derrubam e sabem porquê? Porque é duro de roer, não é?

Sempre foi, isso é uma coisa que parece não aprendem mesmo e tão pouco lhe desculpam.

Mas vai ter que ser. Esperemos que a FRETILIN não se tenha é queimado entretanto, porque como sempre o disse, sem ela é a desestabilização. Quem começou com essa critinice foi a própria.

Lamenta-se! Pode ser que mude, não?

Não vai haver Congresso extraordinário?

Anónimo disse...

Pois devia... já está marcado? Qual vai ser o tema da campanha?

E se o "velhote" bater com a porta nesse momento? Previsões aceitam-se...

Anónimo disse...

Ao Xanana ainda resta visitar os amigalhaços no tal centro de detenção, certamente que não o impedirão de lhes levar uns maçitos de cigarros...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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