quinta-feira, agosto 02, 2007

Braço de ferro da Fretilin com Parlamento e Ramos Horta

Timor-Leste

Público, 01.08.2007 - 20h48
Adelino Gomes

Eleitos da Fretilin deixaram de comparecer no Parlamento. Cimeira de Horta com Xanana Gusmão e Alcatiri adia decisão presidencial até sexta-feira.
Os deputados da Fretilin deixaram de comparecer no Parlamento nacional timorense, inviabilizando desta forma a constituição de um Governo saído das eleições de 30 de Junho.

A decisão foi tomada após a votação, esta terça-feira, que entregou os cinco lugares da mesa do Parlamento exclusivamente a membros da Aliança com Maioria Parlamentar (AMP).

Para regressar ao Parlamento, a Fretilin exige a satisfação de um “pacote de acordo” que passa pelo envolvimento desde partido na formação do próximo Governo, na mesa do Parlamento e na direcção das comissões parlamentares.

O primeiro efeito prático desta decisão da Fretilin foi o adiamento até sexta-feira, pelo Presidente Ramos Horta, do anúncio público do nome que iria dirigir o próximo Governo.

Esta quarta-feira, Ramos Horta chamou os líderes dos dois partidos mais votados nas eleições – Alcatiri (Fretilin) e Xanana Gusmão (CNRT) – numa última tentativa de reconciliação.

Nenhuma informação foi prestada publicamente sobre este encontro, mas o adiamento por Horta do anúncio da sua decisão indicia a esperança de alguma espécie de acordo ainda ser alcançado até lá.

O secretário-geral da Fretilin, Alcatiri, convocou uma conferência de imprensa para esta quinta-feira, na qual explicará as razões que levaram o seu partido a não comparecer no Parlamento.

1 comentário:

Anónimo disse...

Fretilin deixa de comparecer no Parlamento timorense
Público, 02.08.2007,
Adelino Gomes

Os deputados da Fretilin deixaram de comparecer no Parlamento Nacional timorense, inviabilizando a constituição de um Governo saído das eleições de 30 de Junho. A decisão foi tomada após o preenchimento dos cinco lugares da mesa do Parlamento exclusivamente por membros da Aliança com Maioria Parlamentar (AMP), na terça-feira. Para regressar ao parlamento, a Fretilin exige a satisfação de um "pacote de acordo" que passa pelo "envolvimento" do partido na formação do próximo Governo, na mesa do parlamento e na direcção das comissões parlamentares.
O primeiro efeito prático do estratagema parlamentar da Fretilin foi o adiamento, até amanhã, pelo Presidente Ramos-Horta, do anúncio do nome que iria constituir o próximo Governo. Tudo indicava que, falhada a tentativa de formação de um Governo de grande inclusão, Ramos-Horta iria convidar o líder do CNRT, Xanana Gusmão, para constituir o novo executivo com os seus parceiros de coligação (PD, ASDT e PSD).
Ao ausentarem-se do parlamento, os deputados da Fretilin retiram substância a esta medida presidencial. Sem a constituição das comissões especializadas, o programa do Governo não poderá ser discutido ou aprovado em plenário, defende Mari Alkatiri com base no regimento.
O Presidente reuniu ontem com os líderes dos dois partidos mais votados - Alkatiri (Fretilin) e Xanana Gusmão (CNRT). O facto de Ramos-
-Horta ter adiado uma decisão para amanhã indicia a possibilidade, ao menos teórica, de alguma espécie de acordo ser alcançada até lá.
Mari Alkatiri convocou uma conferência de imprensa para hoje, na qual explicará as razões que levam o seu partido a não comparecer no parlamento. Entre outros motivos de desagrado, apurou o PÚBLICO, Alkatiri sublinhará que o facto de deter maioria absoluta no anterior parlamento - o que não é hoje o caso da AMP - não impediu que a Fretilin oferecesse à oposição lugares na direcção das comissões especializadas.
Lu-Olo, presidente da Fretilin, sustentava ontem ao PÚBLICO que a AMP "nunca foi sufragada", pelo que constitucionalmente nunca deveria indicar o primeiro-ministro. Do lado da oposição à Fretilin, sublinha-se que as votações de segunda e terça-feira demonstraram a inutilidade de um convite a este partido, pois não conseguiria fazer passar o programa do seu Governo. A Fretilin parece apostar ainda na possíbilidade de conseguir algum voto nos partidos que apoiam a Aliança.
Recusa do partido de Mari Alkatiri obrigou o Presidente a adiar o anúncio do novo primeiro-ministro

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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