DILI, 20 March 2008 (IRIN) - A month after the attacks in Timor-Leste that left rebel leader Alfredo Reinado dead and President Jose Ramos Horta wounded, some of the 30,000 internally displaced people (IDPs) living in camps throughout Dili, the capital, are returning home.
The security situation appears to have improved considerably, according to UN and government sources, since the death of Reinado and many of his followers. The 600 former defence force troops with grievances against the government are now negotiating settlements, easing fears of renewed fighting. In addition, the offer of a government relocation package - including assistance to reconstruct houses - has prompted at least 43 families (380 people) to return home in the past week.
Vicente da Silva and his family piled all their worldly possessions - buckets, clothes and cooking pots - on to a truck and waved goodbye to the Dominican Sisters IDP camp they had called home for almost two years.
"I feel about 75 percent safe in my neighbourhood, because the security situation is
better and it’s calmer now,” Da Silva told IRIN. “The police are regularly patrolling the areas, and there are not really any problems.”
Da Silva received US$5,000 from the government to rebuild his two homes, which were damaged in the 2006 crisis when tensions erupted between the police and military. He has only just received the money, and will live in a tent on his property, not far from the IDP camp, until he finishes rebuilding his houses.
Safety first
Many IDPs say they feel safer since the police and military merged several weeks ago under a joint command as it demonstrates that the two groups, who were once enemies, can now work together peacefully.
"I saw after the government took the PNTL [national police] and FDTL [national defence force] and put them together … that they are working together very well,” Da Silva said. “I now have faith in the institutions."
But the merger is only temporary, and analysts, including those from the International Crisis Group, fear the situation may not remain calm for ever. They say any renewed violence could see those who are relocating swiftly return to the safety of IDP camps.
"The challenge now is to make sure that people are informed, and make an informed decision about their return," Luis Vieria, chief of mission of the International Organization for Migration, told IRIN.
He said the government was working hard on a system to monitor the returnees and defuse any potential tensions.
For Da Silva, making peace with his neighbour, who attacked him with a machete over a bag of rice during the crisis, will be vital to the success of his relocation.
"Two years ago it was difficult and everyone was hungry. Now I will try to work on the relationship with my neighbour … as it is better living at home than under a tent."
But not all the IDPs feel safe returning home. "For some people, living next to the person who threatened your life will not be an option, no matter how hard we try," said Vieria.
So far, only a handful of the 100,000 displaced throughout the country are showing an interest in returning home.
Plans on how to deal with those who are unwilling to return home are being developed, but, for the moment, the government is focusing on those IDPs who are willing to leave, and those who pose particular problems, such as some 1,500 people living in the corridors of the national hospital, who are causing safety and health concerns.
The Norwegian Refugee Council and the government have built transitional shelters on a new site in the Becora section of Dili, and are arranging for the relocation of IDPs from the hospital.
"Dialogue is ongoing both within the camp and also between the camp residents and the receiving community at the new site to make sure that everything is in order to make sure people can move," said Vieria.
Da Silva feels that many more IDPs will soon start thinking about leaving.
"From what I have seen, the majority of IDPs do want to go home,” said Da Silva,
because they now have seen they are getting support from the government.”
sm/bj/mw
Theme(s): (IRIN) Conflict, (IRIN) Health & Nutrition, (IRIN) Refugees/IDPs
[ENDS]
Tradução:
Deslocados começam a regressar a casa à medida que a segurança melhora
DILI, 20 Março 2008 (IRIN) – Um mês depois dos ataques em Timor-Leste que deixaram morto o líder amotinado Alfredo Reinado e ferido o Presidente José Ramos Horta, alguns dos 30,000 deslocados a viverem em campos espalhados por Dili, a capital, estão a regressar a casa.
A situação de segurança parece ter melhorado consideravelmente, de acordo com fontes da ONU e do governo, desde a morte de Reinado e de muitos dos seus seguidores. Os 600 antigos membros das forças de defesa com queixas contra o governo estão agora a negociar arranjos, acalmando receios de lutas renovadas. A acrescentar a oferta dum pacote de relocalização pelo governo – incluindo assistência à reconstrução de casas – levou pelo menos 43 famílias (380 pessoas) a voltarem a casa na semana passada.
