Margarida deixou um novo comentário na sua mensagem "O homem deles em Timor":
Afinal não acertei, foi um australiano quem o Pedro Rosa Mendes (PRM) entrevistou esta semana e não mais um europeu. Contudo, novamente, o PRM desperdiçou por completo a oportunidade de nos elucidar sobre a crise e os seus autores e embora tenha escrito que o James Dunn “Voltou na última crise”, por convite do Ramos-Horta, nada explicou. Não que lhe faltasse material (bastava uma busca no google), mas o PRM preferiu entreter-nos com as historietas do passado.
Possivelmente não quis lembrar que o Mr. Dunn “viajou para Dili em 1 de Julho de 2006 a pedido do primeiro-ministro de Timor-Leste em-espera José Ramos Horta. ”Estou a trabalhar num projecto muito sensível – Foi-me pedido para organizar uma agenda para as políticas a serem implementadas pelo novo governo," disse ontem Mr Dunn.” (segundo Andrew Drummond no Fairfax Digital em 10/07/06)
E que o próprio Mr. Dunn após terminar a “tarefa” escreveu (25.07.06, http://www.mmiets.org.au/)
“O meu papel no renascer de Timor-Leste, chegou, por agora, ao fim
(…).
A minha preferência ia para os rebeldes, ou oficiais desobedientes,
serem persuadidos ou que lhes dessem ordens de regressarem aos quartéis
(…).
“O que o Governo de Horta deve fazer (…) é agir rapidamente em relação à
segurança e à economia (…) o governo de Horta precisa de apoio doméstico e
internacional para atingir os seus objectivos. (…)
Sugeri uma campanha em todo o país contra a violência e a
discriminação, e fiquei muito satisfeito quando um grupo de jovens se
encontraram e ofereceram um diálogo aberto em prol da unidade e contra a
violência. (…)"
Claro que o PRM teria que explicar factos embaraçosos aos leitores tais como o anúncio oficial de que Ramos Horta seria o novo PM só ter sido feito a 2 de Julho, e de o PR só ter recebido a delegação da Fretilin a 8 de Julho; e de Ramos-Horta só ter sido nomeado a 10 desse mês e de os ministros terem tomado posse só a 14…
E mais embaraçoso ainda foi o facto de a 25 de Julho o Reinado ter sido surpreendido pela GNR com armamento militar, em Dili e por conseguinte ter sido detido com mais 20 do seu grupo e ter sido preso, com acusações de tentativa de homicídio e posse ilegal de armas…exactamente no mesmo dia em que o Mr. Dunn terminou a missão.
Eu se tivesse tido oportunidade de falar com Mr. Dunn garanto que em vez de perder tempo com as historietas do passado teria conduzido a conversa não só para a sua missão em Julho passado como até para a missão do Mr. Dunn quando conselheiro da Missão das Nações Unidas em Timor-leste (UNMET) em 1999… e procuraria saber porque é que a ONU atrasou tanto a formação das F-FDTL e pior ainda, porque é que a Austrália e os USA votaram a saída da componente militar da ONU de Timor-Leste quando o próprio Governo da RDTL (e até Kofi Annan) a acharam prematura.
Sem comentários:
Enviar um comentário