sábado, julho 21, 2007

Dos Leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Resposta de Pedro Bacelar de Vasconcelos": Dois apontamentos à consideração do Prof. PBV:

1 - Não se esqueça de que uma deputada do PCP se recusou a abandonar a AR, apesar de o partido assim ter decidido. E por lá ficou, porque quem lhe dá o mandato é o voto popular e não o partido (vd. artºs 155 e 160 da CRP).

2 - A questão da Câmara de Lisboa não era anedota, mas hipérbole. O nº 3 do artº 239 (e também o nº 1 do artº 187) da CRP existe precisamente para que não restem dúvidas de que normalmente em democracia o partido (ou lista) com mais votos é que deve formar executivo.

É preciso destrinçar o órgão de soberania Governo do órgão de soberania Parlamento Nacional. Para formar Governo não é necessária maioria absoluta dos deputados, porque o Governo não carece de ser referendado pelo Parlamento.

Portanto, não se pode encarar uma hipotética "aliança" dos partidos vencidos como concorrente do partido vencedor, prevalecendo quem tiver o maior número de deputados no PN na corrida à formação de Governo, como se fosse uma espécie de 2ª volta da eleição legislativa. Não é nesse sentido que deve ser interpretado o “OU” do nº 1 do artº 106.

O PN tem o direito de rejeitar o programa do Governo, mas ninguém pode pôr de parte a primeira opção que o nº1 do artº106 da CRDTL confere ao Presidente da República, baseando-se apenas numa hipotética rejeição do programa do Governo, ou seja, "prevendo" o futuro – coisa impossível.

Até o Governo ser formado e o seu programa ser apresentado no PN, ninguém pode garantir o que se passará, tal como ninguém pode predizer qual será a composição do Governo e o conteúdo do seu programa. A não ser que a maioria absoluta dos deputados admita desde já que vai assinar de cruz e votar de olhos fechados tudo o que lhe puserem à frente. Mas nesse caso estaremos perante uma fraude previamente anunciada. Por isso essa “aliança”, por enquanto, só tem uma maioria psicológica.

3 comentários:

Anónimo disse...

Só espero que o Presidente da República convide a AMP para formar governo porque é saudável para a democracia ter a Fretilin como oposição. Porque aprende-se mais assim para que na próxima vez, talvez saberão governar melhor...
enviado por:
"O Realista"

Anónimo disse...

Diz o H. Correia "1 - Não se esqueça de que uma deputada do PCP se recusou a abandonar a AR, apesar de o partido assim ter decidido. E por lá ficou, porque quem lhe dá o mandato é o voto popular e não o partido (vd. artºs 155 e 160 da CRP)."

Apenas acrescento que a tal deputada não apenas por lá ficou - no Grupo Parlamentar do PCP - como ainda lá está, no Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República. com toda a naturalidade.

Anónimo disse...

Quem decide do destino dos partidos são os eleitores. E nestas eleições os eleitores Timorenses renovaram a maioria na Fretilin. Nem mais, nem menos. Renovaram que a Fretilin fosse outra vez o partido mais votado. Respeite-se pois a vontade maioritária na Fretilin.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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