quinta-feira, abril 12, 2007

Notícias - traduzidas pela Margarida

Fretilin em luta afirma que as eleições foram manipuladas
Brisbane Times
Abril 10, 2007

O partido dominante em Timor-Leste, a Fretilin vai apresentar uma queixa alegando que as eleições presidenciais de ontem foram manipuladas, depois de os primeiros resultados oficiais indicarem uma baixa no seu apoio.

O partido no poder disse que a sua contagem paralela nos Centros de Voto à volta de Timor-Leste indicam que o seu candidato Francisco Guterres "Lu Olo" estava à frente com 40 por cento dos votos em 214,000 votos contados.

Antes, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) pusera a Fretilin em terceiro lugar, dizendo que o Primeiro-Ministro José Ramos Horta, que é um candidato independente e Fernando "La Sama" de Araujo do Partido Democrático estavam à frente com 20 por cento dos votos contados.

A CNE disse que era provável uma segunda volta dos dois candidates de topo, pois nenhum dos oito candidatos que disputam substituir como presidente o antigo combatente da independência Xanana Gusmão provavelmente iria obter uma maioria.

Mais de metade de um milhão de Timoreses foram ontem votar, numa votação largamente pacífica.

"Estamos a seguir muito de perto todo o processo da votação em todo o país, lamentamos e preocupa-nos alguns factos relacionados com a manipulação de eleitores para de várias maneiras desacreditar o nosso candidato," disse o membro da comissão política da Fretilin Filomeno Aleixo aos repórteres hoje.

"... Contámos 214,000 votos, desses temos 40 por cento a apoiarem o nosso candidato – a mais alta até agora."

O Sr Aleixo levantou várias preocupações, incluindo outros candidates a fazerem campanha em Centros de Voto, boletins de voto a serem destruídos, uma caixa de voto a ser aberta antes de chegar à cidade de Suai e muitos apoiantes da Fretilin a não poderem votar.

"Tudo junto podemos pensar que estes tipos de comportamento podem estar relacionados com certas falhas de capacidade logística ...ou mesmo com planos deliberados."

Disse que a Fretilin estava a preparar-se para apresentar uma queixa junto da CNE, mas disse também "estamos a aceitar qualquer resultado " que é dado.

Contudo, observadores internacionais até à data têm declarado as eleições como livres e correctas.

Sophia Cason da International Crisis Group disse: "No geral, o processo foi bastante livre e correcto."

Disse também que parece que a Fretilin perdeu uma quantidade significativa de apoio.

"Mas podem ainda ganhar a presidência," disse.

"São ainda um partido extremamente poderoso neste país ... e definitivamente os que têm os melhores recursos."

Observadores disseram que é ainda demasiado cedo para descartar Lu Olo, mas se as primeiras tendências se manifestarem à volta de todos os 13 distritos, a Fretilin – que liderou a luta pela independência do país contra a ocupação Indonésia – pode ser posta de lado.

A eleição presidencial pode ser vista como um medidor de apoio para um plano de Ramos Horta e do seu aliado próximo, o Presidente de saída Xanana Gusmão – que concorrerá a primeiro-ministro – para tomar à Fretilin o controlo do parlamento.

Muitos culpam o partido pela violência que levou Timor-Leste à beira da guerra civil no ano passado.

Os distúrbios – que mataram 37 pessoas e deslocaram 150,000 – irromperam depois de o então primeiro-ministro Mari Alkatiri ter demitido centenas de desertores das forças armadas.

A contagem oficial prossegue vagarosamente através dos distritos do país, incluindo num centro onde a contagem estava parada porque alguém se esqueceu da senha para o computador.

Anteriormente a ONU apelou a todos os partidos políticos para aceitarem o resultado das eleições quando chegarem ou para os contestar nos tribunais.

Há receios que a violência possa irromper na frágil nação se os partidos políticos não quiserem aceitar o resultado.

"De certa maneira o verdadeiro desafio para a nação começa agora – aceitar os resultados, inclui aceitar a derrota e usar a derrota como uma oportunidade para formar uma oposição forte," disse o representante especial da ONU em Timor-Leste, Atul Khare.

