quinta-feira, março 01, 2007

Editorial: Um cone de silêncio de 30 anos

(Tradução da Margarida)

Sydney Morning Herald – Quarta-feira, Fevereiro 28, 2007

No início deste mês, uma investigação há muito atrasada à morte dos cinco jornalistas com base na Austrália em Balibo em 1975, o conselho da Coroa anunciou as audições para o primeiro inquérito com natureza judicial ao caso "abertas, públicas e completamente independentes".

Contudo quando o inquérito avançava esta semana para o conhecimento da agência de informações electrónicas da Austrália, a Directoria dos Sinais de Defesa, o tribunal foi encerrado ao público e aos media para longas tiradas de testemunhos chave.

A Vice-Investigadora do Estado, Dorelle Pinch, concordou com estas condições depois do conselho do Governo Federal ter produzido cartas de juramento do chefe da DSD (onde constatava) que a defesa da Austrália ficaria enfraquecida pela revelação das suas "fontes e métodos " – mesmo dessas de 1975. Para seu crédito a Srª Pinch manteve alguma evidência da DSD no domínio público, incluindo o conteúdo de certos sinais interceptados às forças militares Indonésias. Mas o público interessado continuará a perguntar-se se a agência está a revelar tudo o que sabe.

Como foi anotado pelo advogado de uma das famílias enlutadas, tentativas para descobrir o que aconteceu em Balibo encontraram 30 anos de "enganos e encobrimentos" em Canberra. Já estão a aparecer intercepções da DSD que antes não foram produzidos, inquéritos internos do governo. Dois antigos funcionários públicos contaram em detalhe ter visto, quando estavam nos serviços de informações e segurança em 1977 na comissão real de Hope, uma intercepção crítica que parece ter desaparecido. Acham que é totalmente possível que isto tenha desaparecido nalguma “negável” masmorra da DSD. Foram levantadas questões sobre se a DSD amacia algumas intercepções na tradução. A própria agência está pois sob algum escrutíneo.

Isto duplicará o cepticismo público sobre a sua afirmação de que "fontes e métodos " de há 31 anos atrás se mantém segredos vitais para a segurança nacional. O regime de Soeharto já caíu há quase nove anos. É amplamente conhecido, e não menos pela Indonésia, que a DSD pode interceptor sinais de rádio e que tenta abrir códigos estrangeiros. A agência e os seus alvos mudaram para uma idade completamente nova de satélites, comunicações digitais e códigos gerados por computador.

O procedimento legal citado pelo Conselho da Comunidade para audições à porta fechada (é) relacionado com recentes ou continuados casos de terrorismo, nos quais as agências de segurança estão a lutar contra ameaças nos dias presentes, não para a época de informações electrónicas de 1975. Neste caso, o interesse público na justiça aberta deve pesar mais que o nervosismo da DSD. A investigadora devia ter recusado o pedido de segredo da Comunidade e devia ter permitido que juízes federais seniores decidissem da questão se fosse para recurso.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.