segunda-feira, outubro 22, 2007

A FRETILIN questiona a presença militar Australiana depois de vergonhosa queixa de civis

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

Comunidade de Quintal Bot rejeita "mentiras" do comandante militar Australiano, exige justiça às vítimas das agressões

Nota do encontro com os media de:
Francisco Branco, líder Parlamentar em exercício da FRETILIN
(Para mais detalhes contacte: deputado José Teixeira +670 728 7080)

Dili 22 Outubro 2007


Em baixo está a tradução duma declaração de vítimas e testemunhas dum ataque contra três civis Timorenses por tropas Australianas no subúrbio de Dili, Quintal Bot, em 14 de Outubro. A declaração foi lida numa conferência de imprensa, no Edifício do Parlamento, Dili, em 19 de Outubro.

A conferência de imprensa foi organizada pelo responsável da organização de juventude em Quintal Bot, Carlito B. e pelo líder da comunidade Teki Liras.

Ambos Carlito e o Sr Teki Liras que a sua comunidade local rejeitam as declarações do Comandante da Força Australiana e que apoiarão que as vítimas obtenham justiça através dos tribunais.

Disseram que acreditam que as tropas Australianas se comportaram de modo agressivo porque o seu subúrbio é considerado uma praça-forte da FRETILIN e os soldados ressentiram o esvoaçar da bandeira da FRETILIN. O ataque ocorreu em frente duma loja sob a qual esvoaça uma grande bandeira da FRETILIN.

Carlito disse que a comunidade de Quintal Bot é respeitadora da lei e que não tem havido nenhuma confusão no subúrbio. Perguntou porque é que tropas Australianas andaram a criar problemas no seio da sua comunidade a usarem violência e agressões, especialmente contra um guarda de segurança empregado para proteger instalações do Estado – um armazém de arroz?

Carlito acusou directamente o Comandante das Forças Australianas de mentir quando negou que os seus homens tinham assaltado os três Timorenses. Carlito disse que a comunidade de Quintal Bot tinha levado as suas queixas ao parlamento, de modo a garantir que o assunto fosse levado ao tribunal. "Não queremos ser vitimizados vezes repetidas," disse.

As próprias vítimas declararam elas próprias que a afirmação feita pelo Comandante Australiano era uma mentira, e exigiram que ele vá a Quintal Bot e que indique quem é que estava a lutar conforme alegou.

As vítimas disseram que têm cerca de 10 testemunhas do ataque cujas declarações estão a recolher (já recolheram 3: António Barreto alias "Mauliar", Paulo Soares e Chiquito) e que essas declarações serão dadas aos investigadores.

Na Quinta-feira 18 Outubro a queixa foi entregue ao Procurador dos Direitos Humanos e Justiça. A polícia já começou uma investigação da queixa apresentada na Segunda-feira 15 Outubro.

A FRETILIN apoia acima de tudo o desejo da comunidade de Quintal Bot duma investigação rigorosa e transparente pelas autoridades policiais e pelo Procurador dos Direitos Humanos e Justiço conforme expressado na sua declaração pública. A FRETILIN espera ainda que o Comando da Defesa Australiana disponibilize o pessoal da Força da Defesa envolvido no incidente, para ser entrevistado pelas autoridades relevantes para se determinar a verdade do que de facto ocorreu. Outros partidos políticos no parlamento nacional expressaram também apoio em relação a esta consideração.


DECLARAÇÃO DA COMUNIDADE E VÍTIMAS DE QUINTAL BOT

Caso: Tortura pelas Forças Australianas
Data: Domingo, 14 Outubro 2007, 1030 da noite

Local: Quintal Bot

Gostaríamos de comentar a declaração pública do Comandante das Forças Australianas na TVTL em 17 de Outubro 2007, às 830 da noite que – vieram a Quintal Bot para separar duas pessoas que estavam a lutar e que não agrediram a vítima Abílio Fátima.

