Posted por Margarida
Já que alguns aqui tanto falam dos “massacres” de 28 de Abril, vejamos como a UNOTIL, na sua revista dos media falou do assunto. As primeiras notícias saíram a 2 de Maio. Vejamos algumas:
Daily Media Review
Terça-feira, 2 de Maio 2006
A Polícia chama os peticionários à responsabilidade
Salsinha: ainda estamos no mato + A Polícia chama os peticionários à responsabilidade + Mari apela aos peticionários para regressarem + Se Xanana ainda está calado, não me renderei
Em relação à violência na última Sexta-feira, o Comandante da PNTL Sr. Paulo Martins pediu aos 594 peticionários para assumirem a responsabilidade pelo que aconteceu em Dili. O Sr. Martins disse aos repórteres que foi encontrar-se com os peticionários para lhes pedir para se manterem calmos mas que eles se tornaram violentos e começaram a queimar carros no Palácio do Governo.
“Queimaram um motociclo mesmo à minha frente, vi com os meus próprios olhos” disse o Sr. Martins. “Tínhamos um acordo com os peticionários na semana passada que não podia haver violência mas eles quebraram as suas promessas por isso devem ser responsabilizados pelo que fizeram”. Em resposta à declaração do Sr. Paul, o porta-voz dos peticionários, o Sr. Gastão Salsinha, disse a um repórter do TP via telefone que ele culpa os líderes porque não tinham vontade de resolver os problemas. “Só quero dizer que estamos no mato porque já ninguém quer encontrar uma solução” disse o Sr. Salsinha.
O Primeiro-Ministro Mari Alkatiri tem apelado pelos media para os peticionários regressarem a Dili para resolverem os problemas. O Sr. Alkatiri disse, “Em nome do Governo, apelo aos peticionários para regressarem, especialmente aos líderes dos peticionários. Pedi-lhes para regressarem para podermos encontrar a melhor solução juntos e mantermos a nossa unidade nacional.” O Diário National quota o Sr. Salsinha a dizer, “Se o Xanana ainda está calado, não me renderei porque só confio no Presidente Xanana visto que ele é o nosso Comandante Supremor” disse. (DN TP, STL))
Apresentador/Entrevistador: Sen. Lam
Entevistado: Ministro dos Estrangeiros de Timor-Leste José Ramos-Horta
RAMOS-HORTA: Deixe-me pôr as coisas no contexto. Dos quase 600 soldados despedidos, nunca houve mais de duzentos ou trezentos a participarem nas manifestações. E o seu comportamento da maioria foi pacífico. O resto nunca participou nas manifestações; já estavam nas suas aldeias há algumas semanas. E é isto que tenho tentado dizer aos media há muitos, muitos dias – a maioria dos soldados regressaram pacificamente às suas aldeias.
Portanto, por outro lado, dos que ficaram, por alto duzentos ou trezentos, mais de cem disseram ontem, que se querem entregar eles próprios à polícia.
LAM: Então o governo está num modo conciliatório? Tivemos relatos que as tropas do governo podem estar a persegui-los nas montanhas?
RAMOS-HORTA: É um absolute disparate. As tropas do governo já saíram, já entregaram o controlo dos subúrbios da cidade à polícia e as forças armadas estão acantonadas agora mais longe do distrito de Dili, somente para evitar qualquer possível regresso dos hooligans que foram responsáveis pelos estragos na Sexta-feira. Outra vez, enfatizo, os ex-militares, a grande maioria, com talvez muito poucas excepções, estiveram envolvidos nas pilhagens na capital.
LAM: E ministro, o governo no mês passado prometeu fazer qualquer coisa sobre as queixas dos soldados, mas falhou a resposta numa hora limited das 3 pm na Sexta-feira. Porque é que o governo até agora não foi capaz de arranjar uma resilução?
RAMOS-HORTA: Isso, outra vez, é um disparate absoluto. Era eu o líder da parte do governo encarregado de falar com os soldados despedidos, durante alguns dias. Tive conversas muito productivas com os soldados.
Contudo, naquele ponto percebi que os soldados tinham perdido o controlo da manifestação. Tinham permitido aquele grupo que liderou a violência de tomar o controlo da agenda. No dia antes da violência, tínhamos chegado a um acordo, tínhamos esboçado um comunicado, e o comunicado tinha já sido emitido, anunciando o estabelecimento de uma comissão de investigação, que tinha sido acordada comigo, pelos soldados despedidos. Contudo, na Sexta-feira, de manhã, somente 200 soldados permaneciam na área, a maioria já tinha partido. Os jovens, particularmente alguns hooligans, e os seus líderes, tinham tomado o controlo da manifestação, e foram eles os responsáveis pela violência. Portanto é um disparate absoluto dizer-se que o governo não tinha tomado uma decisão em relação às suas queixas. Uma comissão de investigação é uma comissão para investigar as alegações, e não para tomar uma decisão antes de ouvir todos os lados. (ABC net.au)
Ramos-Horta quer que a presença da ONU se mantenha
Timor-Leste quer que a Austrália faça lobby na ONU para se manter em Dili depois da missão corrente acabar.
