quarta-feira, novembro 29, 2006

De um leitor

Comentário sobre a sua postagem "Xanana diz que se está a perder a noção de respeito pela vida":

1.O senhor Presidente Xanana Gusmão ao mesmo tempo que diz que a violência tem de parar escreve nos jornais que foi o comité central da FRETILIN que hipotecou a soberania nacional?!!
Espera ele assim que alguem dê importância ao que diz quando diz que a violência tem de parar? Não pode seriamente esperar que o levem a sério. E isso é mau para o prestígio do Presidente, e um presidente desprestigiado é péssimo para o que Timor Leste precisa neste momento que é de estabilidade e paz.

2.Não foi o comité central da FRETILIN que hipotecou a soberania nacional. Foram aqueles que quiseram derrubar o governo na rua. Que não respeitaram a lei e a ordem.

Mesmo em democracia a forma como em Abril e Maio foi desafiada a autoridade do exército e da polícia e portanto do Governo é inadmissível.É intolerável. E é assim não por causa do sr. Mari Alkatiri ou da Srª Ana Pessoa.(O que interessa em assuntos de Estado é sobretudo as instituições e menos o fulano que ocupa em cada momento o lugar). É assim porque se o Estado tolera ou admite que ponham em causa a sua autoridade, possibilita que o destruam, que deixe de fazer aquilo que existe para defender ( a segurança e a defesa). Como sucedeu. Por o Estado ter admitido que o desautorizassem quase ia desaparecendo. E se não pedisse ajuda a forças estrangeiras tinha começado uma guerra civil.

Ali onde se devia ter sido intransigente na defesa da autoridade do Estado tentou-se o diálogo. O que claro, do lado dos manifestantes foi interpretado como sinal de fraqueza por parte do Estado.

Acredito que o presidente Xanana estivesse bem intencionado.O Presidente Xanana é uma pessoa de bem que já sofreu muito, pela causa tão nobre da independência nacional. Mas a decisão que tomou de cedência àquilo a que não podia ceder, de dialogar onde devia ter dito não há diálogo sem respeito da lei e da ordem, foi interpretada como um sinal de que era possível derrubar o Governo, pelos seus opositores.

3. Ainda hoje, mesmo que sem se aperceber, admito, de cada vez que o Presidente Xanana critica o Comité Central da FRETILIN está a dar alento e ânimo ao bandoleiro Alfredo Reinado que continua, incompreensivelmente, impune e armado a monte algures em Timor Leste!

4. A igreja católica timorense tem de interiorizar que Timor Leste, país que nasceu já no século XXI é um estado laico. Separado das Igrejas, da Igreja católica, da Igreja evangélica, das igrejas protestantes, da "igreja" muçulmana.

Não importa se o primeiro ministro é católico ou muçulmano, se o presidente da república é protestante ou ateu.

O que é certo e seguro é que a maioria dos timorenses é católica e contam com o apoio da Igreja católica. O que se espera pois da Igreja é que continue,como tem feito nos últimos 500 anos, a ajudar os cidadãos timorenses, independentemente de quem em cada momento ocupe os lugares dos órgãos do Estado. É assim em todo o mundo. Tem de ser assim também em Timor Leste. A Igreja tem de trabalhar com os órgãos do Estado independentemente de quem esteja no comando. Porque o que interessa é servir o povo. A Igreja tem de deixar a política aos políticos.

Porque a Igreja não vai a votos. Nem deve ir. Tem que estar ao lado povo quer ganhe o partido A ou o partido B, ou o C.

Custa muito a perceber isto aos senhores padres Timorenses?!(Quem aqui escreve acredita em Deus e é Católico e espera que a hierarquia da Igreja atente nas palavras do Santo Padre Bento XVI: A fé é racional e agir irracionalmente é afastarmo-nos de Deus).

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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