“Xanana dará o melhor de si próprio para governar Timor-Leste até ao fim do mandato”
Público, 20.08.2007 - 19h30 Jorge Heitor
Agora empenhada nas actividades da Fundação Alola, criada em 2002, Kirsty Sword Gusmão, a esposa do actual primeiro-ministro Xanana Gusmão diz, em entrevista ao PÚBLICO, estar consciente do papel do marido “neste momento crucial para o futuro” do jovem país. Kirsty é uma australiana que nasceu em 1966 na cidade de Melbourne e há sete anos casou-se com o mítico guerrilheiro timorense.
Continua a considerar-se uma primeira dama (agora que o seu marido é o novo primeiro-ministro e que o Presidente Ramos-Horta não se encontra casado)?
Em primeiro lugar, permita-me salientar que as presentes declarações são feitas em meu nome pessoal, como Presidente da Fundação Alola, por mim criada em Março de 2001 e não em nome do meu marido, Xanana, nem tão pouco do Governo.
Claro que já não me considero primeira-dama! O título, aliás, nunca fez sentido na medida em que o estatuto de 'primeira-dama’ nunca foi reconhecido oficialmente nem recebeu qualquer financiamento por parte do Governo. Todo o trabalho desenvolvido pela Alola, em áreas como a advocacia, emprego, educação, saúde materno-infantil e assistência humanitária, tem sido financiado por doadores de todas as partes do mundo, individuais e institucionais.
Como é que vê esta transição de Xanana da primeira para a terceira posição na hierarquia do Estado (depois dos presidentes da República e do Parlamento)?
Encaro o cargo actual de Xanana essencialmente como um acréscimo de responsabilidades e de ocupação do seu tempo, em prejuízo da nossa vida familiar. Mas, é um sacrifício que nós aceitámos sem hesitação, na medida em que estamos conscientes da importância do papel de Xanana neste momento crucial para o futuro de Timor. Nem eu nem Xanana damos muito valor às posições de poder, a nossa maior preocupação é tentar contribuir para a melhoria das condições de vida do povo timorense, a que ele tem dedicado quase toda a sua vida. Xanana deveria estar já a descansar; mas a libertação do seu povo (agora da miséria) continua a ser a sua grande prioridade.
Está convicta de que um Governo com base na AMP (ALiança com Maioria Parlamentar) tem condições para cumprir toda uma legislatura?
Estou confiante que Xanana, bem como as outras pessoas que integram o IV Governo, darão o melhor de si próprias para governar o país até final do seu mandato. Por outro lado, é absolutamente necessário que sejam criadas as condições de estabilidade política e social que permitam mostrar ao mundo que os timorenses são capazes de governar o seu próprio país.
Preocupa-a em particular o grande número de desalojados que ainda há em Timor-Leste?
A questão dos desalojados é muito preocupante, principalmente pelas condições precárias em que os mesmos se encontram, há tanto tempo. É ainda procupante pelo facto da sua existência traduzir a falta de segurança e de estabilidade político-social que se tem vivido no país.
Admite que dentro de dois a três anos o clima económico e social do país possa ser melhor do que é hoje?
Tenho muita esperança que em breve o povo timorense verá as suas condições de vida melhorar e que, a médio prazo, se possa considerar que o clima económico e social do país sofreu realmente um impulso positivo rumo ao desenvolvimento e paz social. Com o empenho de todos – governo, oposição e sociedade civil – na defesa deste grande objectivo nacional, acredito que isso será possível.
Pela minha parte, continuarei a contribuir para melhorar as condições de vida das mulheres e crianças, em particular, através do trabalho que a Fundação Alola vem desenvolvendo no sentido de melhorar a sua educação, saúde e rendimento e apoiando-as na sua luta por uma maior participação na sociedade.
terça-feira, agosto 21, 2007
Entrevista a Kirsty Sword Gusmão
Por Malai Azul 2 à(s) 06:11
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
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Entrevista a Kirsty Sword Gusmão
“Xanana dará o melhor de si próprio para governar Timor-Leste até ao fim do mandato”
20.08.2007 - 19h30 Jorge Heitor
Agora empenhada nas actividades da Fundação Alola, criada em 2002, Kirsty Sword Gusmão, a esposa do actual primeiro-ministro Xanana Gusmão diz, em entrevista ao PÚBLICO, estar consciente do papel do marido “neste momento crucial para o futuro” do jovem país. Kirsty é uma australiana que nasceu em 1966 na cidade de Melbourne e há sete anos casou-se com o mítico guerrilheiro timorense.
