segunda-feira, março 19, 2007

Editorial JN Semanário

http://www.semanario.tp

Austrália

Não há erro maior do que ignorar a verdade e ainda por cima tentar transformar a mentira no facto. Os nossos vizinhos não estão de boa-fé no nosso país. Se não tivéssemos mais vizinhos como a Papua Nova Guiné, as ilhas Fiji e as outras, estaríamos hoje a anos-luz, de percebermos que o maior beneficiado nesta questão nacional é mesmo a Austrália.

A história dos nossos vizinhos responde e dá-nos respostas sobre a actuação das forças australianas na nossa sagrada terra. Ignorarmos as constantes ofensivas do primeiro-ministro australiano, do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre a política interna timorense, é esquecermos que estamos a ser alvo da cobiça alheia.

De forma, pouco insuspeita entraram no nosso país. Vieram como salvadores da pátria. Aliás, como nunca vieram antes quando fomos ocupados barbaramente pelos militares indonésios.

Nessa altura, selaram a bordo de um avião o acordo de partilha do nosso petróleo com os indonésios e apressaram-se a reconhecer a anexação de Timor-Leste. Para a Austrália fomos sempre a 25ª província da República da Indonésia. Nessa altura, o equilíbrio timorense ao nível dos recursos naturais serviam as suas necessidades. Veio o referendo, veio a vitória da verdade.

A mais alta verdade até hoje escrita pelo Povo mártir nas urnas através do voto. Vencemos os Indonésios, venceremos perante os novos desafios colocados por uma potência regional que teima em reinar fora do seu ambiente: a Austrália.

Timor-Leste jamais se vergará aos subjugadores da verdade do Povo maior de Timor-Leste.

Depois do referendo veio a destruição do país. Os australianos apressaram-se a entrar e a nada fazer. Permitiram a continuada deportação de pessoas para o outro lado da ilha, e por detrás dos óculos escuros dos seus militares estavam olhos de jovens de ordens para não actuarem. Os óculos, esses, reflectiam as chamas das casas e dos departamentos que ardiam às mãos de militares e de milícias pró-integracionistas, perante a passividade australiana. Lamentavelmente, a sensação que dá é de memória curta da nossa parte. Mas, não é assim. Timor-Leste tem ainda a esperança de gritar liberdade efectiva e definitiva.

Em 2006 empurraram a comunicação social australiana para um constante bombardear das instituições nacionais. Gerou-se então o cenário da entrada. Uma vez cá dentro, eclodiram os maiores e mais continuados e repetidos actos de violência. O país entrou em definitivo na crise.

Os australianos falharam por não conseguirem esconder a verdade das suas intenções. A Austrália é a maior ameaça à soberania nacional. Recusamo-nos a ser um protectorado australiano, indonésio, português, americano, chinês, cubano, etc. Somos feitos da carne mais nobre que há!

Desta forma reafirmamos que temos condições para ir mais além, no caminho do progresso nacional, da igualdade de oportunidades, sem nunca abdicarmos da memória dos nossos saudosos mártires. O caminho é nosso e não precisamos de falsos amigos.

Timor Timor Telecom

Debaixo de fogo, É assim que se pode encarar a anunciada liberalização pelo gabinete do primeiro-ministro. Resta saber se o Governo está em condições de quebrar um Contrato de Concessão, que desde que o actual primeiro-ministro chegou ao poder passou a ser parte integrante da sua agenda.

Isto leva a que nós consumidores e contribuintes, de direito nacional, perguntemos quais as vantagens desta decisão. Por outro lado, perante o brutal investimento feito para lançar as telecomunicações móveis e fixas, através de operador definido através de concurso público internacional, parece-nos um mau principio que pode em tudo conduzir à descredibilização dos concursos que doravante lançarmos.

Tem o país estrutura para operadores privados? Sabemos que não, apenas há mercado para concorrência desleal.

Lembramos a TELSTRA que operou durante a vigência da ONU no nosso país e que não meteu cá uma única base definitiva de serviço de telecomunicações. Já nessa época o proteccionismo era de tal ordem que mais ninguém fora autorizado a entrar nesse espaço…

A TELSTRA não esticou um cabo, nada gastou. De tal forma, que não acreditou numa operação financeira - onde faltariam consumidores internacionais em número -, que nem sequer concorreu ao concurso que fora aberto. Aquilo que cá estava era o sobrante operacional da Telcom Indonésia.

Se a memória não nos falha, a poucos dias de encerrar o prazo de entrega de propostas, ali dos lados da Austrália vinha a vontade de inviabilizar o mesmo. Recordamos que a mesma tentativa de inviabilização foi feita em Língua portuguesa por um expatriado, ao serviço das Nações Unidas, e residente na Austrália. Estavam previstos 10 anos de concessão e de repente, sem mais nem porquê, é anunciado que o prazo de concessão seria de 8 anos. Bem ou mal, alguém, neste país, decidiu que seriam 15 anos.

Quem cá esteve antes da Operadora Nacional de Telecomunicações serviu-se das bases em Darwin. Lembram-se do indicativo? E dos primeiros números de telefone? Também? Iremos ter mais do mesmo? Se é isto que vai acontecer, então não duvidamos que os preços baixem e o Governo perde um dos pilares fundamentais da economia do país e um dos maiores contribuintes para as contas do Estado. No entanto, os especialistas independentes é que sabem… ou será, que a Indonésia vai voltar em força, com as suas telecomunicações? Sempre são bem mais vindos que os australianos.

Se fossemos accionistas da Portugal Telecom, bem diríamos à administração, em Lisboa, para vender toda a participação ao Governo de Timor. Afinal, cá na nossa terra temos de ouvir e acatar as memoráveis e doutas análises de conceituados e reputados especialistas nesta matéria. Será um problema de Língua Portuguesa no investimento até agora realizado? Assim parece.

Avelino Coelho

Entra pela porta do lado ao atacar de forma indiscriminada a governação anterior à actual que se responsabiliza pelo país. O candidato a Presidente da República pelo PST, diz em entrevista nesta edição que tudo o que foi feito foi mal feito.

Contudo, se há coisa da qual o candidato não se pode queixar é de ter sido instaurado um sistema verdadeiramente comunista, onde ele próprio hoje não estaria na cena política nacional e a candidatar-se a um alto cargo nacional.

Estaríamos então numa dura ditadura onde a palavra livre seria puro crime. Se no passado, e a critica de Avelino Coelho é democraticamente aceitável, se cometeram erros - há quem já por aí diga que o principal terá sido a falta de pulso ao nível social -, como analistas temos de dizer que o “erro”, a existir, terá começado pela administração da UNTAET.

Contudo, não esqueçamos, e o ilustre candidato também não o esquece, que o país se iniciou de uma base viciada em herança deixada por 24 anos de ocupação das tropas indonésias, aliás, herança que hoje culturalmente reside em muitos de nós. Até mesmo em alguns que hoje se candidatam a Presidente da República.

Até 9 de Abril o que está em causa são as presidenciais. Não são as legislativas, não é para formar novo Parlamento, mas apenas e só para o cargo de Presidente da República, cujos deveres e responsabilidades estão deveras defendidos e salvaguardados na Constituição da República, Carta Magna de todos nós.

Logo, nesta campanha para as presidenciais torna-se pouco curial afirmar-se que vamos mudar as regras da governação e o próprio sistema democrático. Nesta campanha exige-se a todos os actores contenção na palavra desvirtuada de valor. O cargo de Presidente da República é apartidário, e os candidatos são-no em nome individual e podem ou não merecer o apoio de partidos políticos – veja-se o caso de José Ramos-Horta.

Nesta entrevista, de Avelino Coelho, ficamos a saber que para além do antigo primeiro-ministro, há ainda outro grande culpado da situação que o país atravessa: a Língua Portuguesa – aliás superiormente dominada pelo candidato Avelino Coelho.

