quarta-feira, maio 09, 2007

Dos Leitores

H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Entrevista a Ramos-Horta: "Entrevista a Ramos-Horta: “Se perder, ajudarei o m...":

DIZ O ROTO AO NU

"[Agora] 70 por cento do eleitorado votou contra o candidato da Fretilin"

O autor desta frase, Ramos Horta, esquece-se de acrescentar que 78% desse mesmo eleitorado votou contra ele próprio...

Ramos Horta continua com a sua saga de promessas mirabolantes e propõe a criação de uma "Comissão de Reforma para rever e uniformizar todas as nossas leis, torná-las mais coerentes, etc.". Serão australianos, os membros dessa "Comissão"?

O que vale é que RH não chega a cumprir as suas promessas...

Quanto ao resto, torres de 10 andares (para caírem ao primeiro terramoto?), muitos milhões distribuídos pelo povo (porque não fez isso enquanto 1º Ministro?), uma "limpeza geral à corrupção" e outros efeitos especiais, como de costume.


PROMESSAS, PROMESSAS

Para os mais distraídos (incluindo o próprio), aqui vai uma súmula das opiniões de RH sobre esse terrível Governo de Alkatiri do qual fez parte e do extenso rol de promessas generosas que se "esqueceu" de cumprir durante os seus 10 meses de mandato...


Discurso de posse de Ramos-Horta
10-7-2006

“REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO

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10 July 2006

DISCURSO PROFERIDO PELO DR JOSÉ RAMOS-HORTA NA SUA TOMADA DE POSSE COMO PRIMEIRO MINISTRO DO GOVERNO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE

[...]
Hoje sou empossado na honrosa função de Chefe de Governo, na sequência da resignação do meu velho amigo e combatente de luta, o Dr. Mari Alkatiri. Servi num Governo por ele dirigido sempre pautado pela prudência e lealdade ao povo que ele realmente ama. O que nós herdamos da UNTAET, em Maio de 2002, era apenas um esboço de um Estado.
[...]
Se nos lembrarmos do que a ONU nos entregou na noite de 19 de Maio de 2002, então poderíamos dizer que o balanço do governo do Dr. Mari Alkatiri registou progressos notáveis em muitas áreas.

Dotou-se o país de um edifício jurídico com leis e regras que não existiam; de uma administração pública cuja existência era precária; a rede escolar aumentou significativamente desde 2002; a cobertura sanitária ultrapassou as expectativas; negociámos e concluímos importantes acordos com os nossos vizinhos; aderimos a mais de 20 Tratados Internacionais entre os quais todos os Convénios sobre Direitos Humanos.
[...]
Estou também obrigado a consultar regularmente e a ouvir, a Comissão Politica Nacional da FRETILIN. Fá-lo-ei sempre com agrado e com respeito. Tenho dois Vice-Primeiros-Ministros nos quais deposito total confiança e que têm muito mais experiência de governação do que eu. Tenho uma equipa governamental dedicada e experiente que tomará posse ainda esta semana. Por isso, acredito, que o peso da governação será mais leve.

Conheço as minhas limitações. Não sou uma pessoa de grandes virtudes.
[...]
De imediato a nossa tarefa será consolidar a segurança em Dili e em todo o Timor-Leste, fazer regressar aos seus lares ou ao que deles resta os milhares de nossos irmãos que durante semanas se refugiaram em vários centros de acolhimento, e dar-lhes o apoio necessário para refazerem as suas vidas.
[...]
A acção governamental nas próximas semanas e meses é que irá restaurar ou não a fé e a esperança
[...]
Vamos simplificar as leis e a burocracia para que elas não sejam um entrave ao desenvolvimento do país. O chamado "procurement" e os concursos ou "tenders" tem que ser mais transparentes e também mais rápidos. Vamos introduzir o conceito de "fast track" para acelerar a execução de projectos.
[...]
Timor-Leste é citado num estudo do Banco Mundial como um dos piores países do mundo para se registar uma companhia. Vamos inverter isto imediatamente. O país não é pobre. Temos dinheiro, das nossas riquezas próprias e da generosidade dos amigos.

Este governo não vai arranjar desculpas para a inércia. Este governo vai tentar servir os melhores interesses dos pobres. Este governo vai ser um governo para os pobres. Este governo vai ser arrojado na luta contra a pobreza. Vamos fazer uso dos dinheiros existentes para dignificar a pessoa humana, dar-lhe esperança, dar-lhe de comer, vestir, e dar-lhe um tecto.

Os pobres e esquecidos das zonas rurais serão a nossa preocupação central e vamos mobilizar os nossos recursos financeiros e humanos para rapidamente dinamizar as actividades económicas nessas regiões através de pequenos projectos de impacto rápido; vamos apoiar mais os agentes do Estado que servem nos Distritos; vamos apoiar os Liurais, Chefes de Sukos, restaurar a dignidade e o poder moral e secular dos Liurais. Dotá-los de meios para servirem o povo.
[...]
Este Governo vai dedicar uma atenção especial à nossa juventude.
[...]
Este Governo vai instituir também um programa de bolsas de estudo para os estudantes que estudam em Timor-Leste que lhes permita, alimentação, vestuário e aquisição de livros, etc.

Temos que cuidar dos nossos veteranos, os grandes heróis da nossa Pátria. Vamos honrá-los muito brevemente com cerimónias solenes e condecorações, apoiá-los na sua merecida reforma e habitação. O Estado timorense irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para minimizar o sofrimento e as dificuldades das viúvas e dos órfãos dos nossos heróis.
[...]
Vamos cuidar do sector de defesa e segurança através de reformas prudentes para dotar o país de forças modernas para servirem o povo e a causa da paz.
[...]
Vamos melhorar e simplificar as leis e regras de procedimento para registo de empresas. Vamos investigar as queixas sobre falta de pagamento de contas por parte do Estado.
[...]
Em conclusao, até a algumas semanas atrás, amigos e admiradores, faziam-me acreditar que eu poderia passar o ocupar o 38o piso do palácio de vidro no East River, em Manhattan. Alguns governos amigos acreditavam na minha elegibilidade. Tenho outra missão aqui. Nunca seria um bom Secretário-geral da ONU se não soubesse ser um bom Timorense e um bom Timorense deve estar no seu País e com o seu povo irmão em momentos de crise.



REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
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MEDIA RELEASE
01 August 2006 For immediate release

GOVERNMENT PROGRAM DEMONSTRATES COMMITMENT TO THE POOR


Prime Minister Dr José Ramos-Horta yesterday presented the program of the II Constitutional Government to National Parliament, a requirement determined by the Constitution.

The program demonstrates Dr Ramos-Horta's and his Government's commitment to the poor.

"It is time that we dedicate much of our efforts to help the poor who, unfortunately, are the vast majority," Dr Ramos-Horta said.

"Our people have suffered for a long, long time and many, who were poor before the recent crisis, have now lost the little that they had.

"It is time we show some compassion and really start to do some concrete things that will benefit them," he said. In this aspect, the government program foreshadows the:

• construction and/or reconstruction of houses destroyed or damaged during the recent crisis;
• establishment of a food stock;
• provision of assistance to veterans and former combatants;
• development of programs to support unemployed youth;
• continuation of awarding scholarships;
• continuation of the improving of conditions and quality of teaching in schools;
• increase the economic activity in rural areas; and
• better service national and foreign investors.
[…]
my government is going to stimulate the economy by creating employment with projects – such as rural roads, hospitals, schools, electricity, pipedwater, etc - in several areas that will have a medium and short term immediate impact in the lives of the population," He said.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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