Sobre isto, nós as vítimas destas acções queremos responder imediatamente às declarações públicas do Comandante da ForçaAustraliana:

1. Lamentamos grandemente a declaração do Comandante da Força Australiana porque temos ouvido muitas vezes estes argumentos falsos e mentiras para cobrirem actos criminosos contra as pessoas pequenas de Timor-Leste.

2. Se como ele afirma houve de facto uma luta entre membros da nosso comunidade, pedimos que o Comandante da Força indique quais foram os elementos criminosos porque na realidade foram as Forças Australianas quem atacaram brutalmente a vítima Abílio Fátima à noite.

3. Com base nos factos que foram divulgados acima, pedimos às autoridades (ao Parlamento Nacional, ao Estado, ao Governo e ao Tribunal de Recurso) para investigar este crime rapidamente para que rapidamente possa ser levado ao tribunal.

Quintal Bot, 18 Outubro 2007

Vítimas:

1. Abílio Fátima
2. Januário
3. Fernando

Testemunhas:
1. António Barreto, alias Mauliar
2. Paulo Soares
3. Chiquito

* Nota: Januário e Fernando dizem que foram esmurrados e esbofeteados pelas tropas Australianas. Por isso identificaram-se eles próprios como vítimas, e apresentaram queixas na polícia, apesar dos seus ferimentos serem menores comparados com os que sofreu Abílio Fátima.


FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

Comunicado de Imprensa
17 Outubro, 2007

Relatos de que um guarda de segurança Timorense foi severamente espancado por seis soldados Australianos abriram ontem um debate parlamentar sobre o estatuto legal, o papel, a estrutura de comando e a duração da presença da Força Australiana da Defesa (ADF) em Timor-Leste.

O deputado da FRETILIN Antoninho Bianco apresentou no parlamento uma queixa do Sr Abílio Fátima, de 41 anos, que está empregado pela Maubere Security para proteger o armazém do Ministério da Segurança Social em Kintal Bot, subúrbio de Dili.

Numa queixa à polícia, o Sr Fátima alegou que às 10.30pm do Domingo passado, 14 de Outubro, ele estava de serviço, falando com alguns vizinhos, quando chegaram dois veículos da ADF, com cerca de 12 soldados, seis dos quais desmontaram e ordenaram ao Sr Fátima e aos vizinhos para dispersarem e irem para dentro.

O Sr Fátima explicou por intermédio de um intérprete de língua Tétum ligado aos soldados que estava de serviço, que patrulhas regulares da polícia nunca lhe tinham dado ordens para sair do seu posto, e perguntou porque é que os soldados estavam tão preocupados com civis comuns como ele em vez de com casos como o de Alfredo Reinado, o soldado amotinado, e o seu grupo armado.

Alegou o Sr Fátima que depois de ter mencionado o Reinado que foi imediatamente agredido com os cabos das carabinas muitas vezes na cabeça, parte superior dos braços e costas, e depois mordido na parte de cima do braço direito pelo cão de guarda de um soldado. Dois dos seus vizinhos foram também atacados e fugiram para as suas casas, mas o Sr Fátima permaneceu no seu posto.

Na manhã seguinte, o Sr Fátima fez uma queixa aos deputados da Fretilin no Edifício do Parlamento e depois foi ao Hospital Nacional para tratamento, antes de ir ao Quartel da Polícia de Dili registar a sua queixa.

Muitos dos deputados incluindo do lado não-FRETILIN apoiaram um pedido para uma investigação completa e adequada a este incidente como um de uma fiada de incidentes de maus-tratos da ADF a civis.

O Presidente do Parlamento, Fernando Lasama Araújo (Partido Democrático), indicou que a questão deve ser enviada para a Comissão Parlamentar A (Constituição, Direitos e Justiça) para que os Secretários do Estado de Defesa e Segurança respectivamente possam ser chamados a virem ao parlamento e responderem a estas questões levantadas em relação ao comportamento da ADF.