O Ministro dos Estrangeiros de Timor-Leste José Ramos-Horta voará para New York esta semana para tentar convencer o conselho de segurança da ONU a manter a presença em Dili depois da sua presente missão politica chegar ao fim em 20 de Maio.
O pedido segue-se a motins na capital na semana passada, que deixaram cinco pessoas mortas.
O Dr Ramos-Horta tentou alistar o apoio da Austrália num telefonema com o Ministro dos Estrangeiros Alexander Downer.
"(Pedi-lhe) como amigo de Timor-Leste, como amigo pessoal para falar com a ONU em New York, com os Americanos para termos um esforço concertado," disse aos repórteres em Sydney.
Mr Downer indicou que a Austrália estava aberta para ajudar Timor-Leste a manter uma presença da ONU depois da operação corrente, conhecida como UNOTIL, terminar.
A Austrália tem correntemente três oficiais militares de ligação e quarto policies civis na operação da ONU.
“É uma decisão do conselho de segurança da ONU, apesar de irmos ter – sendo vizinhos da porta ao lado de Timor-Leste – um país que tem um peso considerável," contou Mr Downer à ABC Radio.
"Mas repare, há talvez um caso para a continuação da presença da ONU lá por mais algum tempo que de outro modo não haveria."
Mr Downer disse que a Austrália estaria disponível para discutir a situação com os USA e a Grã-Bretanha, e outros membros do conselho de segurança da ONU.
O SG da ONU Kofi Annan apoia a permanência de um pequeno gabinete da ONU em Timor por mais 12 meses, após o fim desta missão.
Apesar dos violentos ataques na semana passada, o governo Timorense não acredita que sejam necessários capacetes azuis – que saíram no ano passado - para garantir a segurança da nação.
"Não precisamos de nenhuma força policial maior, do que precisamos é da continuação dos conselheiros policiais para a nossa polícia," disse o Dr Ramos-Horta.
"Precisamos de forte assistência eleitoral, técnica e ... apoio legal porque temos uma eleição no próximo ano."
O Dr Ramos-Horta desvalorizou o significado dos motins na Sexta-feira.
O desassossego rebentou durante uma marcha de apoio aos quase 600 soldados despedidos em Março por terem desertado com queixas sobre discriminação entre os do leste e os do oeste de Timor-Leste.
"Temos que ver as coisas na perspectiva, apesar de tudo a violência durou não mais que uma tarde," disse à ABC Radio.
Confirmou que cinco pessoas morreram mas disse que a calma regressara à capital.
"A informação que obtive esta manhã é que mais de 100 dos jovens envolvidos na violência renderam-se à polícia," disse.
"Muitos dos soldados despedidos regressaram às suas aldeias e foram às autoridades locais da sua área.
"A situação hoje é absolutamente calma." (AAP)
domingo, julho 16, 2006
Sobre os peticionários
Por Malai Azul 2 à(s) 12:21
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Continuemos a ver como a UNOTIL, depois de 2 de Maio, continuou a tratar as questões subsequentes ao tal “massacre” de 28 de Abril, na sua revista dos media, concretamente de 3 e 4 de Maio. È um tanto extenso, mas bastante significativo. Até dá para “descobrir” que o primeiro que avançou com os “60 mortos” foi o Salsinha, logo no dia 4 e apesar de alegadamente estar na “clandestinidade” e nas montanhas...
1 - Quarta-feira, 3 Maio 2006
Presidente Xanana: Juntos restauraremos a nossa unidade nacional + A intervenção das F-FDTL é legal
Em relação à violência na última Sexta-feira, o Presidente Xanana Gusmão apelou a todo o povo de Timor-Leste que anteriormente se juntou como uma força para ganhar a independência da ocupação indonésia para restaurar a unidade nacional. “Juntos restauraremos a nossa unidade nacional e todos devemo-nos agarrar a ela com força,” disse o Presidente Gusmão.
Também apelou aos peticionários para regressarem a casa dizendo que garantia a sua segurança. “Compreendo que se sintam inseguros mas o Governo garantiu-vos a vossa segurança para os levar para casa de modo que possam ir para a vossa vida do dia-a-dia para ajudarem as vossas próprias famílias”.
