Timor Lorosae Nação – 13 de Agosto de 2007
por: Gonçalo Tilman Gusmão
Alexandre vai voltar a desgovernar-nos?
Pensando bem existiu uma certa acalmia neste período em que Alexandre Gusmão não pôs nem dispôs, visivelmente, no quotidiano timorense, limitando-se a ser um cidadão que se preparava para o combate eleitoral como melhor entendeu e o aconselhavam. Não imaginava ele que ia sofrer uma derrota de bradar aos céus e ter de apelar à santa aliança com integracionistas, vendedores de almas ao diabo, chulos, oportunistas, bandidos, cadastrados e uns quantos cidadãos de bem que não tarda põem-se ao fresco, dando origem a uma AMP não submetida a sufrágio eleitoral e que por isso representa nada ou então a maior intrujice eleitoral que já se viu.
O que reza na Constituição sobre “partido mais votado ou aliança de partidos” só pode ser subentendido que é referente a uma aliança pré-eleitoral, demonstrando o legislador que não imaginava poderem existir mentes tão perversas e doentias que iriam interpretar de outro modo, formarem governo sem que fosse por vontade expressa do eleitorado. Aliás, Ramos Horta assim não interpretaria se não estivesse há tanto tempo fazendo toda a força para colocar Gusmão como governante-chefe. Foi um acordo entre eles e isso já sabemos há muito. Mas então o Presidente Horta que se coíba de nos contar mentiras para ver se ainda lhe dispensamos algum crédito e respeito. Ele que faça o favor de se calar porque quanto mais se quer ilibar e armar em inocente e pró-incluso-democrático mais se atola no lodo da trama que vem a ser urdida há cerca de dois anos.
Os resultados das vigarices estão à vista. É indiscutível que Xanana Gusmão encarnou a personalidade política que mais nos divide, isso mesmo foi demonstrado nas eleições legislativas, mas temos o azar de não aceitar a verdade e a nossa recusa no seu desempenho em posições decisórias por recearmos que elas nos conduzam ao descalabro e jamais venhamos a ser uma nação livre, pacífica e independente. Se tantos o afirmam traidor ainda mais são aqueles que o respeitaram como guerrilheiro mas que desejam que ele se afaste de ser figura preponderante, imposta e quase ditatorial, dos timorenses.
Este Governo não será nunca um Governo, porque Alexandre vai voltar a desgovernar-nos através da divisão da nossa frágil sociedade. Pacificamente devia retirar-se e Ramos Horta deveria reconsiderar a sua nomeação, escolhendo um independente que fosse aceite por todas as partes. O Presidente desta República, assim, teimosamente prova ser indiferente às divisões e instabilidades que Alexandre Gusmão causa.
Rumores e violência fruto das divisões causadas por decisão do PR
Os actos violentos têm campeado principalmente em dois distritos timorenses mas nas regiões de Díli, Baucau e Viqueque tem sido onde as ocorrências de maior gravidade se têm registado. Os rumores ou boatos chegam a Díli com dimensões de tragédias inexactas e muito empoladas provocando dois tipos de reacções: não se acredita, não damos importância ou então acreditamos e preocupamo-nos mas mais nada podemos fazer – a não ser contactar os nossos amigos e familiares nos locais para sabermos se estão bem.
A mesma reacção não se pode esperar do resto do mundo e a desinformação que os media que assentaram arraiais em Timor proporcionam aos que neles confiam causa muita angústia, desorientação e receios que nem sempre são correspondentes à realidade do que aqui se passa. Nestes últimos tempos o comodismo dos correspondentes internacionais acreditados em Timor-Leste tem originado muita desinformação e contra-informação, demonstrando que a sua falta de profissionalismo está a vencer o gosto pela profissão. Ser jornalista inerte é o mesmo ou pior que ser jornalista da desinformação.
Este comentário só aqui é elaborado pelos evidentes e deficientes métodos profissionais por que se têm regido na cobertura dos acontecimentos da última semana em Timor-Leste. Agências de notícias houveram que deram como certo violações de alunas de um colégio católico em Baguia, referindo que foi invadido por uma centena de jovens da Fretilin. Fonte: o director da instituição, a Igreja que por razões evidentes já perdeu toda a credibilidade que em tempos nos mereceu.
Na maior parte dos casos veicularam a notícia sem a cruzar, sem esperar uma confirmação da entidade supostamente neutra, a ONU, a UNPOL. Agora, a conclusão a que se está a chegar é que tudo indica nada disso ter assim ocorrido…. Como outro diria: cadê a verdade dos factos? Facto é que este clima de horrores tão empolado ou pelo menos inexacto que estão a propalar para o resto do mundo certamente que os fará ser um pouco melhor vendedores de manchetes, mas isso em nada dignifica a profissão de jornalista, provavelmente nem a de jornaleiro dignificará.
Sabemos que a manutenção de um clima de horrores em Timor-Leste convém a alguns interesses, mas esses não são interesses que nos interessem, a nós, timorenses. Também sabemos que a irresponsabilidade presidencial de nomear Alexandre Gusmão para primeiro-ministro deste IV Governo Constitucional são, neste momento, o fruto das divisões na nossa sociedade, com o agravante da existência de muitas outras do passado longínquo e recente, sendo o que agita os descontentes que acabam por dar origem aos rumores, que uma vez mais se devem à irresponsabilidade revelada pelo PR. Estamos sempre a voltar ao mesmo, parecendo que o tempo parou.
segunda-feira, agosto 13, 2007
Alexandre Gusmão é a origem de quase todos os males
Por Malai Azul 2 à(s) 19:31
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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