domingo, dezembro 10, 2006

Dirigentes políticos fizeram juramento de paz perante líderes tradicionais

Díli, 10 Dez (Lusa) - Dirigentes políticos timorenses juntaram-se hoje a representantes tradicionais dos 13 distritos do país, numa cerimónia de juramento pela paz, em que se assinalou o 10º aniversário da atribuição do Prémio Nobel d a Paz a dois filhos da nação.

O "Soru Mutu ba Dame" ("Encontro para a Paz") realizou-se sob uma casa tradicional construída frente ao Palácio do Governo e após o sacrifício simbólico de um porco, perante o corpo diplomático, dirigentes políticos, entre os quais o Presidente Xanana Gusmão e o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, foi selado um c ompromisso de paz.

Além de Xanana Gusmão e Mari Alkatiri, o compromisso juntou também o presi dente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres "Lu-Olo", o primeiro-ministro J osé Ramos-Horta, o primeiro presidente da República, Francisco Xavier do Amaral, e o presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes.

Transmitido em directo pela televisão e rádio públicas, o evento representou o culminar de um intenso processo de reconciliação e de arrumar de armas tradicionais, segundo os usos e costumes timorenses.

Há três dias foram os líderes tradicionais, os "Lia Nains" ("Anciãos") - e m representação dos 36 grupos étnico-linguísticos existentes no país -, a comprometerem-se com a paz perante os líderes políticos.

Hoje foi a vez dos dirigentes políticos selarem o mesmo compromisso perant e os "Lia Nains".

A diferença da cerimónia de hoje relativamente à de quinta-feira passada foi a presença do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, que desde Junho passado não participava em nenhuma cerimónia pública, patrocinada pelas instituições do Estado, na sequência da sua demissão da chefia do governo.

A nota comum, por outro lado, foi a notória ausência de populares.

Em declarações à Agência Lusa, Mari Alkatiri disse que a sua presença no local talvez traduza o seu renascimento político.

"Talvez esteja na minha segunda encarnação política", disse.

Líder do partido maioritário em Timor-Leste, a FRETILIN, Alkatiri referiu-se ainda ao encontro que manteve há dois dias no Palácio das Cinzas, sede da Presidência da República, com Xanana Gusmão.

"Foi bom. Acho que não tivemos muito tempo para discutir em profundidade a s questões, mas tocámos no essencial. Isto também permitiu que eu esteja aqui", acentuou.

A cerimónia de hoje serviu ainda para assinalar a passagem do 10º aniversário da atribuição do Prémio Nobel da Paz a José Ramos-Horta e ao então bispo de Díli, D. Carlos Ximenes Belo.

Timor-Leste atravessa desde o final de Abril uma crise político-militar, que provocou mais de 60 mortos e o abandono das áreas de residência de 180.000 pe ssoas.

Actualmente, cerca de 25.000 pessoas continuam em campos de acolhimentos d istribuídos pela capital, e outras 70.000 nos restantes distritos.

As divisões no seio das forças armadas e a desintegração da Polícia Nacion al levaram as autoridades a solicitar, em Maio, à Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal o envio de forças militares e de polícia para repor a ordem pública.

EL-Lusa/Fim
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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