quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Indonesian captain 'shot Balibo Five'

6th February 2007, 19:35 WST

An Indonesian special forces commander - later to become the country's minister for information - would have been the first soldier to open fire and kill one of the Balibo Five journalists in East Timor, a coronial inquest has been told.

An inquest into the death of one of the five journalists, cameraman Brian Peters, began in Sydney this week, more than 30 years after his death.

Mr Peters and four other journalists - Greg Shackleton, Gary Cunningham, Tony Stewart and Malcolm Rennie - were killed during an attack by Indonesian special forces troops on the Timorese border town of Balibo on October 16, 1975.

Official reports say the men were killed in crossfire between Indonesian troops and Timorese militia, but their families insist they were murdered.

The inquest on Tuesday heard evidence from an East Timorese witness who had trained with the Indonesian military, known only by the code name "Glebe 2". He said he saw four of the journalists raise their arms in the air "as though asking for mercy" from invading Indonesian soldiers.

He said Captain Mohammad Yunus Yosfiah, who became Indonesia's minister for information in the Habibie government in 1998, was the first to start shooting the men.

Counsel assisting the inquest, Mark Tedeschi, QC, asked Glebe 2: "Was Yunus Yosfiah the first soldier to shoot?"

Glebe 2 replied through a translator: "Yes, he was the first to open fire".

Later, during cross examination, the witness admitted he had not actually seen Mr Yosfiah start the shooting or kill Mr Peters.

But he told Mr Tedeschi that after Mr Yosfiah had opened fire, the other soldiers started shooting the men for two or three minutes.

Mr Yosfiah on Tuesday denied having anything to do with the killings, and called those making accusations against him "big liars".

"I never met the journalists," Mr Yosfiah told ABC Radio from Indonesia.

"It's a very, very, very bad if those journalists were killed on that time.

"It wasn't me. I never asked and I never ordered (the killings)."

Mr Yosfiah said he did not seek to appear at the inquest "because I know what I did and what I didn't do".

He said he had answered plenty of questions about the killings.

"There have been questions so many times before this," he told AAP.

During cross examination by John Stratton, SC, who is representing Mr Peters' sister Maureen Tolfree, Glebe 2 said while he did not actually see Mr Yosfiah open fire, Mr Peters was shot first.

When asked by Mr Stratton who he believed shot Brian Peters, Glebe 2 replied: "According to Indonesian military rules the commander has to fire first and then his men fire after, and I believe Yunus killed Brian Peters".

The witness said he was "fairly certain" that Mr Yosfiah was responsible for Mr Peters' death because the cameraman had been standing directly in front of Mr Yosfiah and was the first to fall.

The witness said senior military officials warned him not to tell anyone about the shooting of the journalists, telling him it was "top secret".

Glebe 2 said he was forced to issue false press releases and to lie to Australian investigators about the incident, but he finally told the truth to an Australian journalist in 1999 when he couldn't hold his silence any more.

"Because in East Timor I saw a lot of injustice and massacres and as an East Timorese I couldn't support that anymore," Glebe 2 said.

The inquest also heard evidence from a second East Timorese eyewitness, code named "Glebe 4", who said he saw Indonesian soldiers shoot three of the journalists at close range inside the house where they were staying.

The inquest before NSW Deputy State Coroner Dorelle Pinch continues on Wednesday.

Meanwhile, East Timor's Prime Minister Jose Ramos-Horta said there was no doubt the journalists were deliberately killed by Indonesian forces, and urged Indonesia to come clean and allow the reporters' families to move on.

"At least, let the truth emerge ... for the tranquillity of the families of these five newsmen," Mr Ramos-Horta said.

AAP
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2 comentários:

Anónimo disse...

Yunus Yosfiah kept as a souvenier a watch belonging to one of the journalists and showed it to Tomas Goncalves, a former Timorese supporter of integration. Ask him about that. People in jakarta know all about this watch.

Anónimo disse...

Tradução:
Capitão Indonésio 'alvejou os cinco de Balibo'
6 de Fevereiro 2007, 19:35 WST

Um comandante das forças especiais da Indonésia – que mais tarde se tornou o ministro de informação do país – terá sido o primeiro soldado a abrir fogo e a matar um dos Cinco (jornalistas) de Balibo em Timor-Leste, tem sido dito num inquérito de investigação.

Um inquérito à morte de um dos cinco jornalistas, o operador de câmara Brian Peters, começou esta semana em Sydney, mais de 30 anos depois da sua morte.

