segunda-feira, março 03, 2008

Entrega-se participante no ataque a Ramos-Horta

DN, 03/03/08
Governo espera que grupo de Salsinha se entregue pacificamente

António Soares da Costa, um dos principais envolvidos no ataque ao Presidente timorense José Ramos-Horta, admitiu ontem em Díli ter tido envolvimento directo nesta acção protagonizada pelo grupo de militares rebeldes liderado por Alfredo Reinado.

Também conhecido por Susar, Soares da Costa entregou-se sábado à noite em Turiscai, localidade no Sudoeste do país de onde é natural, após mediação de Francisco Xavier do Amaral, que foi o presidente da efémera república proclamada pela Fretilin em 1974 e hoje dirige um partido político, a ASDT.

Falando em Díli, num encontro com a imprensa em que estiveram presentes o primeiro-ministro Xanana Gusmão e o tenente-coronel Filomeno Paixão, responsável pela operação em curso para capturar os militares rebeldes, Susar afirmou ter tido intervenção directa na acção, mas sem entrar em pormenores. Segundo fontes militares australianas, citadas ontem nos media deste país, terá sido Susar a alvejar Ramos-Horta.

O Presidente timorense, numa das suas primeiras declarações em Darwin, disse ter sido alvejado por alguém que era visto com frequência ao lado de Reinado ao longo da crise desencadeada em 2006 pelos militares peticionários. E, de facto, Susar acompanhou, em diferentes momentos, o grupo de Reinado, estando envolvido na preparação da fuga deste da prisão de Díli em Agosto daquele ano.

No encontro com a imprensa, Filomeno Paixão afirmou-se seguro de que o novo chefe dos militares rebeldes, o ex-tenente Gastão Salsinha, acabará por se entregar. "Continuamos a dar tempo ao grupo de Salsinha para reconsiderar a sua postura e tomar uma decisão correcta e pacífica na busca de solução para o seu caso", referiu o oficial timorense.

A rendição de Susar, comandante da guerrilha na época da ocupação indonésia e possuidor de boa reputação como militar, constitui um indicador de que os rebeldes a monte admitem estarem a perderem a sua margem de manobra e preferem negociar a sua entrega. Uma situação que interessa também ao poder em Díli, que evita assim a possibilidade de eventuais conflitos violentos. Até ao momento, entregaram-se 550 dos quase 600 envolvidos nos acontecimentos de 2006, segundo um porta-voz do Executivo timorense.

Outro sinal desta convergência de interesses, foi a divulgação ontem em Díli de um comunicado do Presidente da República interino, Fernando de Araújo, após um encontro em Darwin com Ramos-Horta, em que se pode ler que este último "perdoa ao falecido Alfredo Reinado e pede ao Governo que apoie a sua família". - A. C. M., com agências

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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