AAP

Fretilin vai apresentar queixa sobre as eleições
The Age
Abril 10, 2007

O partido dominante em Timor-Leste a Fretilin vai apresentar uma queixa alegando que as eleições presidenciais de ontem foram manipuladas, depois de os primeiros resultados oficiais terem indicado uma baixa no seu apoio.

O partido no poder que a sua própria contagem paralela nas assembleias de voto através do país indicava que o seu candidato Francisco Guterres "Lu Olo" estava a liderar com 40 por cento dos votos, com 214,000 votos contados.

Anteriormente a Comissão Nacional de Eleições (CNE) colocou a Fretilin em terceiro lugar, dizendo que o Primeiro-Ministro José Ramos Horta, que é um candidato independente, e Fernando "La Sama" de Araujo do Partido Democrático estavam à frente com 20 por cento dos votos contados.

A CNE disse que era provável uma segunda volta entre os dois candidatos de topo, dado que nenhum dos oito candidatos que tenta substituir o combatente da independência Xanana Gusmão como presidente terá possivelmente uma maioria.

Mais de meio milhão de Timorenses foram ontem às urnas numa eleição largamente pacífica.

"Estamos a seguir de perto todo o processo eleitoral, lamentamos e preocupam-nos alguns factos relacionados com várias formas de manipulação para desacreditar o nosso candidato," disse hoje aos repórteres o membro da comissão política nacional da Fretilin, Filomeno Aleixo.

"... Contámos 214,000 votos, e desses temos 40 por cento de apoio ao nosso candidato – o mais alto até agora."

O Sr Aleixo levantou várias preocupações, incluindo campanhas de outros candidatos em assembleias de voto, boletins de voto que foram destruídos, uma caixa de votos que foi aberta antes de chegar à cidade de Suai e muitos apoiantes da Fretilin que não conseguiram votar.

"Tudo isto junto, podemos pensar que este tipo de comportamento pode estar relacionado com algumas falhas de capacidades logísticas ...ou mesmo com alguns planos deliberados."

Disse que a Fretilin estava a preparar apresentar uma queixa à CNE, mas disse também que "estamos a aceitar qualquer resultado " que está a ser apresentado.

Contudo, os observadores internacionais até agora louvaram as eleições como tendo sido libres e correctas.

Sophia Cason do International Crisis Group disse: "No geral, o processo foi bastante livre e correcto."

Disse ainda que parecia que a Fretilin tinha perdido muito apoio.

"Mas podem ainda ganhar a presidência," disse.

"São ainda um partido extremamente poderoso neste país ... e definitivamente os que tem melhores recursos."

Os observadores disseram que era demasiado cedo para descartar Lu Olo, mas que se a primeira tendência se reflectisse nos 13 distritos, a Fretilin – que liderou a luta pela independência do país contra a ocupação Indonésia – podia ser arredada.

As eleições presidenciais são vistas como parte de apoio de um plano de Ramos Horta e do seu aliado próximo, o Presidente que está de partida Xanana Gusmão – que concorrerá a primeiro-ministro – para ganhar à Fretilin o controlo do parlamento.

Muitos culpam o partido pela violência que levou Timor-Leste à beira da guerra civil no ano passado.

O desassossego – que matou 37 pessoas e deslocou 150,000 – irrompeu depois de o então primeiro-ministro Mari Alkatiri ter demitido centenas de desertores das forças armadas.

A contagem oficial está a fazer vagarosamente pelos distritos da nação, incluindo num centro onde a contagem foi parada porque alguém se esqueceu da senha para o computador.

Anteriormente a ONU apelara aos partidos políticos para aceitarem os resultados da eleição quando chegarem ou para os contestarem no tribunal.

Há receio de que a violência possa irromper na frágil nação se os partidos políticos não quiserem aceitar o resultado.

"De certa forma os desafios reais para a nação começam agora – aceitar os resultados inclui aceitar a derrota como uma oportunidade para formar uma oposição forte," disse o representante especial da ONU em Timor-Leste, Atul Khare.

- AAP

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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