Em resposta a rumores que a PNTL e as F-FDTL lutariam uma contra a outra, Xanana disse aos repórteres que a PNTL e a F-FDTL trabalhariam sempre juntas para manter a segurança, portanto os rumores são falsos.
Depois de se encontrar com o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri ontem, o Presidente disse que a situação estava sob controlo, portanto a PNTL e as F-FDTL regressariam aos seus quartéis.
Em resposta ao comentário do deputado Jose Nomiado do PD que a intervenção das F-FDTL foi ilegal e inconstitucional, um porta-voz da Fretilin, o deputado Francisco Miranda, disse aos repórteres no Parlamento Nacional que a intervenção é legal quando as F-FDTL cooperarem com a PNTL numa situação de crise com base na lei do Governo. “Depois do que aconteceu em Dili, estávamos numa situação de crise portanto as F-FDTL tinham de intervir para manter a segurança neste país” disse Miranda. (DN, TP, STL)
Salsinha: “O Governo só sabe matar”
O porta-voz dos Peticionários das F-FDTL, Gastão Salsinha, disse que a Administração de Mari Alkatiri não tem vontade política para resolver os seus problemas, acrescentando que a Administração só sabe matar e destruir, relatou o STL.
Falando ao STL do seu esconderijo durante uma entrevista telefónica na Terça-feira, Salsinha disse, “Falando francamente, estamos chateados com a Administração de Mari Alkatiri.
Só sabem como escalar os problemas, por isso não confiamos no PM Alkatiri.”
Foi relatado que desde os incidentes da última Sexta-feira, eram desconhecidos os movimentos de Salsinha. “Os meus movimentos são secretos. Não há necessidade de saber onde estou neste momento,” disse.
Contudo, Salsinha disse que os incidentes em frente do Palácio do Governo não teriam acontecido se Mari Alkatiri tivesse a boa vontade e a prontidão para cooperar com o Parliamento, o Presidente da República e o Tribunal de Recurso para responder aos pedidos dos peticionários.
Salsinha declarou que durante as manifestações não houve nenhuma autoridade do Governo que quisesse vir e falar aos manifestantes para explicar as medidas a tomar em relação aos seus problemas. Por causa disso, disse, isso desencadeou a raiva dos manifestantes e perderam o controlo do que resultaram os incidentes [na Sexta-feira, 28 Abril]. “Nós, os peticionários não temos qualquer desejo de derrubar o Governo. Só queremos que os nossos problemas sejam resolvidos. Só queremos justiça, “ acrescentou Salsinha. (STL)
A investigação aos mortos em Tasi Tolu + O Governo criou uma nova comissão para identificar as vítimas de Sexta-feira
Em relação aos rumores de que foram mortas muitas pessoas em Rai Kotuk, Comoro e outros locais, o Presidente Xanana teve uma reunião no Domingo com o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, Ministro do Interior Rogério Lobato, Comandante das F-FDTL Taur Matan Ruak e Comandante da PNTL Paulo Fátima Martins para acordar autorizar o acesso ao Provedor dos Direitos Humanos de Timor-Leste aos locais onde ocorreram os incidentes.
O Vice-Presidente do Provedor dos Direitos Humanos de Timor-Leste Silveiro Pinto Batista disse ao repórter da TP que mesmo apesar dos líderes terem acordado, eles não puderam aceder ao local onde ocorreram os incidentes porque as F-FDTL não os autorizou. “Como organização dos direitos humanos, queremos investigar se a questão das mortes é verdadeira ou falsa”, disse Pinto.
O porta-voz do Conselho de Ministros, Antonio Bianco, disse que o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri tinha criado uma nova Comissão para identificar quantas pessoas morreram e ficaram feridas e também identificar as vítimas do incidente de Sexta-feira. A Comissão inclui dois representantes da Cruz Vermelha de Timor-Leste, dois do Ministério de Saúde e dois da PNTL e o Administrador de Distrito de Dili. É relatado que a Comissão também trabalhará com o Ministério do Trabalho e da Solidariedade para identificar as pessoas que precisarão de assistência do Governo. “O Governo providenciará novos locais para quem perdeu as casas” Bianco acrescentou. (TP, STL)
Ramos-Horta descarta vontade de lutar do líder dos rebeldes
O ministro dos Estrangeiros de Timor-Leste José Ramos-Horta desvalorizou as reivindicações do líder dos soldados rebeldes, no centro da violência do fim de semana passado, que eles continuarão a lutar contra o Governo.