O deputado da FRETILIN Estanislau da Silva disse que chegara a altura para reavaliar a presença da ADF, para determinar quantos, para que propósito e durante quanto tempo devem permanecer em Timor-Leste. Sublinhou que há um sentimento de hostilidade a crescer por causa de algumas das acções da ADF e que o parlamento deve ter em atenção que este sentimento não se torne proeminente e que não se manifeste ele próprio de maneiras negativas. "Temos de actuar para prevenir que isto ocorra, dado que temos uma história disto acontecer com exércitos ocupantes no passado," disse o Sr Da Silva.

Estas opiniões foram apoiadas pelo deputado do CNRT Cecílio Caminha que exigiu transparência no tratamento de casos de abuso de poder pela ADF. O deputado da FRETILIN José Teixeira exigiu que os militares Australianos fiquem sob comando da ONU, para os tornar mais responsabilizáveis.

O deputado da FRETILIN Francisco Branco argumentou que mesmo que a presença da ADF em Timor-Leste acabasse por ser ratificada pelo Parlamento Nacional, os oficiais que ordenaram operações, tais como quando tropas da ADF mataram a tiro Timorenses no Campo de deslocados do Aeroporto de Dili ou no ataque ao grupo de Alfredo em Same, deviam ser investigados sobre a legalidade das suas acções.

1 comentário:

Anónimo disse...

As accoes brutais das tropas australianos kontra os cidadaos fracos em Timor Leste, encontram-se em varias parte de Timor leste, por exemplo em ermera, Same, Uatulari, Dili, etc. Estes actitudes so se acontecer nas horas de descancar entre as 22h00tl e 03h00tl.
Neste sentidu, hove reacoes fortes por parte dos cidadaos contra as tropas australianos em varias parte de Timor Leste e reseitam a sua presenca. Entre estes, comparece publicamente um movimento de deslocados no jardim de Nicolau lobato em Dili, numa conferencia de imprenssa em 22 de Outubro de 2007 na capital da RDTL, com uma declaracao,escrito em tetum, a seguinte:

"Ami deslokadu hotu liu liu iha Jardim Nicolau Lobato halo soru mutuk ida hodi kondena kakaas atitude FSI no UNPOL nebe halo kapturasaun iha fatin deslokadus.
Tamba too tinan ida resin ona, ami sofre no terus liu ona, maibe ami nia terus nee sedauk iha hanoin diak hosi lider eh orgaun sira.
Ami konsidera presensa UN no FSI iha timor leste atu fo seguransa ba timor oan, hodi hakalma situasaun, maibe ikus mai realidade laiha. Daudaun nee, sei akontese nafatin iha fati deslokadus, FSI no UNPOL sei kaptura deslokantes sira sem hare ba sira hanesan vitima hosi tinan 2006.
Neduni ami husu ba orgao soberanu sira katak: (1) Tuir lolos UN no FSI kaptura mak autor crise 2006, iha tempo badak nilaran; (2) Hahu loron 22 Outubru 2007, ba oin, FSI no UNPOL labele tan kaptura ema deslokadus sira iha jardin Nikolau Lobato; (3) Orgao Soberanu Timor Leste nian atu hakotu lalais misaun FSI iha Timor leste; (4)no entrega seguransa Nacional ba PNTL no F-FDTL; (5)FSI no UNPOL tenki liberta lalais ami nia maluk: Sikitu Moru Leki, Orlando Mate Moris, Iskeru, Salvador; (6) Ami nia exigencia iha numeru 2 leten ne mak lahalotuir, ami sei organiza malu ba hasoru orgao soberanu Timor Leste atu hetan solusaun ba seguranca ba ami; (7) Husu ba FSI no UNPOL, se kriminozu ruma tama iha fatin deslokadus sira, diak liu apresenta ordem de captura, atu familia sira mos iha koinecimentu, tamba iha fati deslokadus laiha ema criminosu eha trador ba nia nasaun rasik".

Esta declarasaun resume o profundo sentimento da maioria do povo de timor Leste contra a presenca das tropas australianos em Timor Leste.

Todo o mundo tende pensar neste caso, porque a maioria dos timorenses reseitam o novo colonialismo em Timor leste por a causa do petroliu.(brl)

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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