Ao acusar a Língua portuguesa de ser discriminatória e participante activa na pobreza nacional, esperava-se que o candidato continuasse a defender a Constituição da República. Natural seria, para tão bem falante da Língua Portuguesa, deixada pelos nossos saudosos avós, que se encarasse essa herança como identidade nacional agregada à nossa Língua Tétum. Parece desvirtuar o sentido dos analistas e peritos na matéria que têm dado ao Tétum e à Língua Portuguesa caminhos comuns.

O Tétum sem o português perde a sua genuína evolução – ou estaremos enganados? No entanto, até porque este jornal nacional se escreve e comunica em Língua Portuguesa , não poderíamos de endereçar o nosso respeito e a nossa discordância para com o nosso amigo e colunista de primeira hora nas nossas páginas. Avelino Coelho foi e é o mais activo cronista deste seu jornal. Foi e é aquele que mais escreveu até hoje em Língua Portuguesa , no JNSemanário.

Por outro lado, Avelino Coelho, fala em reformas profundas no país como razão para a sua candidatura a presidente da República. Porém, para que tal pudesse acontecer, teríamos de rever a Constituição da República e sairmos do regime semi-presidencial para passarmos à figura de um Estado Presidencialista. Como isso não está no horizonte constitucional, logo não se pode oferecer aos eleitores. Fazê-lo pode não ser correcto.

JNSEMANARIO

18 comentários:

Anónimo disse...

Now, globalization requires the commitment of nations liders to guarantee peace. A nation can not be a tread to its neighbors. Look what your government did during the 4 years. It was attempting to implant something odd which would lay a fragile fabric susceptible to generate a cradle for terrorism. Then distributing guns a tread to the region. If you want sovereignty respect yourelf. Others will in turn respect you. Our troops came under your invitation to save you.

Anónimo disse...

Deste excelente artigo do JNSemanário, vou comentar a parte que diz respeito a Avelino Coelho.

Este candidato presidencial, por quem tenho grande consideração, pertence a uma nova geração de timorenses e de políticos timorenses. Ele, como muitos outros da sua geração, possui grandes qualidades que certamente muita gente (incluindo ele próprio) gostaria de ver aproveitadas para o progresso nacional. Algo me diz que Timor está bem servido de valores humanos para o futuro.

Não tenho dúvidas sobre o patriotismo de AC e da sua craveira moral e intelectual. É verdade que AC domina a língua portuguesa como poucos. Para além disso, por trás dessa forma de expresssão está um pensamento, que é o mais importante num candidato. E esse pensamento revela uma pessoa ponderada e muito equilibrada.

Então como se explicam os ataques com que ornamentou o seu manifesto eleitoral, designadamente (e praticamente reduzidos) à língua portuguesa?

Estou em crer que não era intenção de AC hostilizar essa língua que tão bem domina, até porque as línguas não fazem mal a ninguém. As pessoas sim, eventualmente em nome de alguma língua.

Provavelmente, o discurso de AC tenta dar voz a certas angústias que (certas ou erradas, não interessa) passam pela cabeça de muita gente, principalmente os jovens de Dili. No momento tormentoso que vivemos, em que o povo anseia por um messias, torna-se difícil não fazer um discurso muito político, muito radical, sob pena de se passar completamente despercebido perante os outros candidatos, parecendo até abstraído da situação.

Por outro lado, acredito que tudo se resume à ânsia de AC em mostrar que o País pode contar com os mais novos e que estes podem fazer melhor do que os políticos mais antigos. Talvez AC se tenha precipitado um pouco e, na primeira oportunidade que lhe foi dada para se apresentar perante o eleitorado, tenha revelado tanto as suas ideias para a presidência como para uma futura legislatura ou governação para Timor-Leste.

Ele saberá certamente dosear essa quantidade de informação nos tempos mais próximos e concentrar-se no que é mais importante e urgente que se pede a um futuro Presidente: recuperar a confiança dos timorenses nas suas instituições, nos seus líderes e promover a paz e a estabilidade. Só isto já não é pouco.

Para outras calendas ficarão questões constitucionais, muito complexas, não prioritárias no momento que o País atravessa e que exigem, como sabemos, um consenso muito alargado para que se possa mexer na Lei Inan.

Não obstante, parece-me que se à primeira vista o sistema presidencialista se encaixa melhor na realidade histórico-sócio-cultural timorense, por outro lado lembremo-nos de que este sistema pode tornar um Estado quase ingovernável, se Presidente e Parlamento pertencerem a cores políticas diferentes.

Anónimo disse...

Se nao fosse os Australianos de imporem a ordem com os milicias em 1999, meu caro voce talvez nao estaria em Timor hoje a mandar papos????

Anónimo disse...

Timor: Leandro Isaac regressa a Díli «depois das eleições»

O deputado independente Leandro Isaac, um dos que acompanha o líder rebelde Alfredo Reinado, admite regressar à capital de Timor-Leste mas só depois das eleições presidenciais de 9 de Abril próximo.
«Penso voltar a Díli dentro em breve, mas só depois das eleições», afirmou Leandro Isaac, contactado por telefone, dizendo apenas que está no interior do país na companhia do major Alfredo Reinado.
O deputado independente estava «por acaso» com o major fugitivo em Same, no sul do país, segundo disse na altura em que a localidade foi, há cerca de duas semanas, cercada por tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF).
As ISF lançaram um ataque para a captura de Alfredo Reinado na madrugada de 4 de Março e Leandro Isaac continua fugido desde esse dia.
«Continuo no interior, seguido pela tropa australiana e com a cabeça a prémio, porque exprimi a minha opinião», disse o deputado no contacto telefónico.
O Procurador-Geral da República timorense, Longuinhos Monteiro, afirmou a 16 deste mês à Lusa que, até àquela data, não existia nenhum mandado contra Leandro Isaac.
Longuinhos Monteiro explicou que o Ministério Público recebeu «um pedido oral» por parte das forças de segurança para que fosse emitido um mandado de busca à casa de Leandro Isaac, nos arredores de Díli.
«Respondemos que esse pedido tem de ser apresentado por escrito, mas até agora não recebemos» uma solicitação formal.
Sobre a questão da imunidade de Leandro Isaac como deputado ao Parlamento Nacional, o primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, explicou à Lusa que o parlamentar «pode ter ou não ter».
«Normalmente, a imunidade só pode ser invocada no exercício das actividades de deputado. Fora disso, não a pode alegar«, acrescentou o primeiro-ministro.
«Não penso entregar-me aos australianos e não posso deixar este povo», declarou hoje Leandro Isaac.
Diário Digital / Lusa
19-03-2007 6:05:00
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=267847

Anónimo disse...

Nenhum comentário sobre o relatório La'o Hamutuk. Timor-Online não diz nada?
Alfredo
Brasil

Anónimo disse...

Transcrição por não estar on-line:

A Diferença

Público, 18/03/07
Por: Rui Araújo, Provedor do Leitor

Há muito que tenho o jornalista Adelino Gomes como um exemplo profissional – como haverá poucos, deixe-me sublinhar. Por isso, quando os jornalistas exemplares cometem deslizes custa-nos a todos muito mais.

Na edição do dia 6 de Março, Adelino Gomes publicou uma entrevista com o primeiro-ministro de Timor-Leste, Ramos Horta (pág. 13). E creio que cometeu o erro de ter bebido excessivamente das palavras do seu entrevistado – na linguagem popular dir-se-ia que foi mais papista que o Papa. Na entrada da entrevista, o jornalista escreve: “À frente nas sondagens, Ramos-Horta desvaloriza as manifestações de apoio da juventude ao major rebelde Alfredo Reinado”. Ora, ao escrever que o actual primeiro-ministro estará à frente das “sondagens”, o jornalista remete-nos para um universo no qual haveria uma série de institutos de sondagens, credíveis, em Timor-Leste, a tentar antecipar o resultado das eleições de Abril. Tal, como creio que o Provedor do Leitor saberá, não existe em Timor-Leste.