Vicente da Silva e a sua família amontoaram todas as suas posses terrenas - baldes, roupas e tachos - num camião e disseram adeus ao campo de deslocados das irmãs Dominicanas que foi a sua casa durante quase dois anos.
"Sinto-me 75 por cento seguro no meu bairro, porque a situação da segurança está melhor e está mais calmo agora,” disse da Silva à IRIN. “A polícia está a patrulhar a área com regularidade e realmente não há problemas.”
Da Silva recebeu US$5,000 do governo para reconstruir as suas duas casas, que foram danificadas na crise de 2006 quando irromperam tensões entre polícias e militares. Acabou de receber o dinheiro e viverá numa tenda na sua propriedade, não muito longe do campo de deslocados até acabar a reconstrução da casa.
Primeiro a segurança
Muitos deslocados dizem que se sentem mais seguros desde que a policia e os militares se juntaram há várias semanas atrás sob um comando conjunto dado que isso mostra que os dois grupos, que já foram inimigos podem agora trabalhar juntos pacificamente .
"Vejo que depois que o governo pegou na PNTL [polícia nacional] e na FDTL [força de defesa nacional] e as pôs juntas… que estão a trabalhar muito bem,” disse da Silva. “Agora tenho fé nas instituições."
Mas a junção é apenas temporária e analistas, incluindo os do International Crisis Group, receiam que a situação possa não ficar calma para sempre. Dizem que qualquer nova violência pode ver os que se estão a relocalizar a regressar rapidamente para a segurança dos campos de deslocados.
"O desafio agora é ter a certeza que as pessoas estão informadas, e tomarem decisões informadas acerca do regresso," Luis Vieira, chefe da missão da Organização Internacional das Migrações disse à IRIN.
Disse que o governo está a trabalhar muito num sistema para monitorizar os retornados e aliviar quaisquer tensões potenciais.
Para da Silva, fazer a paz com os seus vizinhos que o atacaram com uma machete por causa de um saco de arroz durante a crise, será vital para o sucesso da sua relocalização.
"Há dois anos atrás era difícil e toda a gente tinha fome. Agora vou tentar melhorar as relações com o meu vizinho … pois que é melhor viver em casa do que numa tenda."
Mas nem todos os deslocados se sentem seguros para voltar a casa. "Para algumas pessoas viver ao lado da pessoa que ameaçou a sua vida não será uma opção, independentemente de quanto nos esforçarmos," disse Vieira.
Até agora, apenas uma mão cheia dos 100,000 deslocados espalhados pelo país mostrou algum interesse em voltar a casa.
Planos sobre como lidar com aqueles que não querem voltar a casa estão a ser desenvolvidos, mas, nesta altura, o governo está a focar nos deslocados que querem partir, e nos que colocam problemas particulares, como cerca de 1,500 pessoas a viverem nos corredores do hospital nacional, que estão a causar preocupações de segurança e de saúde.
O Conselho Norueguês de Refugiados e o governo construíram abrigos transitórios num novo local em Becora, Dili, e estão a tratar da relocalização dos deslocados do hospital.
"O diálogo está em curso tanto dentro do campo mas também entre os residentes do campo e a comunidade receptora no novo sítio para ter a certeza que tudo está em ordem e que as pessoas se podem mudar," disse Vieira.
Da Silva sente que muitos mais deslocados em breve começarão a pensar sair.
"Pelo que tenho visto, ta maioria dos deslocados quer voltar a casa,” disse da Silva, porque agora estão a ver que estão a obter apoio do governo.”
sm/bj/mw
Theme(s): (IRIN) Conflict, (IRIN) Health & Nutrition, (IRIN) Refugees/IDPs
[ENDS]
quinta-feira, março 20, 2008
IDPs begin to return home as security improves
Por Malai Azul 2 à(s) 18:34
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
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Deslocados começam a regressar a casa à medida que a segurança melhora
DILI, 20 Março 2008 (IRIN) – Um mês depois dos ataques em Timor-Leste que deixaram morto o líder amotinado Alfredo Reinado e ferido o Presidente José Ramos Horta, alguns dos 30,000 deslocados a viverem em campos espalhados por Dili, a capital, estão a regressar a casa.
