quinta-feira, abril 26, 2007

UNMIT – Monitorização dos Media – Quarta-feira 25 Abril 2007

(Tradução da Margarida)

Relatos dos Media Nacionais

Alfredo pede a Ramos Horta para o contactar legalmente
Alfredo Reinaldo disse que está pronto para se encontrar com Ramos Horta.

“Se ele quer contactar-me, deve fazê-lo legalmente por intermédio dos meus advogados,” disse Alfredo.

Por outro lado, o Procurador-Geral, Longuinhos Monteiro, disse que a Procuradoria não mediará um diálogo mas que vai antes desenvolver o caso através do processo legal adequado. (TP)

Lu-Olo: Horta deve respeitar a Constituição existente
O candidato presidencial da Fretilin, LU-Olo, disse que o sistema judicial é um sistema independente e que ninguém deve interferir nele.

Este comentário seguiu-se à decisão de Ramos Horta para re-abrir o caso de distribuição de armas se for eleito presidente. Lu-Olo disse que Horta deve respeitar a Constituição existente. (TP)

Campanha porta-a-porta pode causar manipulação
O Director do Instituto de Estudos de Segurança, Júlio Thomas Pinto, disse que será bom para ambos os candidatos, Lu-Olo e Ramos Horta fazerem campanhas porta-a-portas, mas deviam assegurar diálogos.

Júlio disse que deviam evitar um monologo mas assegurar que os apoiantes são capazes de partilhar as suas ideias.

Contudo, disse que se as campanhas porta-a-porta não forem controladas, os candidatos podem tirar vantagem desta oportunidade. (TP)

As alegações do Partido Democrático são falsas
Antero Bosco, Vice Comandante da Unidade de Polícia de Fronteira, negou as alegações do Partido Democrático de ameaça de armas em Suku Saburai, no distrito Bobonaro. Disse que nunca ameaçou ninguém e que nunca fez campanha em Suku Saburai visto que estava de serviço em Maliana. (STL)

O cão de raiva de Maputo começa a aterrorizar
O antigo comandante da Fretilin, Vicente da Conceição ou Railos, qfirmou que o cão de raiva de Maputo liderado por Lebo está a planear aterrorizar o povo no distrito de Liquica, particularmente nas áreas remotas. (STL)

Nenhum relato de intimidação por funcionários do governo
O Presidente do Conselho de Ministros, Antoninho Bianco, declarou que não recebeu nenhum relato em relação a funcionários do governo (terem) aterrorizado e intimidado pessoas durante a campanha eleitoral e na segunda volta das eleições presidenciais. (STL)

Primeiro-Ministro Ramos Horta deve ter a coragem de despedir Ministro indisciplinado
Um deputado do Parlamento Nacional, Rui Menezes, disse que não interessa se a decisão do Primeiro-Ministro de despedir o Ministro vem atrasada desde que ele tenha a capacidade de despedir todos os ministros indisciplinados. (STL)

Campanha porta-a-porta de Horta em Lautem
Considerando o falhanço na primeira volta nas eleições presidenciais no distrito de Lautem, a equipa de Ramos Horta está a planear fazer campanha porta-a-porta na área antes da segunda volta. (STL)

10 pessoas detidas por espalharem tensões étnicas em Uatolari
O Vice-Coordenador da Fretilin em Viqueque, Manuel Gaspar, juntamente com outros 9 foram detidos por criarem tensões étnicas entre os clãs Makasae e Nauweti. João Ximenes Amaral escapou.

Parem de fazer promessas envolvendo o sistema da justiça
O Procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro, pediu aos candidatos presidenciais para pararem de fazer promessas em relação a casos que estão sob a alçada do sistema da justiça. (STL, DN e TP)

Relatos dos Media Internacionais

Timor-Leste luta
The Boston Globe
Publicado: Abril 24, 2007

A dura anexação pela Indonésia de Timor-Leste, que durou de 1975 a 1999, deixou feridas profundas e impressionantes. Mas as eleições esta primavera para um novo presidente e primeiro-ministro podem significar pontos de viragem na luta do país para a autonomia democrática.

A segunda volta das presidenciais, marcadas para 9 de Maio, é crucial para o novo Estado, que foi criado com a assistência da ONU depois da retirada das forças da Indonésia em 1999. Passaram cinco anos desde que os Timorenses adoptaram a Constituição e elegeram o seu novo presidente, parlamento, e primeiro-ministro. Nesta altura, antigos combatentes da liberdade muitas vezes lutaram uns contra os outros, abalando as fundações do novo Estado e requerendo a presença prolongada de cerca de 3,000 tropas estrangeiras, a maioria da Austrália e Nova Zelândia.

O conflito no ano passado entre forças de segurança rivais, a consequência de lutas entre elites políticas, Timorenses excluídos, levantaram o espectro da anarquia. Em combinação com o desemprego persistente, esses confrontos entre facções das forças armadas abriram o caminho a guerra de gangs.

"Se for o presidente deste país, pedirei à ONU, Austrália, e Nova Zelândia para ficarem," disse um dos candidatos a presidente, José Ramos-Horta.
Seja qual fou o resultado, haverá uma grande necessidade para a comunidade internacional permanecer engajada a ajudar o país a sair da sua horrível pobreza. A nova nação começou a receber rendimentos das reservas de petróleo e gás offshore, mas precisa ainda de fundos para projectos de infra-estruturas criadoras de emprego e para programas de treino.