É o próprio Ramos-Horta que refere, no último parágrafo da entrevista, que até agora foi feita apenas uma sondagem (e será que um conjunto de perguntas – e a quantas pessoas? – faz uma sondagem?; para o jornalista Adelino Gomes não existem diferenças entre uma sondagem, de base científica, e um inquérito, feito pela própria redacção?) e que foi feita telefonicamente. Atrever-me-ia a dizer que, em Timor-Leste, 80 por cento da população não tem telefone; que no interior do país apenas uma pequeníssima minoria o tem; e que é este sector da população, o tal desprovido de telefone, que vota de olhos fechados no candidato da Fretilin.

Caro Provedor, considero pois que tal afirmação carece de confirmação e considero um manifesto exagero que o Público assuma que o Ramos-Horta está à frente nas “sondagens” (como foi feito por Adelino Gomes na entrada do seu texto). Para mais, para o leitor médio português, o que ficará desta entrevista (quantos leitores não lêem apenas as entradas?) é que Ramos-Horta se prepara para ganhar as eleições. É que, ainda por cima, a entrada conjugada com o título possibilita a leitura de que o próprio Ramos-Horta está a falar da sua eventual vitória eleitoral, concluindo que a sua eleição a Presidente não corre riscos – “Eleições não estão necessariamente em perigo”.

Perdoe-me a ousadia, caro Provedor, mas às vezes até os jornalistas exemplares se distraem excessivamente. Parece-me uma evidência afirmar que os jornalistas devem sempre confirmar as informações dos seus entrevistados, sobretudo quando depois decidem assumi-las em discurso afirmativo do seu próprio jornal. Neste caso, isso não aconteceu e enganou-se os leitores”, escreve Maria Santos, uma leitora de Torres Novas.

Os reparos são pertinentes. Solicitei, portanto, um esclarecimento a Adelino Gomes.

“A leitora tem razão. Errei ao escrever sondagens. ‘Inquérito’ estaria mais certo. Mas essa opção obrigar-me-ia a acrescentar ‘telefónico feito por um jornal local’, o que se tornaria impossível, dado o limite de caracteres da entrada. De qualquer modo a minha obrigação era encontrar a palavra mais adequada, o que, manifestamente, não fiz. Agradeço a chamada de atenção. Mesmo achando que a leitora exagera nos considerandos sobre o ‘leitor médio’ e na sofisticada ‘leitura’ que entendeu fazer de que o trabalho poderia passar a mensagem de que aleição de Ramos-Horta não corre riscos”, respondeu o jornalista.

Pedi a Adelino para explicitar as condições em que foi elaborado o referido texto.

“Tratava-se de uma entrada para uma rubrica chamada “Três perguntas a…”. Por razões de espaço (neste caso - algo de raro -, dispunha, no total, de mais caracteres, o que só vim a saber já sobre a hora de fecho) tornou-se necessário aproveitar não três mas as quatro perguntas que eu fizera originalmente a Ramos-Horta.

Ao fazê-lo, porém, tivemos que transformar as ‘Três perguntas a’ em…’Entrevista com’. E isso implica, graficamente, a necessidade de fazer uma entrada com menos de metade dos caracteres da anterior, seguida de um pequeno texto introdutório.

Ora, este serve, numa entrevista, para dar ao leitor certas informações que relevam da observação directa do entrevistador – entre outros dados, o local onde decorreu, a forma como o entrevistado se apresenta, etc. – questões que não poderia incluir pois as respostas haviam-me chegado por e-mail.

A solução acabou por ser ditada pela urgência: entrada brevíssima e o tal texto introdutório um pouco mais longo. Este, porém, voltou a não me sair isento de crítica. Embora deva dizer que a formulação – ‘Na bolsa das sondagens presidenciais, feita por um jornal de DÍli’ – corresponde mais à ideia que faço e julgo que (não é piada à leitora…) que o ‘leitor médio’ fará deste tipo de duelo político: uma espécie de bolsa em que diferentes factores, nem sempre os mais recomendáveis, vão determinando as posições relativas dos candidatos.

Em resumo: entrada e texto introdutório (alguns voltam a chamar-lhe, pelo seu carácter um pouco vago e subjectivo, ‘nariz de cera’, como antigamente se designavam os textos gongóricos com que abriam as reportagens) ficaram muito aquém do que eu gostaria agora de estar aqui a defender. Pela criticada falta de rigor e, no caso do segundo, porque resultou num produto algo repetitivo em relação à entrada.

Nem de propósito: há minutos, fui informado de que o mesmo jornal (Suara Timor Lorosae, acabei de saber) fez manchete, hoje, sexta-feira (09/03/2007), com o resultado de novo inquérito telefónico. Resultado que desta vez, a fazer fé na fonte, (o jornal em questão escreve quase toda a sua edição em língua indonésia), inverteu os números de há uma semana: Lu-Olo esmagadoramente à frente de Ramos-Horta…

São evidentes as limitações deste tipo de trabalho. O próprio Horta, de resto, falava delas na entrevista, comobem assinala a nossa leitora. Mas penso que, não há possibilidade de lhe escapar, em termos jornalísticos. Nem em Timor-Leste, nem aqui. Com a vantagem, no que respeita a Portugal, de este tipo de informação, dada a distância, funcionar mais como uma curiosidade.”

Nada a acrescentar.

Anónimo disse...

Ramos-Horta backs war on Iraq
Thursday 27 February 2003, 06:05AM




Nobel Peace Prize winner Jose Ramos-Horta has backed a war against Saddam Hussein to liberate victimised Iraqi civilians.

Writing in The New York Times, East Timor's foreign minister said containment was doomed to fail and abandoning the threat posed by Saddam Hussein was perilous.

"If the anti-war movement dissuades the US and its allies from going to war with Iraq, it will have contributed to the peace of the dead," Dr Ramos-Horta wrote.

"Saddam Hussein will emerge victorious and ever more defiant.

"Containment is doomed to fail. We cannot forget that despots protected protected by their own elaborate security apparatus are still able to make decisions."



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Dr Ramos-Horta said Saddam had dragged his people into two wars, had used chemicals weapons on them, killed hundreds of thousands and tortured and oppressed countless others.

Anti-war protesters had a right to demonstrate but should have focused on Saddam the villain and called for an end to human rights abuses in Iraq, he said.

Neglecting the threat posed by Saddam would be dangerous, Dr Ramos-Horta added.

"Abandoning such a threat would be perilous," he said.

"History has shown that the use of force is often the necessary price of liberation."

Dr Ramos-Horta likened the situation of Iraqi civilians under their dictator to the oppression suffered by his people in East Timor under the Indonesians.

He said the East Timorese had begged for a foreign power to free them from oppression, by force if necessary.

However, he did support giving the UN weapons inspectors more time.

Dr Ramos-Horta, in an interview with ABC radio tonight, said he did not arrive at his position lightly.

"Of course it is a very, very difficult question, but I'm not saying I support armed intervention," he said.

©2003 AAP

Anónimo disse...

Subject: Max Lane: East Timor, Iraq and Ramos Horta: the failures of the diplomatic memory
Subject: [asap] East Timor, Iraq and Ramos Horta

East Timor, Iraq and Ramos Horta: the failures of the diplomatic memory

By Max Lane

The article by Jose Ramos Horta defending the "aggressive strategy" of the US administration of George W Bush towards Iraq is not a surprise. Horta's approach to diplomacy throughout the struggle for East Timor's independence was always based on offering assurances to Washington that an independent East Timor would be friendly towards US interests. This approach was bound to lead to major defects of memory (and analysis) once Independence was achieved. These defects are most evident in his article "War for Peace? It worked in My Country", published in the Sydney Morning Herald and the Age on February 25.

