Díli, 11 Abr (Lusa) - Eurico Guterres, ex-comandante das milícias timorenses pró-autonomia em 1999, chegou hoje a Timor Ocidental para “cerimónias de confraternização”, afirmou à agência Lusa um oficial da polícia indonésia.
O líder da milícia Aitarak foi libertado da prisão de Cipinang, em Jacarta, segunda-feira à noite, e saiu em liberdade empunhando uma bandeira vermelha e branca da Indonésia.
Eurico Guterres chegou a meio do dia de hoje à capital de Timor indonésio, confirmou à Lusa um elemento da polícia, próximo do ex-comandante das milícias, que pediu o anonimato.
“O Eurico está em Kupang para participar numa missa, na igreja de Santa Maria Assunta, sábado de manhã, e para confraternizar com os colegas do PAN”, afirmou à Lusa o mesmo oficial da polícia.
O Partido do Mandato Nacional (PAN), um partido nacionalista laico e moderado fundado após a queda do Presidente Suharto por Amien Rais, pretende incluir Eurico Guterres nas próximas eleições ao Parlamento nacional.
“Estou pronto. Estou pronto para isso. Eu pertenço a esse mundo. O que vou fazer é candidatar-me abertamente e deixar as pessoas decidir quem vão escolher. Vou concorrer pela província de Timor Ocidental”, anunciou Eurico Guterres num café de Jacarta pouco depois da sua libertação.
Ao seu lado, na roda de amigos, estava o secretário-geral do PAN, Zulkifi Hasan.
“Eurico Guterres vai voltar a Jacarta na próxima segunda-feira. Não viaja para Atambua porque as autoridades pediram-lhe isso. Ele poderia causar novos problemas em Atambua”, afirmou o oficial da Polícia, contactado por telefone a partir de Díli.
Eurico Guterres, líder da milícia integracionista Aitarak em 1999, foi absolvido há uma semana pelo Supremo Tribunal indonésio, que deu parecer favorável a um recurso.
O juiz Iskandar Kamil declarou mesmo que Eurico Guterres “tinha direito à reabilitação do seu nome e a receber indemnização do Estado”.
Eurico Guterres foi condenado em 2002 a 10 anos de prisão pelo envolvimento na violência contra apoiantes da independência timorense. Comandava não apenas a milícia Aitarak em Díli como era também o comandante da milícia de juventude indonésia PPI.
Guterres é suspeito de estar ligado ao massacre de Liquiçá, a 06 de Abril de 1999, e incitou, numa manifestação em Díli transmitida pela rádio e televisão, ao massacre que ocorreu em seguida na casa da família Carrascalão, a 17 de Abril.
Eurico Guterres, protegido do chefe da contra-inteligência indonésia, Prabowo Subianto, desde 1989, conheceu nos anos seguintes Hércules Rosário Marçal, um outro timorense ligado às patentes superiores das Forças Armadas indonésias.
Após 1999, “Eurico Guterres e Hércules trabalharam juntos em várias actividades, e fundaram uma organização de timorenses que sempre procuraram a desestabilização de Timor-Leste”, afirmaram à Lusa oficiais das forças de segurança timorenses que investigam a ligação entre ambos.
Hércules, definido pelo ex-governador sob a ocupação indonésia Mário Viegas Carrascalão como “um gangster muito popular em Jacarta”, esteve em Timor-Leste no início do ano, integrado numa delegação empresarial indonésia.
Com a libertação de Eurico Guterres, ficam em liberdade todos os 18 acusados pela violência antes, durante e após o referendo de 1999 em Timor-Leste.
PRM
Lusa/fim
domingo, abril 13, 2008
Eurico Guterres em Timor Ocidental para "confraternizar"
Por Malai Azul 2 à(s) 03:58
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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