segunda-feira, dezembro 31, 2007

A ESPERANÇA É A ÚLTIMA A MORRER

Segunda-feira, 31 de Dezembro de 2007
Blog TIMOR LOROSAE NAÇÃO

2008: MAIS OBRA E MENOS PRESTIDIGITAÇÃO
Gonçalo Tilman Gusmão

Este é o último dia do ano de 2007 e faltam cerca de dois terços do dia para entrarmos em 2008. Talvez por isso registou-se maior agitação no Pité. Antagonismos que altos responsáveis semearam e que perduram sem se encontrar uma razão plausível.

Tirando esses dois pequenos incidentes foi uma noite como todas as outras, mais ou menos estável e silenciosa.

Daqui por umas horas este velho e horrível ano vai embora. A entrada do novo ano será recebida com esperanças e alegrias por aqueles que têm a teimosia de fazer valer este país acreditando nas nossas forças de combatentes da liberdade, da independência, do ser e fazer boas pessoas num bom país. Num país que nos mereça e com que sempre sonhámos. A maioria dos timorenses acredita em tudo isso e que o bem vencerá o mal que não está a permitir que sejamos um país como deve ser. Credível, pacífico, civilizado, autêntico e moderno.
Ainda hoje acreditamos que podemos vir a ser um pequeno país que sirva de exemplo democrático e positivo a muitos outros.

Se assim não acreditássemos de nada teriam valido tantos anos de luta e sofrimento. Como explicaríamos mais tarde, além-túmulo, aos nossos irmãos, vitimas do opressor indonésio e das lutas fratricidas, o que andámos nós a fazer para que a sua luta fosse tão inglória?!

Termina o ano e renascem esperanças novas. Sabemos o que não queremos e aquilo que queremos. Provavelmente muito melhor do que aquilo que o Presidente Horta julga. Os timorenses têm confiança neles próprios. Se assim não fosse jamais seriamos independentes e de nada serviriam Hortas, Xananas, Alkatiris e outros armados em meros Quixotes a lutar contra moinhos de vento – encontrando uns a Dulcineia del Toboso e outros não, no caso esta é australiana.

Sem a confiança e a coragem dos timorenses jamais Timor-Leste estaria agora nestas lutas intestinas criadas por elites convencidas da sua exclusiva sapiência, que nos divide para conseguir o Poder.

Exactamente por isso não entendi o que é que o Presidente Horta quis dizer no seu discurso – que Ana Loro Metan classificou de ocasião.

Para mim não passou de um discurso fútil e inútil, muito parecido aos outros discursos do Presidente Horta – que na hora se deve julgar numa sala de aula a falar com meninos mal comportados.

Aliás, é ao senhor Presidente Horta que podemos recomendar que ganhe confiança em si próprio e que de uma vez por todas se encontre.

Este ano, que vai dentro de horas começar, seria um bom ponto de partida para que o Presidente Horta decida se é na realidade Presidente, Primeiro-Ministro, Juiz, ou… o quê?!

Se o Presidente Horta é na realidade só Presidente – acho que só para esse cargo foi eleito – então que deixe de se baralhar e baralhar-nos. Que deixe de querer dar-nos lições porque não está a falar para estúpidos como julga que somos. Que deixe de se meter em tudo e com todos. Que deixe o governo governar – bem ou mal – e se não aprovar que o demita ou que se demita. Que deixe a oposição ser e fazer como acha dentro das normas legais. Que deixe os tribunais funcionarem. Que exija o estrito cumprimento das leis e da ordem, etc.

Não tem é que se meter sistematicamente em tudo, ao arrepio da Constituição da RDTL.

Muitos de nós, mais conhecedores das práticas democráticas, tanto ou mais que o Presidente Horta, não vimos com bons olhos ter um Presidente prestidigitador que, sem cartola, fez aparecer por artes mágicas uma maioria de minorias… Em que país democrático ele viu este modelo é o que estamos para saber.

Como já está, já está. Agora, aquilo que era muito importante seria o Presidente Horta ficar neste novo ano de 2008 e seguintes e cumprir a Constituição da RDTL, desempenhando o seu cargo com sabedoria, imparcialidade, sem arrogâncias e falsas modéstias.

Que este novo ano seja de mais obra e menos prestidigitação.
Feliz ano para todos!

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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