quarta-feira, novembro 12, 2008

Partido de oposição ameaça sair do Parlamento timorense

Lisboa, 10 nov (Lusa) - A Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin) ameaçou abandonar o Parlamento timorense até o final do ano, acusando os deputados da maioria parlamentar de cumplicidade com o governo local e de boicote às iniciativas da oposição.

"O Parlamento tornou-se um instrumento do governo, não dando oportunidade à oposição para questionar certos assuntos de interesse nacional, como aconteceu na discussão do Orçamento Geral do Estado deste ano", disse à Agência Lusa o presidente da Fretilin, Francisco Guterres Lu'Olo.

Lu'Olo acusou os deputados da Aliança da Maioria Parlamentar (AMP), liderada pelo Congresso Nacional da Reconstrução de Timor Leste (CNRT), do premiê Xanana Gusmão, de "serem cúmplices do governo", o que tem impedido que o Parlamento exerça as suas funções de órgão legislativo e de fiscalização do executivo.

"Uma maioria pode suportar o governo, mas suportar o governo não é fazer leis contra a Constituição, não é tornar-se cúmplice de um governo que atua fora das leis. Se não corrigirem essas situações vamos abandonar o Parlamento", disse.

A Fretilin, que venceu as eleições de 2007 sem maioria, detém 21 dos 65 assentos no Parlamento Nacional de Timor Leste e não reconhece a legitimidade do Executivo liderado por Xanana Gusmão.

"Se continuar assim, a decisão pode ser amanhã, pode ser depois de amanhã, pode ser daqui a um mês, antes do fim deste ano", acrescentou, se recusando a adiantar uma data precisa.

Mobilização

A decisão foi tomada no sábado, durante uma reunião do comitê central da Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), em que também ficou decidida a realização da "Marcha da Paz".

"Vamos mobilizar as massas, os militantes da Fretilin para descerem algum dia", disse Lu'Olo, explicando que a data da passeata depende da conclusão do "reajustamento estrutural" das bases do partido.

O mandato de cinco anos dos responsáveis eleitos para as estruturas locais terminou e a Fretilin está no meio do processo de eleição dos novos dirigentes em 13 distritos, 65 subdistritos e mais de 400 aldeias.

Até agora, foram eleitos 40% dos dirigentes locais e, segundo o presidente da Fretilin, só quando ficar concluído todo o processo é que será definida a data da marcha.

Segundo Lu'Olo, as decisões que saíram da reunião de sábado são a "resposta política" do partido à atual situação governamental.

"As coisas não estão a andar bem. O governo liderado por essa dita AMP não fez praticamente nada e o que se está a verificar é que há má governação, há corrupção, o conluio e o nepotismo pululam nesse governo. Por isso, tomamos esta decisão como uma resposta política", concluiu Lu'Olo.

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Traduções

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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