Díli, 04 Fev (Lusa) - O Presidente da República de Timor-Leste tem "cem por cento de certezas" sobre quem disparou sobre ele a 11 de Fevereiro de 2008.
José Ramos-Horta identificou o atirador, sem o nomear, quando visitou a prisão de Becora, em Díli, no passado dia 26 de Dezembro, dia do seu aniversário.
"Agora tenho cem por cento de certezas, não tenho mais dúvidas", revelou o Presidente da República no regresso de uma viagem a vários países do Sudeste Asiático, há uma semana.
"É pena que esse senhor continue sem confessar", sublinhou o chefe de Estado.
A identidade do atirador tem sido matéria de polémica nos últimos meses, após a imprensa timorense e internacional indicar que seria o ex-militar Marcelo Caetano, um dos co-arguidos do caso 11 de Fevereiro.
José Ramos-Horta, porém, negou várias vezes que alguma vez tenha referido Marcelo Caetano como o homem que disparou sobre ele.
"Eu sempre desconfiei de um determinado elemento porque quando ele me apontou a arma para me apontar eu vi a cara dele", disse na semana passada.
A poucos dias do aniversário do ataque, José Ramos-Horta revelou que identificou claramente o atirador na sua visita natalícia aos presos de Becora.
É lá que está detido o ex-tenente Gastão Salsinha e os restantes co-arguidos no processo do duplo ataque do 11 de Fevereiro de 2008 contra o chefe de Estado e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão.
"No dia (28 de Abril) em que eles se entregaram, no Palácio do Governo, eu reparei nele. Mas sempre muito prudente quando se trata de questões de justiça, não quero ser induzido em erro", explicou o Presidente.
"Às vezes, a vítima não é a pessoa mais adequada para testemunhar, até por causa das emoções", adiantou José Ramos-Horta sobre o seu silêncio quanto à identidade do atirador.
"Não vou influenciar a justiça, de forma alguma. Espero que o senhor confesse ao tribunal que foi ele e (que) explique por que o fez", insistou o Presidente da República.
"Mas repito: ao fim e ao cabo tenho pena deles", declarou José Ramos-Horta.
"Eu, quando vi o senhor Salsinha e os outros em uniforme de prisão, fiquei com pena, porque eles são pessoas pequenas. Não são graúdos. Não são pessoas que têm poder", disse o chefe de Estado.
"O problema de 2006 resultou de falhas de liderança política que causou vítima no próprio chefe de Estado. Mas eles também foram vítimas, ao terem que ser os únicos a apanhar penas de prisão", acrescentou.
Gastão Salsinha liderou em Janeiro de 2006 o movimento dos peticionários nas Forças Armadas, que meses depois resultou numa crise política, militar e institucional.
Um dos actores principais da crise foi o major Alfredo Reinado, comandante da Polícia Militar.
Em Fevereiro de 2008, Alfredo Reinado viria a protagonizar o ataque à casa do Presidente da República, com Gastão Salsinha a atacar a coluna onde seguida o primeiro-ministro.
"Por mim, como ser humano, perdoo-os. Como chefe de Estado, colaboro com a justiça para que a justiça seja feita", afirmou José Ramos-Horta.
O chefe de Estado manifestou o seu agrado com o curso da "investigação muito paciente, durante meses", conduzida pela Procuradoria-geral da República.
Ao fazer o balanço das mudanças no país, José Ramos-Horta considerou o ataque de que foi alvo "o sacrifício supremo" que permitiu a paz em Timor-Leste.
"Em muita sociedades, foram precisos acontecimentos dramáticos para que as pessoas acordassem", referiu também o Presidente timorense.
PRM.
Lusa/fim
sábado, fevereiro 07, 2009
Timor-Leste: PR tem "cem por cento de certezas" sobre quem disparou
Por Malai Azul 2 à(s) 20:12
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
"O chefe de Estado manifestou o seu agrado com o curso da "investigação muito paciente, durante meses", conduzida pela Procuradoria-geral da República."
O seu agrado? Durante meses? vai fazer um ano dentro de 3 dias!!!
E RH está à espera de que o criminoso "confesse" "e (que) explique por que o fez"???
"Em muita sociedades, foram precisos acontecimentos dramáticos para que as pessoas acordassem" - não foi obviamente o caso do nosso PR...
Quantas veses que o senhor Ramos Horta repetir a mesma istoria do suspeito que desparou sobre ele? talves 10X10=...? mas o tribunal ainda nao tenho uma evidencia forte a justificar....
Bon todos os timorenses dentro de un ano sabe muinto de istoria, e mais melhor doque un rapas andao se nas ruas de Dili atiraraun as pedras e depois esconderen se as maos.
Ou levar mais alguns ano ate 2012 para o novu Pilatos vai lavar mao sobre os crimes que se pasaun nesta pais.
Esa e parte da istoria de timor leste os criminosos fica se con uma imunidade de tempo...porque eles saben que esquesen e mais facil doque levar o suspeito au frente do tribunal para julgar.
Quein sao os novus pilatos de seclo 21?? a resposta fica ein cada un de nos.
Maubere Anan
Enviar um comentário