A situação de segurança parece ter melhorado consideravelmente, de acordo com fontes da ONU e do governo, desde a morte de Reinado e de muitos dos seus seguidores. Os 600 antigos membros das forças de defesa com queixas contra o governo estão agora a negociar arranjos, acalmando receios de lutas renovadas. A acrescentar a oferta dum pacote de relocalização pelo governo – incluindo assistência à reconstrução de casas – levou pelo menos 43 famílias (380 pessoas) a voltarem a casa na semana passada.
Vicente da Silva e a sua família amontoaram todas as suas posses terrenas - baldes, roupas e tachos - num camião e disseram adeus ao campo de deslocados das irmãs Dominicanas que foi a sua casa durante quase dois anos.
"Sinto-me 75 por cento seguro no meu bairro, porque a situação da segurança está melhor e está mais calmo agora,” disse da Silva à IRIN. “A polícia está a patrulhar a área com regularidade e realmente não há problemas.”
Da Silva recebeu US$5,000 do governo para reconstruir as suas duas casas, que foram danificadas na crise de 2006 quando irromperam tensões entre polícias e militares. Acabou de receber o dinheiro e viverá numa tenda na sua propriedade, não muito longe do campo de deslocados até acabar a reconstrução da casa.
Primeiro a segurança
Muitos deslocados dizem que se sentem mais seguros desde que a policia e os militares se juntaram há várias semanas atrás sob um comando conjunto dado que isso mostra que os dois grupos, que já foram inimigos podem agora trabalhar juntos pacificamente .
"Vejo que depois que o governo pegou na PNTL [polícia nacional] e na FDTL [força de defesa nacional] e as pôs juntas… que estão a trabalhar muito bem,” disse da Silva. “Agora tenho fé nas instituições."
Mas a junção é apenas temporária e analistas, incluindo os do International Crisis Group, receiam que a situação possa não ficar calma para sempre. Dizem que qualquer nova violência pode ver os que se estão a relocalizar a regressar rapidamente para a segurança dos campos de deslocados.
"O desafio agora é ter a certeza que as pessoas estão informadas, e tomarem decisões informadas acerca do regresso," Luis Vieira, chefe da missão da Organização Internacional das Migrações disse à IRIN.
Disse que o governo está a trabalhar muito num sistema para monitorizar os retornados e aliviar quaisquer tensões potenciais.
Para da Silva, fazer a paz com os seus vizinhos que o atacaram com uma machete por causa de um saco de arroz durante a crise, será vital para o sucesso da sua relocalização.
"Há dois anos atrás era difícil e toda a gente tinha fome. Agora vou tentar melhorar as relações com o meu vizinho … pois que é melhor viver em casa do que numa tenda."
Mas nem todos os deslocados se sentem seguros para voltar a casa. "Para algumas pessoas viver ao lado da pessoa que ameaçou a sua vida não será uma opção, independentemente de quanto nos esforçarmos," disse Vieira.
Até agora, apenas uma mão cheia dos 100,000 deslocados espalhados pelo país mostrou algum interesse em voltar a casa.
Planos sobre como lidar com aqueles que não querem voltar a casa estão a ser desenvolvidos, mas, nesta altura, o governo está a focar nos deslocados que querem partir, e nos que colocam problemas particulares, como cerca de 1,500 pessoas a viverem nos corredores do hospital nacional, que estão a causar preocupações de segurança e de saúde.
O Conselho Norueguês de Refugiados e o governo construíram abrigos transitórios num novo local em Becora, Dili, e estão a tratar da relocalização dos deslocados do hospital.
"O diálogo está em curso tanto dentro do campo mas também entre os residentes do campo e a comunidade receptora no novo sítio para ter a certeza que tudo está em ordem e que as pessoas se podem mudar," disse Vieira.
Da Silva sente que muitos mais deslocados em breve começarão a pensar sair.
"Pelo que tenho visto, ta maioria dos deslocados quer voltar a casa,” disse da Silva, porque agora estão a ver que estão a obter apoio do governo.”
sm/bj/mw
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