COMENTÁRIOS:
Tropas Australianas desrespeitam bandeiras da Fretilin
Por Margarida, Amadora
Não sei se o jornalista do Público está a relatar de Timor-Leste ou não mas aproveito para o informar que nesta altura a cidade de Baucau está cheia de cartazes contra Xanana Gusmão e Ramos Horta e que por todo o lado há bandeiras da Fretilin, desde Vila Antiga até Vila Nova. Um dos cartazes tinha escrito: “Não cooperaremos com o IV Governo Constitucional e rejeitamos totalmente um Governo formado por partidos derrotados na eleição parlamentar de 30 de Junho de 2007, que não respeitaram a democracia e não deram valor ao nosso direito, segundo a Constituição. Viva a Fretilin, o Governo AMP é ilegal, continuaremos para sempre a acção contra o Governo AMP, o Presidente da RDTL destruiu a democracia!”. Também não sei se o jornalista do Público está a par da última provocação dos soldados Australianos que no Sábado passado roubaram bandeiras da Fretilin, arrancado-as dos mastros e limpando com elas as costas (a modos como se fosse papel higiénico) arremessando umas para o chão e fugindo com três, esquecendo que lutando sob a bandeira da Fretilin, morreram milhares de Timorenses. Pois se o jornalista do Público não sabe ficou ele e ficaram os leitores do Público a saber.
"Não sai, não sai"
Por João Lopes, Samora Correia
"Penso que vamos assistir a mudanças significativas. Acho que o Governo perdeu a confiança da população. Xanana Gusmão continua claramente a ser uma figura de autoridade e as pessoas esperam que ele exerça a sua autoridade neste momento decisivo", foi isto que em finais de Maio de 2006, já com as tropas Australianas desembarcadas – claro! - o que disse a estúpida e desbocada mulher do Presidente da República de Timor-Leste numa rádio Australiana. Uma fulana, para mais estrangeira e sem qualquer legitimidade institucional, disse isto, alcandorada a uma espécie de porta-voz autorizada do Presidente da República, praticamente demitindo numa rádio estrangeira o primeiro-ministro Mari Alkatiri democraticamente eleito pelo povo do seu país. E espantosamente é agora o jornalista Jorge Heitor que lhe faz o frete e lhe dá voz para ela enviar o recado do “não sai, não sai” do marido, usurpador do cargo que a Fretilin ganhou por ser o partido mais votado.
A mulher Australiana do Sr. José Alexandre Gusmão
Por Luis Simões, Almada
A mulher Australiana do Sr. José Alexandre Gusmão, foi entrevistada várias vezes pelos media australianos em plena crise no ano passado, para insolentemente mandar os recados do marido, nomeadamente que o primeiro-ministro Alkatiri se deveria demitir porque, se o não fizesse voluntariamente, o mais certo era que o Presidente o demitiria. Claro que então ninguém explicou à senhora Gusmão que, numa democracia a sério, a mulher do Presidente se deve remeter a um judicioso silêncio. E o resultado é que a pouca inteligente mas insolente e apatetada Australiana que tem uma visão patrimonial do poder, repete a dose. Se acaso exercesse qualquer cargo devia ser de imediato demitida. O que me espanta é a oportunidade da entrevista. Francamente, não acham mesmo que já chega de porem sal nas feridas de Timor-Leste?
Interesseira, apenas os interesses próprios a movem.
Por Margarida, Amadora
Esta Australiana não passa da interesseira e zelosa controladora dos interesses Australianos contra os interesses dos Timorenses. Interferiu de modo arrogante e inadmissível na esfera governativa, foi um factor de perturbação numa situação extremamente complexa a pedir ponderação que incendiou quando da crise em 2006. É um péssimo exemplo de meter o nariz onde não é chamada e de total falta de sentido de Estado e de insensibilidade cultural. Aliás não é por acaso que é amiga de peito do Ramos-Horta, em cuja campanha eleitoral participou activamente. Está na hora de partir para o seu país pois bastantes prejuízos já causou a Timor-Leste e aos Timorenses.
Kirsty Sword Gusmão
Por Anónimo, v.n.gaia
Sintomático o sítio do ALOLA ser em Inglês e nem mais um qualquer outro linguajar... o instrumento da Austrália a seu próprio serviço e a corporização da traição ao Povo Maubere. Timor saiu do Diabo (a ocupação Indonésia) e meteu-se na mãe dele (a Austrália). Percebe-se cada vez melhor o que desenharam Austrália e Xanana e a que preço abonou Ramos Horta este Golpe de Estado institucional. O Guerrilheiro Xanana borrou a sua própria história. Ainda se vai descobrir que o carcereiro de Xanana na Indonésia era, afinal, seu conselheiro.
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