Quase um terço das forças armadas do país foram despedidas depois de entrarem em greve no mês passado em protesto sobre o que se queixavam ser discriminação étnica.
O porta-voz dos soldados, o antigo Tenente Gastão Salsinha disse à ABC que ele e 100 homens estavam num local secreto nas montanhas acima de Dili e que estão preparados para continuar a sua luta.
Contudo, O Sr Ramos-Horta disse ao programa Lateline da ABC que conhece a personalidade do antigo Tenente e que não acredita que ele tenha capacidade para montar uma insurgência.
"Para lutar uma insurgência neste país, nas montanhas enrugadas, é preciso ter profundas convicções motivadoras," disse.
"Se se está somente motivado por certos ganhos a curto prazo, não se sobreviverá lá."
Disse que o Tenente Salsinha foi despromovido da sua posição por contrabando de madeira de sândalo, não por razões étnicas.
O Sr Ramos-Horta acrescentou que não acredita que o Tenente seja uma ameaça para a estabilidade de Timor-Leste.
"Alguns emissários do Sr Salsinha foram pedir à residência privada na montanha (do Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão) para fazer contacto e oferecer a rendição," disse.
“Portanto ele pode render-se nos próximos dias e se o fizer ninguém será preso.
"Serão brevemente detidos para identificação e depois libertados até serem chamados à comissão de investigação para ouvir as suas alegações." (ABC)
2 - Quinta-feira, 4 Maio 2006
Rogério & Dudu encontram-se com PM + É um rumor que os peticionários se vão revoltar
Foi relatado que o Ministro do Interior Rogério Lobato, o ex-Comandante das FALINTIL “Dudu” e o Chefe da Polícia, Arnaldo Araújo tiveram ontem um encontro urgente com o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri.
Falando aos media depois do encontro, Lobato disse aos repórteres que discutiram a situação corrente. “A situação é normal, mas há muitos rumores”, disse Lobato.
Em resposta aos rumores de que os peticionários das F-FDTL estão agora no Distrito de Ermera preparando-se para atacar Dili, Araújo declarou que a situação em Ermera está sob controlo.
Um deputado pelo Distrito de Ermera, Jacinto Maia, disse aos repórteres no Parlamento Nacional que o rumor alegando que os peticionários que agora estão em Ermera querem atacar Dili é uma mentira. “Foram todos para Ermera porque são todos de Ermera”, disse Maia.
Realçou que a maioria dos peticionários querem vir a Dili para resolver o problema, mas que se sentem inseguros, a não ser que o Governo possa garantir a sua segurança. (DN, TP)
A América triste com a situação corrente em TL
Relacionado com a violência que ocorreu em Timor-Leste na última Sexta-feira, o Embaixador dos USA em Timor-Leste Joseph Grover Rees disse que os USA estão tristes com o que aconteceu aqui, em particular os incidentes de 28 de Abril nos quais os manifestantes atacaram o edifício do Governo e queimaram casas e carros.
Depois de se encontrar com o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, Rees disse aos repórteres que, “A América é um dos melhores amigos de Timor-Leste, portanto sentimo-nos tanto quanto os Timorenses com o que aconteceu.” Também disse que concorda com o caminho que o Governo está a tomar para investigar os incidentes de 28 de Abril (DN, TP).
O DPHJ não pode aceder aos locais: o Comandante das F-FDTL deve explicar
Em relação à declaração do Vice-Provedor dos Direitos Humanos e Justiça, Silveiro Pinto, que a sua organização foi impedida pelas F-FDTL de aceder ao local onde se diz que pessoas foram mortas, a deputada do PSD Lúcia Lobato disse que o Comandante das F-FDTL deve explicar porque é que o DPHJ foi impedido de fazer o seu trabalho. Anteriormente o Governo declarou que foram mortas cinco pessoas na violência do fim-de-semana passada, contudo o porta-voz dos peticionários Gastão Salsinha reclamou que o número subiu para 60 mortos. “Deixem o Gabinete do Provedor fazer o seu trabalho para que possamos ter a certeza se esses rumores são verdadeiros ou falsos”, disse a deputada Lobato.
Empurrão para prolongar o mandato da ONU em Timor
Oficiais Australianos estão em discussão com a ONU sobre o prolongamento do mandato da ONU em Timor-Leste, que termina em 20 de Maio.
O Ministro dos Estrangeiros José Ramos-Horta apelou ao seu colega Australiano, Alexander Downer, para fazer lobby no Conselho de Segurança da ONU para o prolongamento da missão depois de episódios de violência no fim-de-semana desencadeados pelo despedimento de 600 soldados amotinados.