Tropas Australianas em Timor comemoram o Dia Anzac
Terça-feira Abril 24 21:19 AEST

Tropas Australianas a servir em Timor-Leste vão parar na Quarta-feira de manhã para serviços na madrugada do Dia Anzac em todo o pequeno país.

Em todas as cidades onde estão soldados Australianos haverá serviços de madrugada, desde que as condições de segurança permitam aos soldados Australianos pararem para alguns momentos de reflexão.

O major Dave Bruhwiller, baseado em Dili, disse que estava também planeado um jogo na capital.

Uma companhia de soldados da Nova Zelândia também a servir em Timor-Leste aumentarão a importância do dia ainda, disse o major Bruhwiller.

"Isso acaba por fazer o dia um pouco mais emotivo," disse.

Timor-Leste entra na próxima fase
Última Actualização 23/04/2007, 23:02:08
ABC – Radio Australia

Começou a campanha da segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste na Segunda-feira com os candidatos José Ramos-Horta e Francisco Guterres a prometerem umas eleições pacíficas.

Nem o Primeiro-Ministro Ramos-Horta nem o Sr Guterres ganhou a maioria absoluta nas eleições de 9 de Abril, o que leva à segunda volta do próximo mês.

A eleição presidencial é a primeira desde que Timor-Leste ganhou a independência em 2002.

Um porta-voz do Nobel da Paz Ramos-Horta diz que estão a fazer uma campanha porta-a-porta de maneira pacífica e que não forçarão as pessoas a escolherem.

O Sr Guterres, candidato da Fretilin, falou brevemente aos seus apoiantes em Dili antes de começar o seu porta-a-porta.

Os planos do Governo para Timor-Leste
The Guardian 25 Abril, 2007

A Comissão Eleitoral Timorense declarou finalmente os resultados da primeira volta da eleição para o novo Presidente que vai substituir Xanana Gusmão, que decidiu não tornar a concorrer outra vez.

No início da contagem dos votos os media Australianos apressaram-se a declarar a vitória de Ramos Horta e que o candidato da Fretilin tinha sofrido uma "derrota esmagadora ". Com a continuação da contagem, concluiu-se que o candidato da Fretilin estava à frente. Com este desenvolvimento o cacarejar da vitória foi substituído por acusações de desaparecimento de boletins de votos, intimidação de eleitores pela Fretilin e uma atmosfera geral de desconfiança da votação.

A votação foi acompanhada por irregularidades onde o responsável da Comissão Eleitoral abertamente tomou o lado dos candidatos que se opõem à Fretilin. "Tivémos a surpresa de o Sr Lu-Olo [o candidato da Fretilin] chegar a vencedor nesta altura ", declarou o padre Martinho Gusmão.

O padre Gusmão tornou público o seu apoio pessoal ao Sr Araújo, um dos candidatos. Os Comissários Eleitorais são supostos serem neutros. Contudo, o padre Gusmão é um bom filho da igreja católica que teve um papel proeminente na campanha eleitoral e tem feito campanha, desnecessário dizer, contra a Fretilin.

Um artigo no Australian Financial Review (FR) (5-9/4/07) põe a nú os interesses do governo Australiano nas eleições de Timor-Leste.

O jornalista John Kerin escreve: "O que o Governo de Howard mais receia é que a Fretilin triunfe nas eleições presidenciais, tornando mais provável que o politicamente espinhoso Mari Alkatiri … encene um regresso nas eleições parlamentares."

O FR declarou abertamente as suas esperanças em Ramos-Horta ganhar a eleição presidencial e Xanana Gusmão se tornar o próximo Primeiro-Ministro. "Ele e Ramos Horta são considerados apoiantes da continuação do envolvimento Australiano em Timor-Leste … encorajando a estabilidade e atraindo investimento … Ramos Horta prometeu ‘um Estado de comércio livre’ sem impostos, taxas de vendas ou excepções excepto a artigos que ponham a saúde em risco. Impostos de rendimento e para sociedades serão fixas de cinco e de dez por cento.

Alan Dupont que é o director do Centro de Estudos de Segurança Internacional na Universidade de Sydney é citado pelo FR como tendo dito que seja qual for o grupo que ganhe terá de garantir a estabilidade política antes da estabilidade física, rendimentos do petróleo e modestos investimento estrangeiro seguir-se-ão. "Está muita coisa em jogo para a Austrália …"

Com tropas no terreno, Horta como Presidente e Xanana Gusmão como Primeiro-Ministro, o Governo Australiano estará numa posição de força para exercer o domínio colonial sob o povo de Timor-Leste há longos anos sofredor. Este é o objectivo real do golpe de Estado em curso há bastante tempo e que começou abertamente com o ataque preemptivo feito pela Austrália no ano passado quando teve sucesso, devido à propaganda falsa, à violência nas ruas e à pressão, na remoção de Mari Alkatiri do cargo de Primeiro-Ministro e na sua substituição pela marioneta indiscutível da Austrália — Ramos Horta.

Não há qualquer expectativa que as políticas seguidas no Pacífico do Sul pelo Governo de Howard sejam mudadas por um governo do ALP. Os líderes do ALP já deixaram claro que apoiam as políticas e as acções de Howard e de Downer nesta região.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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