Foreign Minister Horta tries in his article do equate the case of Iraq with that of East Timor. Of course, in this he follows in the footsteps of John Howard and Alexander Downer. Horta states: "In 1999, a global peacekeeping force helped East Timor secure its independence and protect its people." The truth is that the peacekeeping force, INTERFET, played no role in either securing East Timorese independence or protecting its people. INTERFET soldiers arrived in East Timor AFTER the Indonesian government and military had agreed to respect the referendum and withdraw. When INTERFET did arrive, they took no action to prevent some final acts of destruction by Jakarta forces. INTERFET's main role was to help rebuild some of the East Timorese damaged infrastructure, such as roads and bridges.

Throughout the struggle for East Timorese independence, right up until the arrival of INTERFET, the primary force that was exerted to defeat Suharto and then the Indonesian military was the mass street action by the peoples of East Timor, Indonesia, Australia and Portugal. In this struggle, the threat of military force played no role.

There were four major turning points in the struggle for East Timorese independence.

The first was mass demonstration in Dili in November, 1991 which ended with the Santa Cruz massacre. This demonstration and the televised massacre, which was the culmination of a series of demonstrations, including one during the visit to Dili of the Pope a year earlier, revived East Timor as an issue for international public opinion. The previous level of lobbying and other state level diplomacy in the United Nations had in the meanwhile totally failed to have any serious impact.

The second turning point was the mass upheaval in Indonesia in early 1998. The Indonesian student led anti-dictatorship movement forced the collapse of the Suharto dictatorship and its replacement by a much weaker government under continuing pressure to democratise and demilitarise.

Another wave of mass demonstrations took place in November 1998 demanding, among other things, a reduction on the role of the military in Indonesian politics. Facing a deep economic crisis and mass pressure for reform on many different fronts, and receiving advice from figures outside the old Suharto ruling circles, President Habibie decided to allow the United Nations to hold a referendum in East Timor. If the students had not overthrown Suharto, it is very possible that Xanana may still be in jail and East Timor still occupied.

The third turning point was the incredibly courageous mass mobilisation of East Timorese in the face of violent opposition by the Jakarta backed militia to participate in the campaign for the referendum and in the vote in September, 1999.

The fourth turning point was the mass protests in Australia and Portugal demanding international intervention in East Timor as a response to the Indonesian military's scorched earth policy and the mass forced deportations and the militia's violent attacks and murder of pro-Independence people.

In Australia, demonstrations escalated in size from a few hundred to more than 50,000 in Sydney and Melbourne each within just a six days. These mobilisations were not only driven by a sense of solidarity with the East Timorese people but with intense and growing anger with the Australian government for its inaction. This was an anger which had acumulated over two decades of inaction and complicity. These demonstrations threatened to escalate into even larger and angrier demonstrations, drawing in the trade unions, if the Australian government continued its defence of Jakarta and the Indonesian military. Howard lobbied Washington frantically to pressure Habibie to allow international forces to enter East Timor in order to stave of a political crisis in Australia.

Habibie made his decision not because of fear of some overhwelming military force about to descend on East Timor from Darwin. Habibie's decision was a response by a weak and crisis ridden government desperately looking for international support. It was threatened with increasing isolation as Western capitals, especially Washington and Canberra, were faced with rapidly increasing hostility from a mobilised public opinion.

So the INTERFET forces arrived in East Timor as a volunteer construction team and a border patrol unit. In this role, INTERFET has been involved in no military offensives and only in very rare exchanges of fire with remnant militias.

So it was neither the threat of force nor state level diplomatic lobbying that were crucial in this struggle. The failure of state level diplomatic lobbying was reflected most vividly in the incredible passivity of Washington and Canberra in the aftermath of the September 1999 referendum. Both Clinton and Howard were willing to accept the implementation of the scorched earth policy and the mass deportations in East Timor. Perhaps - but only perhaps - they may have later insisted in East Timorese independence, after the damage was done. In the meantime, it was the mass protests in Sydney, Melbourne and Lisbon that forced an end to that rampage.

There are obvious other differences between the case of Iraq and East Timor. Perhaps the most important is that the leadership of the National Council of Timorese Resistance (CNRT), which represented close to 100% of the massive pro-independence popular sentiment, supported the campaign for an international intervention.

In Iraq today, there is no clear overwhelming call from the Iraqi people for the United States, United Kingdom and Australia to invade, overthrow the regime, and set-up a temporary US military administration. Opposition groups in Iraq are divided on this question with many groups opposing the US plans. Furthermore it is impossible to say who has popular support and who does not.

The real lesson from the East Timor case is that democratic political change, including national liberation, will come about as a result of the oppressed people themselves organising and mobilising an opposition. The US "aggressive strategy", pursued by Bush and by Clinton earlier in the form of the embargo on Iraq, has in fact held back such a process.

The embargo and the bombing of the so-called no-fly zones have driven Iraqi society so dramatically backwards, socially and economically. Survival, rather than the struggle for democratic change, has become the necessary focus of so many people in Iraq. This, combined with pressures to unite to overcome the US driven, embargo and bombings, has strengthened the repressive regime in Baghdad rather than strengthened any struggle for change.

Iraq has long ceased to be a military threat to any of its neighbors. Its armed forces are half the strength they were at the time of the invasion of Kuwait. They are also much more poorly equipped. Iraq has no industrial infrastructure to back an aggressive military policy. Countries like Kuwait are now defended by the militarily superior United States.

Meanwhile we have the statements by earlier UN arms inspectors such as Scott Ritter that Iraq has been effectively disarmed of weapons of mass destruction. Even the French and German governments, in their current memorandum submitted to the UN Security Council, state that there is no evidence that Iraq continues to possess such weapons. On this last aspect, Foreign Minister Horta has swallowed holus bolus Washington's version of reality.

Horta cannot tell apples from oranges. Howard, Downer and Co. want us all to believe that apples are oranges. To date, the mass of people in Australia have not been confused by this deception (except for a few people here and there on the Left). When hundreds of thousands of people - including no doubt all those who came out for East Timor in 1999 - demonstrated around Australia against the US, UK, Australian invasion of Iraq, they voted with their feet against this spurious attempt to equate the case of East Timor and Iraq. It was good to see that such protests also took place in East Timor last February 15 as well.

[Max Lane chaired the 50,000 strong demonstration in Hyde Park, Sydney on September 11, 1999 demanding that Australia and the United Nations send troops to East Timor. He is currently a Visiting Fellow at the Centre for Asia Pacific Social Transformation Studies (CAPSTRANS), University of Wollongong. He is also the national chairperson of Action in Solidarity with Asia and the Pacific.]

-- To subscribe from this group, send an email to: ASAP-Sydney-subscribe@yahoogroups.com

Check for the latest information in the region at http://www.asia-pacific-action.org/

Anónimo disse...

Não votaria Ramos-Horta

Um homem sem valores e que não sabe pedir desculpa quando erra. Um prepotende sem memória e cheio de traições ao longo da sua vida. Um nunca jornalista armado em herói e salvador quando se apresenta um ser vazio sem conteúdo.
Ramos-Horta é o mais alto traidor do povo de Timor-Leste e um dos únicos responsáveis pela crise que o país atravessa.

Foi ele e há provas bastas para o provar, que encaminhou o país para a crise e que praticou alta traição para com Marí Alkatiri. Ramos-Horta é conhecido pela mão estendida e esquecimento do gesto. É o homem que resolve e nada resolve, diz e pensa que o faz. Usa e abusa dos outros para alcançar os seus fins. Há um livro de uma jovem australiana, levada para Timor-Leste por Ramos-Horta que fala do homem por detrás da capa.

