Notícias Lusófonas – 3 Setembro 2007 - 18:07
O chefe da missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) antecipou hoje um quadro positivo para a próxima reunião do Conselho de Segurança (CS) sobre o país, mas ressalvou que "confiança não é complacência".
"Temos que recordar a violência que se sucedeu ao anúncio da formação do novo governo", declarou Atul Khare, representante-especial do secretário-geral das Nações Unidas, na véspera de viajar para Nova Iorque.
O próximo relatório sobre a situação em Timor-Leste será apresentado ao CS da ONU dia 10 de Setembro.
Atul Khare defendeu, em conferência de imprensa, a manutenção no país do reforço de cerca de 80 militares integrados na UNMIT feito para o período eleitoral, considerando que se vive ainda uma "situação frágil" após as três eleições realizadas este ano.
A continuidade deste reforço está garantida "uma vez que o principal país envolvido, Portugal, manifestou a sua concordância", explicou Atul Khare, sem citar directamente a unidade autónoma da GNR, que tem 220 militares no país.
Pelo mesmo motivo, a UNMIT vai manter no país 10 elementos da sua secção eleitoral, "para continuar o reforço da capacidade da Comissão Nacional de Eleições e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral".
O relatório do secretário-geral ao CS "não fará nenhuma recomendação para o aumento ou a redução das Forças de Estabilização Internacionais" (ISF), afirmou Atul Khare.
"Espero, no entanto, que o relatório contenha um agradecimento vigoroso às ISF pelo papel que têm desempenhado, muito para além da sua missão", adiantou o representante especial sobre os cerca de 1300 militares da Austrália e da Nova Zelândia que integram as ISF.
Sobre o major fugitivo Alfredo Reinado, Atul Khare reiterou que ele deve entregar-se à justiça e que "se o fizer por meios pacíficos é melhor do que ser levado à força".
"Apoio os esforços das autoridades timorenses nesse sentido", acrescentou Atul Khare.
O mesmo critério, disse, é válido para todos os casos abrangidos pelo relatório da Comissão Especial Independente de Inquérito à crise de 2006, incluindo Vicente da Conceição "Railós".
"Todos os líderes timorenses têm afirmado que as recomendações do relatório da CEII são para concretizar e espero que isso aconteça de facto", sublinhou Atul Khare.
quarta-feira, setembro 05, 2007
«Confiança não é complacência», afirma o chefe da ONU
Por Malai Azul 2 à(s) 09:30
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
ONU poderá ficar mais cinco anos em Timor-Leste
Público, 05.09.2007
Jorge Heitor
A Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (Unmit), criada em Agosto do ano passado para ajudar a restaurar a estabilidade no país, poderá vir a ser prorrogada no próximo mês de Fevereiro, pois o respectivo chefe, Atul Khare, entende que serão necessários mais três a cinco anos para reestruturar a polícia nacional, remodelar o sector da segurança e permitir que a democracia se consolide, conforme explicou esta semana em conferência de imprensa.
O Presidente José Ramos-Horta solicitara segunda-feira à ONU que ficasse no país até 2012 e pedira à Austrália, que tem a seu cargo uma Força Internacional de Estabilização que partilha com a Nova Zelândia, que se mantivesse ali até 2008. Isto quando o Conselho de Segurança se prepara para, na próxima semana, debater mais um relatório da Unmit sobre a frágil situação timorense.
Entretanto, o primeiro-ministro Xanana Gusmão pediu ao chefe cessante do estado australiano de Victoria, Steve Bracks, que o ajude, como conselheiro, a impedir que Timor-Leste se torne um Estado falhado, contribuindo para colocar em funcionamento uma administração que possa garantir os serviços básicos e gerar muitos mais novos postos de trabalho.
Bracks, um católico de ascendência libanesa, por o avô paterno ser natural do vale de Beqaa, declarou à imprensa australiana que a sua meta, como conselheiro especial de Xanana, vai ser combater "uma crescente cultura de corrupção", controlando rigorosamente a atribuição de contratos para obras públicas e as nomeações para vários cargos.
Este trabalhista de 52 anos era desde 1999 o primeiro-ministro do estado de Victoria, cargo que subitamente abandonou para "estar mais tempo com a família" e, também, ajudar Xanana, com o qual regularmente se tem reunido durante os últimos anos.
Steve Bracks vai passar os próximos meses a viajar entre Melbourne e Díli, para ajudar Xanana Gusmão a governar
"O mesmo critério, disse, é válido para todos os casos abrangidos pelo relatório da Comissão Especial Independente de Inquérito à crise de 2006, incluindo Vicente da Conceição "Railós"."
É estranho que, ao proferir estas palavras, Atul Khare mostre vontade de resolver os casos "abrangidos pelo relatório", sem referir que estes estão "abrangidos" acima de tudo pelo tribunal e só as decisões deste são vinculativas.
Também é estranho que, dos casos "abrangidos" pelo relatório só o de Rogério Lobato e o de Akatiri tenham sido resolvidos, enquanto os outros se arrastam indefinidamente.
Será que AK já reparou nisto, ou anda distraído?
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