O Sr Ramos-Horta disse que era necessária uma força da ONU reforçada para ajudar a gerir as forças de defesa e para observar potencialmente disputadas eleições em 2007.
Contudo desvalorizou reportagens de violência no país, realçando que não era inseguro.
O Dr Damien Kingsbury, um especialista de Timor-Leste na Universidade de Deakin, disse que a declaração era incorrecta mas evasiva.
"O Governo de Timor-Leste quer desvalorizar (a situação) porque não querem ser vistos como tendo disparado contra o seu próprio povo," disse.
Pelo menos seis pessoas morreram nos motins no fim-de-semana e centenas de pessoas têm ainda re regressar às suas casas. O líder rebelde dos soldados despedidos jurou contitular a sua insurgência a partir das montanhas que rodeiam a capital, Dili.
O porta-voz dos assuntos estrangeiros da oposição Kevin Rudd disse que era importante a Austrália permanecer engajada na questão e empurrar para o prolongamento do mandato da ONU em Timor-Leste.
Há 32 membros Australianos das forças de defesa destacados em Timor-Leste, incluindo um contingente da Polícia Federal Australiana. (The Age)
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO
4 de Maio 2006
ACTUALIZAÇÂO DA SITUAÇÃO
A Comissão de Investigação criada para encontrar a verdade das alegações feitas pelos ex-membros das FDTL e chegar à raiz das causas do seu descontentamento com as forças armadas começou a trabalhar.
Os representantes do Governo na Comissão, a Ministra da Administração do Estado, Dra. Ana Pessoa, apontou os administradores de distrito para ajudarem a chegar aos ex-membros das FDTL, os chamados peticionários.
Cada administrador de distrito, com um representante local da PNTL e do Ministério do Trabalho e da Re-inserção Comunitária, desenvolverá os melhores esforços para identificar cada um dos ‘peticionários’ – ou directamente ou através das suas famílias – de modo a registá-los e a possibilitar o pagamento de um subsídio até a Commissão completar a sua investigação.
O processo servirá também para ajudar cada um dos ex-membros das FDTL a ser re-integrado na vida civil, com o Governo a fazer os melhores esforços para lhes encontrar empregos apropriados.
A sua identificação e registo também será útil para determinar se algum morreu ou foi ferido durante a violência e ataques de Sexta-feira, 28 de Abril. Esta informação será passada à Comissão de Verificação de Dados sobre Mortos e Feridos.
Este Comité é formado por Antoninho Bianco, Ministro da Presidência do Conselho de Ministros; Arsénio Bano, Ministro do Trabalho e da Re-inserção Comunitária, secretário-geral Eugénio Soares e Aida Mota; do Ministério do Interior, o Comandante das PNTL Paulo Martins, e Justino Jesus; do Ministério da Saúde, Fernando Bonaparte; o Administrador do Distrito de Dili, Ruben Carvalho; e representando a Cruz Vermelha de Timor-Leste, Isabel Guterres (presidente) e Luís Freitas.
A Dra. Ana Pessoa pôs a Comissão de Investigação do processo em andamento durante a sua consulta regular com os administradores de distrito, desta vez em Ainaro.
Entretanto, apesar de não se terem registado nos últimos dias nenhum incidente relacionados com os eventos de 28 de Abril,continuaram a circular rumores infundados e alarmistas que causam um sentimento de medo na população. Isto, infelizmente, tem levado a um significativo êxodo de Dili, apesar das tentativas da Presidência, do Governo e das autoridades da lei e da ordem.
Durante uma conferência de imprensa conjunta esta manhã no Palácio das Cinzas, a seguir à sua reunião habitual, tanto o Presidente Xanana como o Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, apelaram, mais uma vez à calma, pedindo à população para regressar a casa. O próprio Primeiro-Ministro reconheceu que o único problema que existe no momento é como parar com os rumores alarmistas.
A Polícia (PNTL) foi instruída para coordenar com as autoridades locais em cada subúrbio de modo a que as casas ‘abandonadas’ sejam protegidas.
Também, na reunião entre o Primeiro-Ministro Alkatiri com o Presidente Xanana, onde também participou o Ministro do Interior Rogério Lobato e o Ministro da Defesa Roque Rodrigues, foi decidido dar ordens aos membros das FDTL, que desde Sexta-feira têm patrulhado áreas de Dili para regressarem aos seus quartéis. Também deram ordens aos membros da PNTL que usam armas automáticas para se retirarem do patrulhamento.
Esta decisão foi tomada porque se acredita que a a presença de soldados armados nas ruas pode ser um factor que contribua para o medo que o público em geral sente. Espera-se que isso acalme e que re-assegure a população que tudo está sob controlo. – FIM
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