sábado, setembro 29, 2007

Incidentes de 2006 em julgamento em Timor-Leste

Público, 29.09.2007,
Ana Dias Cordeiro

O caso remonta a 25 de Maio de 2006 e representou o culminar de uma crise política e militar iniciada semanas antes com a tensão crescente entre as Falintil - Forças de Defesa de Timor Leste (F-FDTL) e a Polícia Nacional (PNTL). Nesse dia, oito polícias desarmados, sob escolta das Nações Unidas, eram alvejados mortalmente no centro de Díli.

Os alegados autores dos disparos, onze militares e um polícia, estão actualmente a ser julgados na capital timorense. No banco dos réus, o mais graduado do grupo, o primeiro-sargento Paulino da Costa, disse na audiência de segunda-feira, que os militares não tiveram "intenção de matar" quando dispararam sobre a coluna de elementos da PNTL, que seguiam sob escolta dos militares das Nações Unidas, diante do Ministério da Justiça.

"Tenho todo o respeito pela bandeira das Nações Unidas mas naquele caso concreto sempre tive desconfiança de qualquer coisa, de um ataque da PNTL", afirmou o réu. E acrescentou, embora negando ele próprio ter sido autor dos disparos, que o grupo agiu sempre obedecendo a "ordens superiores" e a "obrigações táctico-estratégicas de autodefesa e defesa do quartel".

O tiroteio sobre a coluna escoltada da PNTL seguiu-se a um primeiro incidente entre o quartel-general da Polícia e o quartel-general das F-FDTL. De acordo com o testemunho do primeiro-sargento Paulino da Costa, no edifício das F-FDTL estavam o comandante-geral das Forças Armadas, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, o então ministro da Defesa Roque Rodrigues e o coronel Lere Anan Timur, o qual, segundo o réu, terá dado as "ordens superiores" para os disparos.

O caso diz respeito ao acontecimento mais violento da crise de Abril e Maio de 2006 e, segundo a Lusa, consolidou a clivagem entre os militares e a polícia. Uma clivagem alimentada pela própria divisão "entre "loromono" e "lorosae"", nota o despacho de acusação em referência aos timorenses originários dos distritos ocidentais ou orientais da ilha.

A crise começou em Fevereiro com a saída dos quartéis de 600 militares peticionários, que diziam ser vítimas de discriminação nas F-FDTL. Seguiu-se a sua exoneração um mês depois e manifestações que degeneraram em violência no dia 28 de Abril.

O julgamento é a "prova de que não há impunidade pelos crimes da crise de 2006", disse um jurista à Lusa, na mesma semana em que também prosseguiu em Díli o julgamento de 32 elementos do PSHT, o maior grupo de artes marciais, pelos acontecimentos de Janeiro e Fevereiro deste ano. Ao PSHT é atribuído o ataque contra a casa de um dirigente do "77", grupo rival, em Novembro de 2006. Foi o início de uma sucessão de vinganças entre grupos rivais que resultaram, no espaço de três meses, em pelo menos cinco mortes violentas, recorda ainda a Lusa.

Onze militares e um polícia respondem na justiça timorense pelo incidente que conduziu à morte de oito polícias em Díli
http://jornal.publico.clix.pt/UL/

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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