Díli, 05 Abr (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, afirmou hoje que os ataques de 11 de Fevereiro significaram “um falhanço de liderança em muitos aspectos”.
“A liderança timorense, onde me incluo, não esteve à altura de resolver os problemas”, declarou Xanana Gusmão à agência Lusa, em Díli, na primeira entrevista de fundo desde 11 de Fevereiro.
O chefe do governo timorense saiu ileso de uma emboscada à coluna de viaturas onde seguia, na estrada de acesso a Díli, desencadeada cerca de hora e meia após o ataque em que o Presidente José Ramos-Horta foi atingido a tiro junto da sua residência.
“Andámos um bocado a brincar e a pensar que as coisas se resolvem amigavelmente”, acrescentou o primeiro-ministro na entrevista à Lusa.
“Foi uma lição amarga”, disse Xanana Gusmão, sobre os acontecimentos de 11 de Fevereiro.
O primeiro-ministro admitiu, contudo, que “não pode ter outra opinião diferente” daquela que afirmou, também em entrevista à Lusa, quatro dias antes dos ataques.
Xanana Gusmão defendeu, nessa ocasião, que “devia-se ser mais duro” com o major Reinado, um homem que “não merece confiança porque muda todos os dias de opinião”.
Na entrevista de hoje, Xanana Gusmão anunciou que as autoridades timorenses decidiram avançar para a operação “mesmo militar” contra o grupo do ex-tenente Gastão Salsinha, que lidera o antigo grupo de Alfredo Reinado.
“Agora já há ordem para disparar”, respondeu Xanana Gusmão, quando questionado sobre as regras de empenhamento das forças do Comando Conjunto da operação "Halibur".
A captura de Gastão Salsinha vai avançar a 09 de Abril, após um encontro entre o Governo e o comando da operação "Halibur", realizado sexta-feira, acrescentou o primeiro-ministro timorense.
“Já acabou a brincadeira. Nos próximos dias, as forças do Comando Conjunto estarão a dizer às pessoas para não saírem de suas casas enquanto decorrer a operação, porque podem ser atingidas”, explicou Xanana Gusmão.
“Já chegou a hora” de capturar o grupo que participou nos ataques de 11 de Fevereiro, sublinhou o primeiro-ministro.
Xanana Gusmão analisa o duplo ataque como “o fecho da crise de 2006” e considera que a cisão entre timorenses dos distritos ocidentais ("loromonu") e orientais ("lorosae") “não foi mais vincada” pelo que aconteceu em Fevereiro.
“Foi o clímax de uma acumulação de factores, inerentes à construção de um Estado que apareceu sem memória institucional”, explicou Xanana Gusmão sobre a origem dos ataques.
O primeiro-ministro remeteu para as autoridades judiciais o esclarecimento do 11 de Fevereiro e recusou fazer comentários sobre "os mistérios" em torno dos ataques feitos pelo major Alfredo Reinado e por Gastão Salsinha.
PRM
Lusa/fim
domingo, abril 06, 2008
O 11 de Fevereiro foi "falhanço de liderança", diz Xanana Gusmão
Por Malai Azul 2 à(s) 00:18
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
4 comentários:
Ver para crer. Xanana já disse frases do género de "Já chegou a hora" anteriormente e o resultado foi o que se viu. Escassos dias antes do(s) atentado(s), ele havia dito "Acabou-se o diálogo", depois de ter imposto vários prazos para Reinado se entregar, que não foram cumpridos.
Xanana revelou-se um PM vacilante, indeciso e medroso. Até custa a crer como esta pessoa é a mesma que liderou a resistência contra o invasor javanês.
Positivo é, no entanto, o seu actual discurso em que admite que sempre esteve errado quanto à forma de lidar com o caso Reinado. Apenas vem dar razão a todos quantos avisaram para o rumo trágico que Timor-Leste estava a tomar, devido à irresponsável teimosia de Xanana e RH.
Esses que insistiram em avisar para os perigos e ilegalidade das decisões desses dois políticos, como o juíz Ivo Rosa e muitos blogueiros, foram insultados pelos seus cegos seguidores.
Agora que o próprio Xanana vem confessar que "Andámos um bocado a brincar" e que o "falhanço" "Foi uma lição amarga", esses fiéis seguidores deviam apresentar um pedido de desculpas aos ofendidos e - porque não? - fazer mea culpa, conforme o seu líder agora fez.
Só espero é que a "ordem para disparar" não seja apenas um pretexto para silenciar a última testemunha-chave (Salsinha) que poderá dar as respostas a muitas perguntas que pairam no ar, sabendo que a outra (Reinado) já não o pode fazer.
Ora finalmente a evidência: a FRETILIN tinha razão desde o princípio. Mari Alkatiri tinha razão: a autoridade do estado e das instituições não se negoceia. A lei não se discute na rua, cumpre-se.(Os projectos de lei discutem-se no parlamento e são promulgadas pelo presidente da república. Mas depois de publicadas as leis são obrigatórias. Obrigatórias para todos.Esta coisa simples foi o que Xanana e Ramos Horta demoraram tempo a perceber e ia acabando em tragédia!) "andámos um bocado a brincar" diz Xanana! Tenha ao menos vergonha e pudor senhor primeiro ministro de toda a sua arrogância e insensatez!
O poder político não se intromete no poder judicial e deixa os tribunais cumprirem a lei.
O grande responsável pela crise é Xanana Gusmão que quando tudo começou era presidente da república e não soube estar à altura do que era preciso. Defender a autoridade das instituições do Estado e da lei. Timor-Leste perdeu dois anos, Ramos Horta ia perdendo a vida. E a história ainda não acabou.
Porque os inimigos da pátria timorense não desistiram de colocar em causa a independência nacional. De minar o Estado. De tudo fazer para que seja um estado fraco.Quem pagava a Reinado? E a Salsinha?
Xanana desdenhou da razão de Alkatiri. Alkatiri além de vender cabritos em MAPUTO estudou. Preparou-se toda a vida para servir a independência nacional. E os patriotas respeitam-se.O que espanta é Xanana não saber isso...
Com Xanana primeiro Ministro a tragédia vai continuar...
E incrivel que so gora se dao conta que o Ramos Horta e o Xanana tem sido um falhanco. E ainda por cima brincam com a vida de um Povo!
Alo Dili
Xanana liderou a resistencia mas sempre na retaguarda era grande medroso fugia quando havia tiros.Foram os 3 unicos sobreviventes da lideranca da Fretilin no interior de Timor Leste.Xanana passou a ser lider das FALINTIL e outros dois eram Secretarios da Fretilin. Foi famoso gracas ao trabalho internacional do Horta e a lideranca da resistencia no exterior.
Adeus
Aikurus
Enviar um comentário