terça-feira, novembro 18, 2008

In Timor Lorosae Nação

Terça-feira, 18 de Novembro de 2008

Hércules: MAIS UM CASO PARA AS GAVETAS DE LONGUINHOS MONTEIRO
Por ANTÓNIO VERÍSSIMO – Página Lusófona

Hércules Rosário Marçal, o gangster timorense radicado na Indonésia, foi detido pela polícia indonésia, juntamente com outros sete criminosos, na capital, Jacarta. A notícia foi veiculada pela comunicação social e também pelo The Jakarta Post, peça jornalística que poderá ver no TLN versão em inglês.

Até aqui tudo normal. Criminalidade existe em todo o lugar, em todos os países, em todo o mundo. O que não será normal é recordarmos que o actual governo timorense tem mantido relações especiais e agradecidas com este gangster, já há muito referenciado e agora detido pela polícia indonésia.

Em 6 de Agosto passado podíamos ler no jornal Timor Post, de Díli que o governo agradecia a Hércules pela contribuição prestada ao progresso do país, completando: “O Governo timorense expressou o seu agradecimento e apreciação ao gangster indonésio Rosário Marçal conhecido como "Hércules" que contribuiu com dinheiro para arranjar os jardins da capital, ocupados pelos deslocados internos (Timor Post, 06.08.08)”.

Entretanto, também é de conhecimento geral, por ter sido noticiado, que Hércules iria investir em Timor-Leste em negócios e que por isso, alegadamente, teve reuniões com elementos do governo. Acresce que já anteriormente, antes de 11 de Fevereiro, Hércules esteve reunido com governantes ou até mesmo com Xanana Gusmão, como consta.

Sobre tais factos podemos considerar tudo anormal. Governantes e um governo que tão bem se relacionam com um gangster? Que fazem negócios com um gangster? Que tecem agradecimentos e elogios a um gangster? Que se reúnem com um gangster em gabinetes de edifícios oficiais?

Então, mas o governo AMP quer fazer de Timor-Leste uma plataforma de crime e lavagem de dinheiros conseguidos ilicitamente? Temos aqui mais um governo como o da Guiné-Bissau, onde imperam os barões e os lacaios da droga?

Como se pode constatar facilmente o governo da AMP não pode dizer que desconhecia quem era o senhor Hércules no mundo do crime e que por isso lhe deu trato de honrado investidor. Assim, partindo do princípio de estarem a par de tudo como puderam aceitar os “serviços” de um criminoso da pior estirpe? Que “negócios” é que o governo AMP ou elementos do governo da AMP tiveram e têm com este gangster paralelamente aos que são conhecidos publicamente?

Certo é que a partir daqui podemos entrar em eventuais especulações perfeitamente legítimas e a culpa será dos que estão a confirmar as afirmações de Mário Carrascalão antes da formação da AMP, em que deixava entender que o CNRT era um aglomerado de bandidos. Não será?

Xanana Gusmão, tão autoritário que demonstra ser para umas coisas, porque razão nunca reagiu a este estado de coisas, a este descalabro de promiscuidades governamentais com um gangster conhecidíssimo?

As perguntas ficam - enquanto não surgirem respostas devidamente fundamentadas, o que, parece, como de costume, não irá acontecer. Mais um caso para as gavetas de Longuinhos Monteiro, as tais que até já estão cheias de teias de aranha, onde até mora o “caso 11 de Fevereiro”, entre outros.

NÃO PODEMOS SER MUDOS À LIDERANÇA CEGA E SURDA
Por ERMERA BELO

Como foi possível que personagens de uma luta de libertação do país e dos timorenses se enquadrassem na sua entrega a interesses estranhos e na sua fidelidade à traição?

Se ainda há quem queira mais provas sobre o estatuto assumido por Xanana Gusmão de que está a ser ditador e desonesto basta recordar a sua postura quando a oposição se referiu à inconstitucionalidade da proposta no Parlamento Nacional, que a AMP apresentou para criar as condições que lhes tem permitido manusear dinheiros de forma ilícita. Nessa altura Xanana nada ouviu. Fez-se surdo. Se um se fez surdo o outro assinou de cruz, fez-se cego, Ramos Horta.

A falsidade demonstrada por Horta veio revelar quanto nos tem enganado. Se para muitos esta foi a acção que constituiu prova que baste ainda haverá uns quantos que não consideram suficiente, para outros tudo ficou muito mais claro. Dissiparam-se dúvidas.

Não há como pretender ilibar o Presidente deste imbróglio. Não há como querermos admitir que Horta fez o que fez por acaso e que por engano a lei seguiu para publicação. Foi uma jogada suja. Tão suja quanto as anteriores e que a maioria de nós não quis ver.

A falta de integridade, de honestidade, de características de pessoas de bem da liderança destes personagens é cada vez mais evidente. Não que não tenha havido quem para isso alertasse. Não que ao longo de todos estes anos não tivessem eles revelado estarem em sintonia numa deslealdade escaldante e ao serviço de todos menos de interesses Timorenses. O país está a ser entregue ao desbarato por mãos timorenses que estão a trair os propósitos que assistiram a luta de libertação. Isso é evidente. Resta-nos não sermos mudos, não calarmos a nossa indignação pelo comportamento desta elite cega e surda.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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