Muitos exemplos se poderiam dar. Ramos-Horta tem negócios com a Tailândia, interesses na Austrália e património de duvidosa proveniência em vários países. Viveu de esmola de vários países, nomeadamente, Portugal, Estados Unidos, Moçambique e Austrália. Agradecer nunca o soube.

É homem dos discursos de circunstância e não é coerente com o seu próprio discurso. É tão mentiroso que até usa a palavra católica em vão ao seu serviço.

Está fotografada a sua depravação. Há fotografias que dentro em breve surgirão na Net do verdadeiro Ramos-Horta. Fotografias choque, "vibrantes" literalmente.

Ramos-Horta encarna em si a figura do ditador. Usou sempre da retórica para se sobrepor aos outros.

Tem alianças verdadeiramente mafiosas um pouco por todo o mundo mas com incidência especial na Ásia, Oceânia e Américas. Um verdadeiro "afilhado".

Ramos-Horta tem todo o perfil de ditador. Quem com ele trabalhou confirma e não desmende o aqui escrito. Ramos-Horta é um bélico, homem de guerra. Um homem que dá bofetadas nas crianças em plena rua. Um homem que grita e desautoriza os seus colaboradores a toda a hora. Um homem que escraviza os seus às suas vontades.

Ramos-Horta é o perigo de Timor-Leste, o pai do golpe de Estado na forma tentada e ainda por alcançar.

Um dia a história encarregar-se-á de escrever sobre o homem cuja sede de poder o levará ao abismo.

Por estas e outras razões, jamis votaria Ramos-Horta!

Anónimo disse...

Caros,

Depois da demissão de Alkatiri já passou tempo suficiente para se saber o que melhorou ou o que piorou em Timor-Leste.

O que se fez na governação de Ramos Horta (com mais dinheiro para governar) e com a presidência de Xanana para melhorar a vida dos Timorenses?
Resposta:-Um camião de arroz para o Oecussi!!!!(teve que esperar na fronteira... mas foi...)-Viagens, Cinema e beijinhos na Indonésia!!!-Viagens e beijinhos na Austrália!!!!-Viagens e beijinhos nos U.S.A.!!!!!-Elogios de Ramos Horta à actuação das tropas australianas (que matam timorenses e que soltaram o Alfredo Reinado)!!!!-A entrega de um prémio e beijinhos à Jennifer Lopez!!!!-A liberdade do Alfredo Reinado!!!-Grande confusão para a marcação das datas das eleições!!!!-O preço do arroz subiu!!!!!!-Mais fome para o Povo!!!-Menos casas e abrigos!!!!-Mais insegurança!!!!-Menos investimento estrangeiro para criar empregos!!-politicas de desenvolvimento agricola que estavam a ser desenvolvidas foram guardadas na gaveta!!!-etc.

Ou seja, quase nada de bom aconteceu em Timor-Leste depois da demissão de Mari Alkatiri a pedido do Presidente Xanana. As unicas coisas boas que foram feitas em Timor-Leste desde que é Independente foram feitas por Mari Alkatiri com a aprovação do Presidente da Republica. Como é natural em Democracia, Alkatiri também tomou más opções... o que é normal pois errar é humano.

A qualidade de vida dos timorenses era má... mas agora está muito pior!

Para muitos que acreditavam que Ramos Horta era o anjo em pessoa, chegou a hora de fazer uma reflexão: o que é que ele fez de bom para Timor Leste? Pedir dinheiro a malae, pedir dinheiro a malae, pedir dinheiro a malae, pedir dinheiro a malae,... Na verdade, estamos numa época em que Timor-Leste já começa a não precisar do dinheiro do malae porque já há mais dinheiro para governar.

Ramos Horta nunca foi a solução dos problemas do País. Embora ele aparecesse como o homem que tem a solução, a verdade é que ele só serve para RELAÇÕES PÚBLICAS. Por isso, só serve para ser ministro dos negócios estrageiros.

Quanto a Xanana: Dividiu, com discursos de guerra, Timor em lorosae e loromonu. Sem pensar na paz do Povo, alinhou com as estúpidas ideias de Alfredo Reinado. Permitiu a liberdade de Alfredo sem que este fosse chamado para depor em Tribunal, etc.

Xanana, com os seus actos, ensinou ao Povo que:-não devemos respeitar a Constituição da República;-que não devemos respeitar o Estado;-que manifestações insultuosas e agressivas são boas;-devemos perdoar os criminosos que matam e roubam, mas devemos julgar um Primeiro-ministro eleito por maioria;-que a Anarquia é melhor do que a Democracia;-etc

Repito:

O que é que Ramos Horta fez de bom para a vida dos timorenses?

O que é que Xanana Gusmão fez de bom para a vida dos timorenses?

http://www.topix.net/forum/world/east-timor/TKJRA3CM1F1FUJ3BQ

Anónimo disse...

AUSTRÁLIA APAGA TIMOR DO MAPA
Mari Alkatiri não resistiu ao golpe de Estado presidencial, patrocinado por Xanana Gusmão sob as ordens mais próximas da Austrália e mais distantes de George W. Bush. Começa agora a fase, petroliferamente incendiária, da tornar a FRETILIN num partido domesticado (Ramos Horta quer regressar para isso), residual ou, quem sabe, ilegal. Ou seja, lá se vai mais um país lusófono.
Por Orlando Castro

Ramos Horta teve já hoje o desplante de indicar três nomes como sucessores de Alkatiri. Não está mal. Não sei em que articulado da Constituição do país se baseou, mas certamente que os australianos lhe devem ter dido onde é que isso constava.
Com a saída de Alkatiri e a mais do que provável domesticação da FRETILIN, Timor-Leste vai passar definitivamente para a esfera política, económica, militar e social dos australianos. Assim o quis Xanana Gusmão, assim o permitiu (que remédio) Portugal e a própria CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
Xanana Gusmão nem sequer escondeu que apostava tudo na tomada do poder, tal como não ocultou que recebera ordens para decapitar a FRETILIN e Alkatiri que, reconheça-se, eram o único obstáculo a que o petróleo e gás natural de Timor passassem a ter a designação “made in Austrália”.
Xanana Gusmão, obviamente protegido por soldados australianos, agradeceu aos timorenses que se juntaram em Díli o contributo para vencerem a “guerra”. Guerra? Sim, talvez ela regresse.
Aliás, se calhar era isso mesmo que os australianos queriam mas, mais uma vez, Alkatiri não lhes deu esse prazer. Não deu a Camberra como não deu às figuras de terceiro plano que sairam às ruas para gritar vitória. Quais figuras? Fernando de Araújo, Leandro Isaac, Manuel Tilman, Mário Carrascalão, Ângela Carrascalão, Lúcia Lobato, Joe Gonçalves, por exemplo.
Creio que Alkatiri vai ser o último a rir. Pena é que sejam os timorenses, mais uma vez, a pagar a crise.

Anónimo disse...

Como a Austrália orquestrou a “mudança de regime” no Timor Leste
Parte 1
Por Peter Symonds
12 Octubre 2006
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Esta é a primeira das três partes de um artigo sobre a recente intervenção militar australiana no Timor Leste. Este artigo foi publicado no WSWS, originalmente em inglês, no dia 27 de Julho de 2006.

Após seis semanas do desembarque de tropas australianas no Timor Leste em 24 de maio, o primeiro-ministro do país, Mari Alkatiri, foi forçado a renunciar e o então ministro do exterior, Jose-Ramos Horta, que não faz nenhum segredo de sua simpatia pelos EUA e Austrália, foi instalado em seu lugar.