O Sr Peters e quarto jornalistas - Greg Shackleton, Gary Cunningham, Tony Stewart e Malcolm Rennie – foram mortos durante um ataque pelas tropas das forças especiais Indonésias na cidade de Timorense de fronteira em 16 de Outubro de 1975.

Relatos oficiais disseram que os homens foram mortos em fogo cruzado entre as tropas Indonésias e a milícia Timorense, mas as suas famílias insistem em que foram assassinados.

Na Terça-feira o inquérito ouviu evidência duma testemunha Timorense que tinha treinado com os militares Indonésios, conhecida somente pelo nome de código "Glebe 2". Disse que viu quatro dos jornalistas a levantarem os braços no ar "como quem pede misericórdia " para os soldados Indonésios invasores.

Disse que o Capitão Mohammad Yunus Yosfiah, que foi o ministro da Informação no governo Habibie em 1998,foi o primeiro a começar a disparar contra os homens.

O advogado que assiste o inquérito, Mark Tedeschi, QC, perguntou a Glebe 2: "Foi Yunus Yosfiah o primeiro soldado a disparar?"

Glebe 2 respondeu através de um tradutor: "Sim, ele foi o primeiro a abrir fogo ".

Mais tarde, no contra-interrogatório, a testemunha admitiu que de facto não tinha visto o Sr Yosfiah a começar o tiroteio ou a matar o Sr Peters.

Mas disse ao Sr Tedeschi que depois do Sr Yosfiah ter aberto fogo, os outros soldados começaram a disparar contra os homens durante dois ou três minutos.

O Sr Yosfiah na Terça-feira negou ter tido qualquer envolvimento nas mortes, e chamou aos que o acusaram de "grandes mentirosos ".

"Nunca encontrei os jornalistas," disse o Sr Yosfiah à ABC Radio da Indonésia.

"Foi muito. Muito, muito mau esses jornalistas terem sido mortos nessa altura.

"Não fui eu. Nunca pedi nem nunca ordenei (as mortes)."

O Sr Yosfiah disse que não procurou aparecer no inquérito "porque sei o que fiz e o que não fiz ".

Disse que (já) respondeu a muitas perguntas sobre as mortes.

"Tem havido perguntas tantas vezes antes disto," disse à AAP.

Durante o contra-interrogatório por John Stratton, SC, que está a representar a irmã de Mr Peters, Maureen Tolfree, Glebe 2 disse que conquanto não tenha visto de facto o Sr Yosfiah a abrir fogo, o Sr Peters foi o primeiro a ser baleado.

Quando o Sr Stratton lhe perguntou quem é que ele acreditava ter baleado Brian Peters, Glebe 2 respondeu: "De acordo com as regras militares Indonésias o comandante é o primeiro a disparar e depois seguem-se os seus homens, e acredito que Yunus matou Brian Peters".

A testemunha disse que estava "bastante certo" que o Sr Yosfiah foi responsável pela morte do Sr Peters porque o operador de câmara estava de pé directamente em frente do Sr Yosfiah e foi o primeiro a cair.

A testemunha disse que oficiais militares de topo o avisaram para não contra a ninguém sobre o tiroteio contra os jornalistas, dizendo-lhe que era um "segredo máximo ".

Glebe 2 disse que foi forçado a emitir falsos comunicados de imprensa e a mentir aos investigadores Australianos sobre o incidente, mas que finalmente contou a verdade a um jornalista Australiano em 1999 quando já não podia mais manter o silêncio.

"Porque em Timor-Leste vi muita injustiça e massacres e como Timorense já não podia mais apoiar isso," disse Glebe 2.

O inquérito ouviu também evidência de uma segunda testemunha Timorense, com o nome de código "Glebe 4", que disse ter visto soldados Indonésios a balearem três dos jornalistas à queima-roupa no interior da casa onde eles estavam.

O inquérito da responsabilidade do Vice-Investigador estatal de NSW, Dorelle Pinch, continua na Quarta-feira.

Entretanto, o Primeiro-Ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta disse que não havia nenhuma dúvida que os jornalistas foram mortos deliberadamente pelas forças Indonésias, e pediu à Indonésia para se limpar e autorizar que as famílias dos repórteres continuem.

"Pelo menos, deixem a verdade vir ao de cima ... para tranquilidade das famílias destes cinco jornalistas," disse o Sr Ramos-Horta.

AAP
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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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