Macau, China, 01 Jun (Lusa) - O primeiro-ministro timorense garantiu qu e evitou uma guerra civil em Timor-Leste ao impedir que os seus apoiantes conver gissem para Díli e disponibilizou-se para ser "bode expiatório" se for essa a vo ntade da FRETILIN para salvar o país.
"Eu tenho a consciência clara de que se nestes dias, eu não tivesse and ado a travar aqueles que são do meu partido e que apoiam a liderança do partido, de certeza a cidade estaria inundada de pessoas", disse Mari Alkatiri, numa ent revista publicada hoje em Macau no jornal Ponto Final.
Para Mari Alkatiri,, que também lidera a FRETILIN, o seu trabalho impediu que entre 100.000 e 200.000 pessoas seus apoiantes tivessem inundado Díli.
Questionado se a sua acção junto dos seus apoiantes impediu uma eventua l guerra civil em Timor-Leste, Mari Alkatiri respondeu: "naturalmente".
"Não seriam as 150 que estiveram a fazer uma manifestação [em frente ao Palácio das Cinzas] nem as 20 pessoas que pediram o derrube do governo e partic ularmente do primeiro-ministro, mas talvez 100, 150 a 200 mil pessoas" que se ma nifestariam em Díli, disse.
Mari Alkatiri disse também que a "provocação directa, intencional, por parte do grupo do Alfredo [Reinado] às Falintil a 23 foi porque não estavam cont entes (...) e a partir daí as suspeitas mútuas cresceram entre parte da Polícia e das Falintil-FDTL e criou-se uma situação realmente grave de conflitualidade e ntre as duas instituições com provocações e acções".
Perante o cenário de crise e com um conflito entre as forças armadas e a polícia, que deveriam cooperar mutuamente, Mari Alkatiri sustentou que a única solução era "pedir a uma terceira força que parasse o conflito", pelo que foi p edida a ajuda da Austrália, Nova Zelândia, Malásia e Portugal.
Na entrevista ao Ponto Final, Alkatiri garantiu ainda que em todo o pro cesso não houve qualquer "clivagem" entre si e o presidente Xanana Gusmão e atri buiu a uma "certa comunicação social de alguns países" a imagem de que existia u m conflito entre a presidência e o governo.
Sobre as críticas de José Ramos Horta à actuação do executivo de que ta mbém faz parte, Mari Alkatiri disse respeitar e congratular-se pelo trabalho do Prémio Nobel da Paz no contacto entre as partes, mas "em termos de gestão" refer iu preferir que o seu ministro dos Negócios Estrangeiros "não fale".
"Acho que ele tem tido um papel muito importante nestes últimos dias, o de contactar todas as partes e sou o primeiro a reconhecer que faz isso muito b em, tem perfil para isso, mas em termos de gestão prefiro que ele não fale", afi rmou.
Mari Alkatiri considerou ainda que a Guarda Nacional Republicana (GNR) é uma "força policial capaz de ajudar a estabilizar a situação" em Timor-Leste.
Portugal vai enviar sexta-feira para Timor-Leste 120 militares da GNR, respondendo a um pedido nesse sentido das autoridades timorenses, para ajudar na pacificação do país.
Em Timor-Leste encontram-se já mais de 2.000 efectivos de forças milita res e policiais da Austrália, Nova Zelândia e Malásia.
JCS.
sexta-feira, junho 02, 2006
PM Mari Alkatiri garante que evitou guerra civil
Por Malai Azul 2 à(s) 00:04
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Olhe mais para o seu povo. Não tenha receio de ser interpretado como aproveitador ao visitá-lo, ao estar no meio dele dizendo que há coisas mais importantes e urgentes a fazer. Há seguramente! Mas o seu afastamento daqueles que afinal o elegeram é deveras perturbador. A sua frieza ao lidar com as questões com que se deparou nos últimos tempos é exemplifica, para mim é, da incapacidade que manifestou na boa resolução do problema grave que estava a mostrar-se desde o ínicio do ano. Culpe as interferências, culpe "os outros", culpe o petróleo, culpe quem achar, mas não assuma algumas culpas no processo se tiver razão. Caso a não tenha, e em política a razão raramente existe ou impera, pense que sendo o responsável máximo político do Governo em funções, deve ter total conhecimento do seu povo. Só assim o consegue governar. Se tivesse tido saberia que o que se estava a levantar eram problemas que outra decisão que não a que tomou (ou tomaram) não era certamente a mais JUSTA. Como se verificou! É vergonhoso!
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