Se alguém acreditasse na mídia australiana, Canberra não teria nenhuma participação nesses eventos. Agindo pelos motivos mais evidentes, o primeiro-ministro australiano, John Howard, enviou forças militares, no fim de maio, para proteger os timorenses de uma súbita e amplamente inexplicável explosão de violência étnica entre “orientais” e “ocidentais”. Desde então, a história continua, a Austrália permaneceu como um árbitro neutro, se mantendo acima do conflito político em Dili. Segundo o Sydney Morning Herald, o novo primeiro ministro seria o “homem certo” para o Timor Leste.

Na realidade, o que aconteceu foi um golpe político incitado pela Austrália. Assim que as tropas desembarcavam, a declaração pública de Howard, que o Timor Leste não estava sendo bem governado, deu o sinal para a avalanche de propagandas na mídia australiana demonizando Alkatiri como um político ausente, autocrata e marxista. Insistentes queixas sustentavam que ele teria inteira responsabilidade pela violência e foi proposta a renúncia de Alkatiri, para que Ramos-Horta e Xanana Gusmão ocupassem o cargo, ambos que apoiavam a campanha promovida pela Austrália para destituir o primeiro-ministro.

Alkatiri recusou-se a ceder imediatamente e Gusmão não possuía o poder constitucional para destituí-lo sem o apoio do parlamento, onde o Fretilin, o partido de Alkatiri, tem uma ampla maioria. Então uma nova estratégia foi empregada. A rede de TV estatal Australian Broadcasting Corporation (ABC) colocou no ar o programa “Four Corners” em 19 de Junho, no qual espalhou fantásticas declarações dos inimigos políticos de Alkatiri, de que o primeiro-ministro tinha aprovado a formação de um “esquadrão da morte” para assassinar seus oponentes. Totalmente à parte do caráter dúbio e insustentável das acusações, o programa convenientemente ignorou o fato que os soldados rebeldes e oficiais da polícia que realizaram essas acusações eram claramente culpados de pegar em armas contra o Estado.

Gusmão e Horta foram “simpáticos” aos líderes rebeldes como o “Major” Alfredo Reinado, uma personalidade dúbia que treinou em 2005 na Academia de Defesa australiana em Canberra e que tornou-se um dos prediletos da mídia australiana. Reinado tinha prometido sua lealdade a Gusmão e saudou a chegada das tropas australianas. Ele também abertamente ameaçou iniciar uma guerra civil se Alkatiri não fosse destituído. Ninguém em Dili, Canberra ou na mídia australiana nunca levantou a questão de sugerir que Reinado e seus companheiros rebeldes poderiam ser acusados de traição. Ao invés disso, Gusmão enviou uma fita do programa da ABC para Alkatiri, com todas as acusações não comprovadas, e com uma carta exigindo a sua renúncia imediata.

Apenas uma semana mais tarde, em 26 de Junho, Alkatiri renunciou. Mas, apesar disso, o Fretilin permaneceu como o maior partido no parlamento, com o direito constitucional para nomear um novo primeiro-ministro, com o direito, inclusive, de o manter no posto. Para forçar a submissão do Fretilin, Gusmão ameaçou ignorar a constituição, dissolver o parlamento e escolher o seu próprio governo interino, aguardando novas eleições. Uma vez mais o Fretilin capitulou. Ramos-Horta, que, como Gusmão, não foram membros do Fretilin por muitos anos, foi incluído entre as três indicações do Fretilin ao cargo. Em 10 de Julho, estava ele, convenientemente, prestando o juramento como primeiro-ministro.

Enquanto o governo de Howard foi particularmente modesto em reconhecer seu papel, o jornal de Rupert Murdoch, o The Australian foi bem menos discreto. Em um comentário em 3 de Junho, o editor internacional Greg Sheridan declarou de forma incisiva: “ Certamente se Alkatiri permanecesse como primeiro-ministro no Timor Leste, isso seria uma chocante denúncia da impotência australiana. Se não se consegue traduzir o esforço de 1300 soldados, 50 policiais, centenas de aliados, múltiplos auxílios e uma importante missão internacional de ajuda em uma influência suficiente para livrar-se de um desastrado primeiro-ministro marxista, então você não é muito hábil na arte de influenciar, tutelar, patrocinar e, em suma, de promover o interesse nacional.”

Na sua forma crua, Sheridan estava simplesmente prenunciando aquilo que iria acontecer. Canberra despudoradamente explorou e manipulou as divisões entres as facções da elite política do Timor Leste para instalar o homem que desejava. As primeiras ações de Ramos-Horta foram de insistir que a Austrália poderia liderar qualquer nova missão da ONU no Timor Leste e, o mais importante, garantir que o parlamento poderia rapidamente ratificar um perigoso acordo entre o Timor Leste e a Austrália a respeito da divisão de rendimentos da reserva de gás Grande Alvorada. Em meio a outros interesses, a hostilidade do governo australiano a Alkatiri originou-se de sua recusa em ceder totalmente aos planos de Canberra quanto às reservas de petróleo e gás sob o mar do Timor, estimadas em 30 bilhões de dólares.


Rivalidades inter-imperialistas

Os eventos das últimas semanas brotaram organicamente das antigas relações da Austrália com o Timor Leste, nas quais o interesse pelo bem-estar do povo do Timor Leste nunca foram um fator importante. Howard, como seus predecessores Trabalhistas e Liberais, apoiaram a invasão do Timor Leste em 1975 pela ditadura de Suharto e sua subseqüente anexação como antiga colônia portuguesa. O interesse de Canberra estava centrado sobre o controle das substanciais reservas de petróleo e gás no Mar do Timor, que foi assegurado em 1989 sob um tratado feito com a Indonésia (o Timor Gap Treaty).

Após a queda de Suharto, em 1998, a Austrália encarou a possibilidade de que o tratado seria declarado nulo e inválido. A antiga metrópole colonial, Portugal, em aliança com os líderes do Timor Leste, pressionava pela independência do país, como uma forma de ganhar influência. Desde que a ONU nunca havia reconhecido formalmente a anexação à Indonésia, um estado separado poderia muito bem eliminar o acordo de Canberra com Jakarta, particularmente, se esse acordo fôsse contra as leis internacionais. A elite australiana fez os cálculos necessários e efetuou uma abrupta mudança de posição. Repentinamente, tornaram-se defensores dos direitos do povo do Timor Leste e apoiaram a “independência”. Utilizando a violência empregada pelas milícias pro-Indonésia antes e depois do referendo - supervisionado pela ONU em 1999 pela independência - como um pretexto, o governo de Howard despachou tropas para o Timor Leste. Seu real objetivo era antecipar-se ao rival australiano, Portugal.

A perspectiva de “independência” para o Timor Leste nunca foi viável. Na era da produção globalizada, qualquer nação, não importa o tamanho, é sujeita aos ditados das maiores corporações trans-nacionais e do capital internacional móvel. Um pequeno Estado em uma península empobrecida, com a população de menos de um milhão de pessoas, nunca poderá ser “independente” das potências regionais e globais, ou de várias instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o FMI. A rivalidade inter-imperialista pelos lucrativos recursos do Timor Leste apenas se intensificaram depois que o país foi transformado em um protetorado da ONU. O seu “Representante Especial do Secretário Geral”, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, tinha todos os poderes de um vice-rei colonial.

Ora, está em jogo não apenas o petróleo e gás do Mar do Timor, mas a localização estratégica da ilha exatamente entre importantes rotas navais e de carga, no cruzamento dos oceanos Índico e Pacífico. O apoio de Washington às ambições de Canberra no Timor Leste foi conjugado com a crescente rivalidade entre os EUA e a China pela influência na Ásia. O Pentágono há muito observou que a região marítima dos desfiladeiros de Ombai e Wetar (ambas no Timor Leste) é um dos “pontos de bloqueio” marítimo cruciais em qualquer conflito militar na região do Pacífico Asiático. Da mesma forma, Portugal, apoiado pela União Européia, viu o Timor Leste como um importante posto avançado na luta pela influência na Ásia, uma região que assumiu importância crítica com a emergência da China e da Índia como maiores plataformas de trabalho super-explorado do mundo.

