terça-feira, agosto 21, 2007

Tropas Australianas provocam mais desassossego em Timor-Leste

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DO TIMOR-LESTE INDEPENDENTE
FRETILIN

Comunicado de Imprensa
20 Agosto 2007

Tropas Australianas em Timor-Leste inflamaram uma situação já volátil ao arrancarem bandeiras da FRETILIN e limparem as costas com elas, disse hoje o Vice-Presidente da FRETILIN e deputado Arsénio Bano.

"O deitarem para o chão as bandeiras da FRETILIN é mais outra demonstração da natureza parcial da intervenção militar do governo de Howard em Timor Leste," disse Bano .

Disse que os incidentes ocorreram na parte leste do país em 18 de Agosto, em dois locais diferentes – Suco (região administrativa) Walili na estrada entre Baucau e Viqueque e na aldeia de Alala no distrito de Viqueque – onde os residentes tinham erguido a bandeira da FRETILIN em protesto contra o governo inconstitucional de José Alexandre Gusmão.

"Em Walili dois veículos militares Australianos cheios de soldados rasgaram uma bandeira da FRETILIN que tinha estado erguida na beira da estrada, limparam com ela as costas e continuaram caminho com a bandeira. A bandeira roubada foi devolvida mais tarde nesse dia por um capitão das forças armadas Australianas.

"Na aldeia Alala as tropas Australianas tentarem arrancar da corda uma bandeira da FRETILIN e depois passaram por cima dela .

"Condenamos estas acções extremamente provocatórias que têm inflamado uma situação já volátil. A bandeira da FRETILIN tem um enorme valor simbólico e emocional para o povo de Timor-Leste que vai para além dos membros e apoiantes da FRETILIN.

"Dezenas de milhares de pessoas morreram a lutar sob esta bandeira durante a luta pela independência, incluindo membros das famílias das pessoas que testemunharam quando a deitaram para o chão no Sábado .

"Os soldados Australianos insultaram os nossos mártires e toda a nação Timorense. A sua insensibilidade cultural e arrogância tipificam as operações militares Australianas na região do Pacífico."

Bano disse que os incidentes não podiam ser desculpados como acções de soldados individuais mal orientados.

"Os soldados seguem os exemplos dos seus oficiais e entendem os objectivos verdadeiros da intervenção parcial do governo de Howard em Timor-Leste, que teve um objectivo principal – a remoção do governo democráticamente eleito da FRETILIN e a sua substituição com o governo ilegítimo de José Alexandre Gusmão."

Por mais informação, por favor contacte:

Arsenio Bano (+670) 733 9416, FRETILIN Media (+670) 733 5060 ou

fretilin.media@gmail.com

1 comentário:

Anónimo disse...

Entrevista a Kirsty Sword Gusmão
“Xanana dará o melhor de si próprio para governar Timor-Leste até ao fim do mandato”
Público, 20.08.2007 - 19h30 Jorge Heitor

Agora empenhada nas actividades da Fundação Alola, criada em 2002, Kirsty Sword Gusmão, a esposa do actual primeiro-ministro Xanana Gusmão diz, em entrevista ao PÚBLICO, estar consciente do papel do marido “neste momento crucial para o futuro” do jovem país. Kirsty é uma australiana que nasceu em 1966 na cidade de Melbourne e há sete anos casou-se com o mítico guerrilheiro timorense.

Continua a considerar-se uma primeira dama (agora que o seu marido é o novo primeiro-ministro e que o Presidente Ramos-Horta não se encontra casado)?
Em primeiro lugar, permita-me salientar que as presentes declarações são feitas em meu nome pessoal, como Presidente da Fundação Alola, por mim criada em Março de 2001 e não em nome do meu marido, Xanana, nem tão pouco do Governo.
Claro que já não me considero primeira-dama! O título, aliás, nunca fez sentido na medida em que o estatuto de 'primeira-dama’ nunca foi reconhecido oficialmente nem recebeu qualquer financiamento por parte do Governo. Todo o trabalho desenvolvido pela Alola, em áreas como a advocacia, emprego, educação, saúde materno-infantil e assistência humanitária, tem sido financiado por doadores de todas as partes do mundo, individuais e institucionais.

Como é que vê esta transição de Xanana da primeira para a terceira posição na hierarquia do Estado (depois dos presidentes da República e do Parlamento)?
Encaro o cargo actual de Xanana essencialmente como um acréscimo de responsabilidades e de ocupação do seu tempo, em prejuízo da nossa vida familiar. Mas, é um sacrifício que nós aceitámos sem hesitação, na medida em que estamos conscientes da importância do papel de Xanana neste momento crucial para o futuro de Timor. Nem eu nem Xanana damos muito valor às posições de poder, a nossa maior preocupação é tentar contribuir para a melhoria das condições de vida do povo timorense, a que ele tem dedicado quase toda a sua vida. Xanana deveria estar já a descansar; mas a libertação do seu povo (agora da miséria) continua a ser a sua grande prioridade.

Está convicta de que um Governo com base na AMP (ALiança com Maioria Parlamentar) tem condições para cumprir toda uma legislatura?
Estou confiante que Xanana, bem como as outras pessoas que integram o IV Governo, darão o melhor de si próprias para governar o país até final do seu mandato. Por outro lado, é absolutamente necessário que sejam criadas as condições de estabilidade política e social que permitam mostrar ao mundo que os timorenses são capazes de governar o seu próprio país.

Preocupa-a em particular o grande número de desalojados que ainda há em Timor-Leste?
A questão dos desalojados é muito preocupante, principalmente pelas condições precárias em que os mesmos se encontram, há tanto tempo. É ainda procupante pelo facto da sua existência traduzir a falta de segurança e de estabilidade político-social que se tem vivido no país.

Admite que dentro de dois a três anos o clima económico e social do país possa ser melhor do que é hoje?
Tenho muita esperança que em breve o povo timorense verá as suas condições de vida melhorar e que, a médio prazo, se possa considerar que o clima económico e social do país sofreu realmente um impulso positivo rumo ao desenvolvimento e paz social. Com o empenho de todos – governo, oposição e sociedade civil – na defesa deste grande objectivo nacional, acredito que isso será possível.
Pela minha parte, continuarei a contribuir para melhorar as condições de vida das mulheres e crianças, em particular, através do trabalho que a Fundação Alola vem desenvolvendo no sentido de melhorar a sua educação, saúde e rendimento e apoiando-as na sua luta por uma maior participação na sociedade.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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