segunda-feira, dezembro 04, 2006

ONU muito preocupada com dezenas de milhar de deslocados


Díli, 04 Dez (Lusa) - A manutenção de cerca de 25 mil deslocados em dez enas de campos de acolhimentos espalhados por Díli, face à iminência do início d a época das chuvas, está a preocupar as Nações Unidas, que receiam uma crise humanitária.

O alerta foi lançado hoje de manhã em Díli numa conferência de imprensa realizada pelo representante especial interino do secretário-geral da ONU, Finn Reske-Nielsen, em que aludiu à possibilidade de se registarem epidemias e casos mortais provocados pela inundação dos campos.

Reske-Nielsen chamou a atenção para quatro dos campos, que em conjunto têm cerca de dois terços dos 25 mil deslocados registados, e que se situam no Aeroporto Internacional, defronte do Porto de Díli, no Hospital Nacional e defronte da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT).

"Se não agirmos depressa corremos o perigo de haver proliferação de doenças e de mortes provocadas por choques eléctricos, resultantes da existência de cabos de transporte de energia", salientou.

Reske-Nielsen acrescentou que "já não se justifica a distribuição de ajuda alimentar, porquanto há comida suficiente e dinheiro suficiente em toda a cidade".

Nesse sentido, anunciou que as agências da ONU vão deixar de distribuir alimentos nos campos, salvo aos idosos, crianças e mulheres.

Este anúncio vem no sentido do que o primeiro-ministro José Ramos-Horta revelou sábado passado num encontro com representantes dos campos de acolhimento, que disse que a partir de 15 de Dezembro termina a ajuda que tem vindo a ser dada aos deslocados.

Há cerca de um mês, Ramos-Horta tinha já anunciado que a distribuição de ajuda alimentar, bem como a distribuição de água e electricidade nos campos terminaria na última semana de Novembro.

Os deslocados continuam renitentes em regressar às suas casas, alegando o clima de insegurança na capital e as notícias de confrontos entre grupos rivais em vários pontos da cidade.

José Gusmão, chefe do campo de deslocados situado no Aeroporto Internacional disse à Lusa que os deslocados daquela área "estão prontos para regressar aos seus distritos de origem", mas lamentou que o governo continue sem lhes gara ntir o necessário transporte para a viagem.

Os deslocados encontram-se nos campos desde Maio em consequência da crise político-militar desencadeada em Abril, e chegaram a totalizar 180 mil pessoas, cerca de 18 por cento da população timorense.

Fora de Díli, continuam registados cerca de 70 mil deslocados.

EL-Lusa/Fim


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NOTA: Que tal prenderem Alfredo Reinado e patrulharem 24 horas por dia os bairros para que os deslocados voltem a casa?!

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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