As rivalidades inter-imperialistas encontram sua expressão na política de facções em Dili. A liderança do Fretilin sempre se espelhou em Portugal. O próprio Fretilin foi forjado, não na luta contra a dominação colonial portuguesa, mas contra a anexação do Timor Leste á Indonésia e sua repressiva dominação militar. Os líderes do partido foram extraídos da elite educada em Portugal, e usaram a chamada “identidade portuguesa” do Timor Leste em sua campanha pela “independência” da Indonésia. O programa do Fretilin não era marxista, mas ele promovia reformas sociais e democráticas básicas que restam a uma economia capitalista nacionalista.

Aos oponentes à agenda do Fretilin incluem-se Horta e Gusmão, que romperam com o partido e viam esse programa reformista limitado como muito radical. Gusmão virou-se diretamente para as forças políticas mais reacionárias e de direita no Timor Leste, incluindo a Igreja Católica e a UDT, que deu apoio à incorporação do país à Indonésia. O líder da UDT, Mário Carrascalao, o maior plantador de café da ilha, serviu como governador de província por uma década sob a ditadura da Indonésia. Essas camadas vêem o “marxista” Fretilin como uma barreira intolerável para o capital estrangeiro e para suas ambições pela exploração desimpedida dos recursos e do trabalho super-explorado da ilha.

Pouco antes da queda de Suharto em 1998, Gusmão, com o apoio de Portugal, engendrou uma grande coalizão de “união nacional” - o Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT) - que incluiu o Fretilin, assim como a UDT, líderes da igreja e indivíduos como Horta. O Fretilin, entretanto, permaneceu como a força dominante dentro do CNRT, porque ele foi popularmente reconhecido como tendo liderado uma difícil e corajosa luta contra 24 anos de uma brutal ocupação da Indonésia.

Alcançando seu objetivo por um referendo patrocinado pela ONU, o CNRT começou a romper-se sob o mandato da ONU. Apesar dos esforços de Gusmão em manter uma ampla coalizão onde permaneceria sua influência, o Fretilin aumentou significativamente seu papel como força política dominante.

Este efeito produziu um efervescente ressentimento nos círculos da elite dominante australiana. Apesar de ter fornecido a maioria das tropas na intervenção militar da ONU em 1999, Canberra achou que seu rival Portugal estava ganhando força política através de seus laços com o Fretilin. Na manobra política que aconteceu em direção à independência formal em Maio de 2002, o governo de Howard confiou cada vez mais nos oponentes do Fretilin. Tanto Gusmão quanto Ramos-Horta tem conexões de longa data com a Austrália - Horta durante seu exílio e Gusmão através de sua esposa australiana, Kirsty Sword.

Gusmão fez um apelo consciente às várias camadas anti-Fretilin na base da “união nacional”. Em torno dele reuniram-se aqueles cujas posições foram ameaçadas pela ascendência do Fretilin - antigos oficiais e policiais na administração provincial indonesiana, homens de negócio desejando acesso imediato para oferecer aos investidores estrangeiros, e a Igreja Católica, que se opôs às idéias seculares do Fretilin em separar a Igreja do Estado. Tanto que a divisão geográfica existiu, e isso refletiu o fato que as bases do Fretilin foram tradicionalmente as áreas mais a leste da ilha - aquelas onde mais se conduziu a guerrilha - do que nas regiões mais desenvolvidas, no oeste, com suas ligações com a província indonesiana do Timor Oeste. Gusmão, que estabeleceu laços estreitos com o regime indonésio durante sua prisão em Jakarta, clamou pela reconciliação com a Indonésia.

As diferenças políticas explodiram na eleição para uma assembléia constituinte em Agosto de 2001. O Fretilin ganhou uma absoluta maioria - 55 de 88 cadeiras. Seu rival mais próximo, com sete cadeiras, foi o Partido Democrático (PD), formado pouco antes da eleição. O PD apelou para a juventude, pessoas que viram poucas oportunidades de progresso em um estado liderado pelo Fretilin, onde o português, falado por poucos timorenses, poderia ser a língua oficial. O partido de Mário Carrascalao, o Partido Social Democrata (PSD) ganhou apenas seis cadeiras.

O Fretilin propôs uma constituição parlamentar secular, que poderia assegurar a continuidade da dominação do partido. Seus oponentes apoiaram a iniciativa de Gusmão por um sistema presidencial, baseado na frente de “unidade nacional”, na qual ele manteria poder completo. O Fretilin prevaleceu e, com o apoio da ONU, transformou a assembléia constituinte no primeiro parlamento. As amarguras entre as facções ressurgiram durante as eleições à presidência em abril de 2002. O Fretilin não lançou um candidato, permitindo a Gusmão vencer com uma avassaladora maioria. Mas Alkatiri sutilmente anunciou que ele poderia lançar uma campanha pelo voto em branco, enquanto outros líderes do Fretilin deram um apoio silencioso ao oponente nominal de Gusmão.

Na medida que Canberra estava preocupada, o resultado do processo supervisionado pela ONU foi um desastre. Aqueles em Dili mais simpáticos aos interesses australianos estavam, claramente, sendo deixados de lado. Enquanto Gusmão tornava-se presidente, ele tinha poderes constitucionais limitados. Além disso, o governo do Fretilin rapidamente tornou claro que ele não iria simplesmente submeter-se aos ditados de Canberra. Uma semana antes da independência formal, o governo de Howard levou Alkatiri a Canberra em um jato VIP para pressioná-lo a finalizar um acordo cedendo o maior dos campos de petróleo e gás do Mar do Timor - A Grande Alvorada - à Austrália. Mas Alkatiri recusou-se a cooperar.

A jornalista australiana Maryann Keady, em um recente artigo intitulado “Golpe Imperialista no Timor Leste”, aponta que a movimentação contra o novo governo começou assim que a “independência” foi declarada. “A campanha para destituir Alkatiri começou, pelo menos, há quatro semanas atrás,” ela escreveu.”Lembro do dia depois que um oficial norte-americano começou a contar estórias da corrupção de Alkatiri quando eu era “freelancer” da rádio ABC. Eu investiguei as declarações - e não achei nada - mas estava mais preocupada com o conteúdo da crítica feita pelos oficiais americanos e australianos que claramente queriam era dar um fim a esse “problema”, ou seja, o primeiro-ministro.... Depois que entrevistei os maiores líderes políticos, ficou claro para mim que não iriam parar até livrarem-se do primeiro-ministro do Timor Leste.”

Anónimo disse...

Portuguesa será conselheira da ONU
Diário de Notícias, 20/03/07

Sónia Neto irá ocupar o cargo de "conselheira" do representante especial do secretário-geral das Nações Unidas em Timor- -Leste, o posto mais elevado que um português irá ter na estrutura internacional que acompanha o actual processo eleitoral.

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, para quem Sónia Neto trabalha como assessora política, autorizou o pedido de deslocação formulado pelo chefe da ONU em Timor- Leste, Atul Khare.

Ao serviço das Nações Unidas, Sónia Neto passou por vários países africanos de língua oficial portuguesa antes de ser nomeada directora do Centro de Apoio aos Partidos Políticos de Timor- -Leste durante as primeiras eleições, em 2001.

De 2001 a 2006, foi chefe de gabinete do então ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste Ramos Horta. Desde Junho do ano passado é assessora no Gabinete de Conselheiros Políticos de Durão Barroso.

A 9 de Abril realizam-se as eleições presidenciais em Timor- Leste, as primeiras organizadas pelas autoridades timorenses desde a independência, e imediatamente a seguir será agendada a data das eleições legislativas. Ambos os sufrágios também vão ser acompanhados por uma missão de observação da União Europeia, a convite das autoridades de Díli.

