segunda-feira, dezembro 11, 2006

Notícias - traduzidas pela Margarida

Líderes políticos de Timor-Leste prometem trabalhar para a paz
AFP – Domingo, Dezembro 10, 1:23 AM ET

DILI – Os líderes políticos de Timor-Leste atormentado pelo desassossego prometeram trabalhar juntos para o retorno da paz e da ordem na jovem nação.

Numa cerimónia tradicional em frente do palácio do governo à beira-mar, o Presidente Xanana Gusmão, o Primeiro-Ministro José Ramos Horta, o Presidente do Parlamento Nacional Francisco "Lu Olo" Guterres e membros do gabinete juntaram-se a líderes tribais de 13 distritos do país.

"Nós representantes dos órgãos de soberania do Estado, líderes políticos e anciãos, juramos solenemente trabalhar juntos e abrir os nossos corações à paz e à ordem," disseram os líderes repetindo uma promessa lida alto na língua local Tétum por um chefe tribal vestido em roupas nativas coloridas.

Presente esteve também o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri e o antigo presidente Francisco Xavier Amaral.

Os líderes acrescentaram que trabalharão pela paz, amor e compreensão para as próximas gerações "não falarem mal uns dos outros de modo a podermos apoiar e a cuidar do nosso povo em paz e estabilidade."

Disseram que os espíritos dos heróis mortos actuarão como testemunhas, e que serão amaldiçoados se voltarem atrás nas suas palavras.

Falando depois de participar na promessa, Gusmão disse que o desassossego no país foi um "erro colectivo " do governo.

"Porque nos distanciámos mutuamente uns dos outros, nos recusamos a ouvir uns aos outros, deixamos as pessoas a sofrer durante a crise," disse Gusmão.

Como parte da cerimónia, que foi atendida por cerca de 500 pessoas, os líderes tribais aspergiram um grande mastro de bandeira em frente do gabinete com uma mistura de água de coco e de sangue tirado de um golpe feito numa orelha de um porco.

Ramos-Horta disse que a cerimónia, guardada da perto por membros da UNpol, era para marcar o 10º aniversário da entrega do prémio Nobel da Paz ao então Bispo de Dili Carlos Belo e a ele próprio, então ministro do estrangeiro do movimento de resistência.

A pequena nação, que alcançou a independência em 2002, foi atingida em Abril e Maio por confrontos entre facções das forças de segurança que degeneraram rapidamente em violência de rua envolvendo gangs juvenis.

Pelo menos morreram 37 pessoas no derramamento de sangue, que levou ao destacamento de 3,200 tropas lideradas pelos Australianos para restaurar a calma.

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Ruddock: Improvável que a informação classificada sobre Balibo seja libertada
ABC - Domingo, Dezembro 10, 2006. 7:08am (AEDT)

O Procurador-Geral federal Philip Ruddock indicou que é improvável que seja libertado qualquer material classificado para um inquérito judicial sobre a morte de cinco jornalistas Australianos em Timor-Leste em 1975.

Um jornal de Sydney publicou ontem um extracto do que diz ser um relatório dos serviços de informações sugerindo que os homens foram executados por ordem de generais Indonésios.

Em Fevereiro, em Sydney começa um inquérito de investigação à morte dos homens em Balibo e o investigador pediu à Comunidade para libertar informações secretas.

O Sr Ruddock diz que será disponibilizado ao investigador material relevante, mas não sabe se há informação dos serviços de informações.

Diz que este tipo de informação normalmente não é tornado público.

"A informação dos serviços de informações não está no domínio público, vulgarmente não estará no domínio público," disse. "A questão de sim ou não, se está disponível, como seria dada ao investigador depende realmente das circunstâncias."

O Sr Ruddock diz que tem esperança que o inquérito judicial à morte dos cinco traga luz ao que aconteceu.

Diz que o inquérito judicial testará a evidência disponível.

"Isto aconteceu em 1975 pouco antes da invasão de Timor-Leste e temos esperança que o inquérito judicial possa trazer luz adequada no que pode ou não ter acontecido," disse. "Obviamente isto tem importância para as famílias."

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ABC News Online
Última actualização: Sábado, Dezembro 9, 2006. 10:22am (AEDT)

Os cinco de Balibo: Shirley Shackleton acredita que houve um encobrimento por políticos Australianos. (Reuters)

Esposa quer a verdade sobre o assassinato dos cinco em Balibo

A mulher de um jornalista Australiano que foi morto em Timor-Leste há 31 anos atrás diz que não está surpreendida em ler relatos hoje que dizem que o seu marido e quatro outros foram capturados e executados por ordem de generais Indonésios.

Relatos de jornais sugerem que a nova informação vem de dois advogados do governo Australiano e que tinha sido suprimida noutros inquéritos.

É esperado que o testemunho deles seja apresentado num inquérito de investigação judicial em Sydney, que começa em Fevereiro.

Shirley Shackleton diz que acredita que tem havido um encobrimento por políticos Australianos e que tem esperança que a verdade do que aconteceu aos chamados cinco de Balibo seja agora finalmente revelada.

"Tenho estado a tremer de fúria desde há um quarto de hora," disse.

"Estou demasiadamente zangada por pensar que o nosso sofrimento foi tornado pior pelos nossos próprios”.

"Não tinha muitas esperanças pelos militares Indonésios, são bandidos e assassinos, mas pelos nossos próprios chamados políticos maravilhosos."

A Srª Shackleton diz que não está surpreendida por saber que há evidência que contradiz relatos oficiais que os cinco foram apanhados por fogo cruzado.

"Soubemos sempre que era um pacote de mentiras, era realmente bastante óbvio desde o primeiro dia que eles tinham sido assassinados e que não foram mortos em fogo cruzado," disse.

"Houve muitas testemunhas oculares que têm tentado dar evidência e sucessivos governos Australianos recusaram receber a evidência deles."

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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