Viseu, 06 Fev (Lusa) -- O Prémio Nobel da Paz D. Ximenes Belo vai destinar o montante do galardão que recebeu hoje da Fundação Mariana Seixas, de Viseu, à formação de crianças em Timor-Leste e de jovens da Ilha das Flores, na Indonésia.
D. Carlos Filipe Ximenes Belo, bispo titular de Lorium (Itália) e administrador apostólico emérito de Díli, recebeu o Prémio Dr. João Madeira Cardoso, destinado a reconhecer e incentivar acções e obras na defesa dos direitos humanos nos países de língua oficial portuguesa.
Durante a cerimónia, em Viseu, D. Ximenes Belo considerou que o Prémio, com o valor pecuniário de cinco mil euros, foi dirigido não tanto a si mas mais "ao povo de Timor-Leste".
Nesse âmbito, anunciou que irá repartir o dinheiro, sendo uma parte destinada a 1.305 crianças de Timor-Leste e outra à construção de um centro para formação de jovens na Ilha das Flores.
D. Ximenes Belo contou que, de Timor-Leste, "chegou um pedido de que cada criança precisa de 10 euros por ano para este ano lectivo".
No que respeita à Ilha das Flores, lembrou que foi evangelizada em 1556 pelos portugueses, contando que ainda hoje "as pessoas continuam a rezar em português antigo".
O bispo timorense defendeu que, neste início do século XIX, deve haver "um compromisso de trabalho pela paz e pelos direitos humanos, especialmente na formação das novas gerações".
Lembrou que apesar da proclamação dos direitos se vive "uma dolorosa realidade de violações, ocorrência de guerras e violência de todo o tipo", como o tráfico de seres humanos, a exploração dos trabalhadores e os "rapazes soldados".
"Para a sociedade, é importante não só falar dos direitos mas sobretudo de como fornecemos formação adequada para que possam ter uma identidade pessoal", frisou.
D. Ximenes Belo defendeu que "a educação para os direitos humanos deve ser uma educação para a cidadania honesta, activa e solidária", sublinhando que "os direitos humanos são um meio para o desenvolvimento pessoal e colectivo dos povos".
Presente na cerimónia esteve o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, que realçou "o grande carácter" do Prémio Nobel da Paz e o considerou "um dos grandes homens do século XX e início do século XXI".
Frisando a "arma poderosíssima" que é "a força da palavra", lembrou que D. Ximenes Belo se ergueu sempre "em defesa dos oprimidos e da identidade de um povo, que estava descaracterizado".
O presidente da Fundação Mariana Seixas, Francisco Peixoto, lembrou que apesar de o regulamento do Prémio estipular que este deve ser atribuído preferencialmente a um advogado, tal não aconteceu em duas edições.
D. Ximenes Belo segue-se ao presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), o clínico Fernando Nobre, e ao Bispo Emérito de Goiás (Brasil), D. Tomás Balduíno, que foram os primeiros a receber, ex-aequo, este prémio.
O Prémio Dr. João Madeira Cardoso - que tem o nome de um advogado já falecido que, no exercício da profissão, se distinguiu na defesa dos direitos humanos - foi instituído em 2006 pela Fundação Mariana Seixas, em colaboração com o Conselho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados.
AMF.
Lusa/fim
sábado, fevereiro 07, 2009
Direitos Humanos: D. Ximenes Belo destina prémio à formação de crianças em Timor-Leste e de jovens na Indonésia
Por Malai Azul 2 à(s) 20:11
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Um gesto generoso e pleno de significado de D. Carlos, que continua a ser um exemplo a seguir por todos nós.
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