Blog Timor Lorosae Nação
Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2008
OS LÍDERES DEVEM DAR O EXEMPLO
Tibério Lahane
A hora é de preocupação e isso nota-se no semblante dos timorenses. O mesmo não se passa com o presidente da República nem com o primeiro-ministro. Para eles tudo parece estar bem e lá vão saltitando de cerimónia em cerimónia e de declarações em declarações que em nada revelam verdades nem o clima de insegurança que estamos a sentir.
Tudo tem uma razão de ser e a postura destes dois mais altos líderes da Nação também a têm.
A falta de consciência das realidades faz muitas vezes com que altos dirigentes acabem por arrastar as suas empresas, os seus projectos, os seus países e povos para a ruína, para as guerras fratricidas, para a miséria e para a morte. Isso é aquilo que pode estar a passar-se em Timor-Leste.
Há indícios de que nem o presidente José Ramos Horta, nem o primeiro-ministro Xanana Gusmão têm consciência do país que estão a dirigir e muito menos de tudo que desde a independência se tem passado por exclusiva responsabilidade dos políticos que não o sabem ser.
Uma das características de Ramos Horta e Xanana, pelo menos ultimamente, tem sido a falta de consciência daquilo que lhes compete exercer nos altos cargos que ocupam e porque motivos os ocupam. Eles foram eleitos estritamente para desempenharem funções de acordo com a Constituição da RDTL e não para se considerarem donos do país e agirem como tal.
O primeiro-ministro tem de ter consciência de que está a ocupar aquele cargo por preferência presidencial e não por ter sido a primeira escolha dos eleitores timorenses, certamente sabe que foi a segunda.
Exactamente por isso não tem cabimento aquilo que Xanana Gusmão respondeu quando inquirido sobre a opinião da Fretilin para que se demita e se apresente em tribunal, por causa do caso Reinado.
Respondeu arrogantemente Xanana que "O povo deu-me um mandato (de cinco anos) que cumprirei da melhor forma possível".
Ora, nem os eleitores lhe deram um mandato de cinco anos nem o primeiro-ministro deve contentar-se em cumpri-lo "da melhor forma possível". Não se trata de "desenrascar" a "governação" de um salão de baile ou de um restaurante mas sim de governar um país.
Compete a um primeiro-ministro cumprir bem o mandato, defendendo os interesses do país e da população, com competência. Competência nada tem a ver com "a melhor forma possível".
Melhor possível para quem, para ele? Para os seus amigos? Para os estrangeiros seus amigos? Ou para Timor e para os timorenses?
É que qualquer atrasado mental que "empurrem" para a presidência ou para chefiar um governo dirá que vai fazer o melhor possível, só que o melhor possível desse atrasadinho será pela certa o pior para os que irão sofrer com a ausência de competências e insensibilidades.
Irresponsabilidades, diria. Não basta querer mas sim fazer. E bem!
Importa que nem Xanana nem Horta continuem escudados nas suas arrogâncias para esconder fraquezas.
Imagina-se que o presidente da República já está muitíssimo arrependido de ter tomado a atitude que tomou ao indigitar e empossar Xanana Gusmão como primeiro-ministro, quando dentro do âmbito da AMP existiam outras alternativas muito melhores, mas lá sabe o presidente as linhas com se coze e porque o fez.
Querendo parecer que algum acordo antecipado existia - o que nos pode levar até Alfredo Reinado e à "crise" que o Major diz ter sido provocada por Xanana.
É que nesse caso todos os outros partidos que constituem a AMP, exceptuando o CNRT, foram e estão a ser usados, assim como os seus militantes, simpatizantes e defensores. Fácil concluir-se que caíram num logro.
Importa dar resposta a Alfredo Reinado, que é como quem diz: esclarecer os timorenses sobre a veracidade das declarações do ex-major da PM e da inocência do primeiro-ministro na origem da referida e terrível "crise".
A importância da transparência da Presidência da República e do Governo em esclarecer aquilo que até agora não está esclarecido é o que pode fazer diferença entre democracia e caos. Para isso, o "caso" Reinado tem de baixar aos tribunais e Xanana Gusmão devia ser o primeiro a solicitá-lo.
Em vez disso, o PM prefere silenciar-se, responder com arrogância, sem fundamentos e "disparando" à toa contra os seus opositores ou simplesmente contra quem exige saber a verdade.
Timor-Leste não pode ser propriedade exclusiva de Xanana nem de Horta, nem de Alkatiri, nem de Carrascalão ou Lasama, nem dos partidos. Timor-Leste é um país e pertence a todos os timorenses.
Que se cumpra a democracia prometida e que a Justiça apure das inocências e das culpas dos que agora se acusam ou defendem-se com o silêncio e a arrogância própria de maus líderes, piores seres humanos, péssimos democratas e maus exemplos.
quarta-feira, janeiro 16, 2008
CAOS NÃO, QUE SE CUMPRA A DEMOCRACIA
Por Malai Azul 2 à(s) 08:04
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Não costumo comentar artigos com os quais concordo, para não ser redundante, mas desta vez abro uma excepção.
Apreciei bastante este artigo, que está estruturado de forma brilhante e enumera todos os aspectos essenciais desta crise, de uma maneira clara e objectiva.
Para além das notícias e crónicas do Malai Azul, é bom este também nos proporcionar a oportunidade de ler bons artigos de outros blogs, como é o caso.
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