Entretanto, a Indonésia vai reforçar as suas patrulhas ao longo da fronteira com Timor-Leste antes e depois das eleições para antecipar quaisquer eventualidades.

O chefe do Comando Militar de Wirasaki, coronel Ariel Rachman, indicou que os militares montaram 38 novos postos de controlo na linha de fronteira que, na ilha de Timor, separa a parte oriental, timorense, e ocidental, indonésia.

"Esperamos que não haja qualquer incidente ou problemas que afectem a nossa soberania, por isso apostamos na prevenção", sublinhou Ariel Rachman.

http://jn.sapo.pt/2007/03/20/mundo/portuguesa_sera_conselheira_onu.html

FRETILIN disse...

Foi hoje lancada a Equipe de Comunicacao Social da FRETILIN para a Campanha Presidencial


Hoje, cerca das 15 horas, na sede do Comite Central da FRETILIN (CCF), em Comoro, realizou-se uma conferencia de imprensa para o lancamento da Equipe de Comunicacao Social da FRETILIN para a Campanha Presidencial.


Estiveram presentes varios jornalistas, timorenses e estrangeiros, assim como militantes do partido.


A abertura da conferencia de Imprensa foi feita pelo Camarada Arsenio Bano, membro do CCF e da Comissao Politica Nacional (CPN). Como introducao, foram apresentados os porta-vozes da Equipe, nomeadamente Camarada Jose Manuel Fernandes (Secretario-Geral Adjunto e Membro do CCF), Camarada Filomeno Aleixo (Membro do CCF e do CPN), Camarada Cipriana Pereira (membro do CCF), Camarada Rui Castro e Camarada Sahe da Silva, fornecerao informacoes em Tetum, Portugues, Ingles e Indonesio.


Apresentou-se um slideshow como amostra do que sera apresentado durante a Campanha para as Eleicoes Presidenciais, que tera inicio na proxima sexta feira, dia 23 de Marco de 2007.


A Equipe de Comunicacao Social, composta pelos porta-vozes, e outros militantes, irao trabalhar com o objectivo de transmitir aos meios de comunicacao social e a qualquer organizacao ou individuo interessado (sendo ou nao militante ou simpatizante do partido), as informacoes relacionadas com a campanha e as eleicoes presidenciais.


Podem igualmente ter acesso as informacoes consultando os websites: www.luolobapresidente.blogspot.com, www.luolo.blogspot.com, www.timortruth.com .


A sede do Centro de Informacao da FRETILIN para Campanha Presidencial, esta localizada na sede do CCF, em Comoro, Dili.
Serao realizadas conferencias de imprensa, duas vezes por semana, as tercas e sextas (horas a serem indicadas oportunamente) e, extraordinariamente, sempre que for necessario.


Os membros desta equipe irao trabalhar durante todo o periodo da campanha e eleicoes presidenciais, 24 horas por dia, 7 dias por semana, estando alguns permanentemente em Dili e outros nos distritos, e poderao ser contactados via telefone, emails e directamente no Centro de Informacao da FRETILIN.

Anónimo disse...

Relembrando os acontecimentos em 1999 quando os milicias aterrorizavam o nosso povo, todos pedimos quase de joelhos para aos australianos intervirem e agora que estamos livres condenamos o libertador!!! Eu acho que nao esta justo!!!

Anónimo disse...

Alkatiri: Sigla CNRT foi usada «abusivamente» por Xanana

Mari Alkatiri, ex-primeiro-ministro e secretário-geral da Fretilin, afirmou hoje à Agência Lusa que a sigla CNRT foi «abusivamente usada» pelo novo partido do presidente cessante de Timor-Leste, Xanana Gusmão.
«Vai ser interessante (a luta entre a Fretilin e o CNRT para as eleições legislativas). É pena que tenham usado um nome que não deviam, até porque o CNRT (Conselho Nacional da resistência Timorense) nasceu com uma Magna Carta e o autor dessa Magna Carta sou eu», afirmou.
O novo partido do Presidente da República cessante, ainda não apresentado oficialmente, usa a mesma sigla que o Conselho Nacional da Resistência Timorense, mas o nome está ainda por oficializar.
No passado, a CNRT foi o órgão histórico formado para aglutinar todas as forças políticas da Resistência timorense.
Para Alkatiri, o uso da mesma sigla por um partido político «é muito enganador, pouco honesto e esconde atrás disso uma intenção desmedida». «Nunca pensei», sublinhou Mari Alkatiri, afirmando-se «magoado» com a coincidência de nomes.
«Acho que Xanana tem envergadura suficiente para iniciar uma nova sigla», adiantou o ex-primeiro-ministro, levado a demitir-se a 26 de Junho de 2006 após a crise política e militar.
«Xanana Gusmão tem um passado que pode até dar-lhe mais credibilidade. Não precisa de ir à procura de siglas que são de todos para se apropriar" delas», insistiu.
Sobre o seu próprio partido, Mari Alkatiri defendeu que a Fretilin «tem energia e capacidade e, já o demonstrou durante a luta, em ir-se renovando».
«Povos como os nossos jogam muito com capitais simbólicos. Uma morte precoce de um capital simbólico contribui muito negativamente para a consolidação da nação e do Estado», analisou o secretário-geral do maior partido timorense.
Para Mari Alkatiri, «a Fretilin é um capital simbólico deste país, não é só uma instituição como qualquer outra».
«Por isso eu vou terminar a carreira política na Fretilin e depois serei um advogado de causas justas», concluiu.
Sobre a acusação de ser líder de um partido comunista, Mari Alkatiri diz que, «no mundo de hoje», já não sabe o que isso significa.
«Eu ainda sei o que significa ser capitalista. Agora, ser comunista já não sei. Mesmo os capitalistas, o que falam é em acabar com a pobreza, em saúde para todos, até já falam em água potável e electricidade. Mesmo o Banco Mundial. Portanto, estamos todos no mesmo barco», sublinhou.
Questionado sobre o papel da Igreja Católica, que liderou em vários momentos a oposição ao governo da Fretilin, Mari Alkatiri espera que «não seja uma força política» nas próximas eleições.
«Senão, há duas facções políticas com os mesmos militantes», afirmou o ex-primeiro-ministro.
«Os católicos são 95 por cento da população e a Fretilin é o partido maioritário deste país. Também são católicos, tirando eu e poucos mais. Significa que são duas forças políticas com os mesmos militantes», adiantou.
«A igreja não se candidata, penso eu», disse ainda o fundador da Fretilin, rindo.
Diário Digital / Lusa
20-03-2007 10:41:17
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=268035

Anónimo disse...

Timor-Leste
Bispo de Baucau critica falta de preparação política da Fretilin
20.03.2007 - 15h06 : Pedro Sousa Pereira (Lusa)

O bispo timorense de Baucau, D. Basílio do Nascimento, considera que, politicamente, os últimos cinco anos do país ficaram marcados sobretudo pela inexperiência da Fretilin, que cometeu erros porque os dirigentes desconhecem o país e estão pouco preparados.
"Para uma grande parte dos nossos governantes, o primeiro emprego que tiveram na vida foi ser ministro. Estas coisas aprendem-se, só que, de um momento para o outro, ser ministro de um país onde não há nada é um bocado temerário", disse D. Basílio do Nascimento à Lusa.

Segundo o bispo de Baucau, o principal erro da Fretilin foi "não conhecer o país" e referiu-se, sem apontar nomes, à "classe política que veio de fora, que imaginou Timor-Leste parado no tempo".

Para D. Basílio do Nascimento, depois da independência, em 2002, os políticos da Fretilin "não souberam adaptar-se à realidade". "Para eles, o Timor ainda era o Timor de 1975. A maior parte da classe dirigente não acompanhou esta evolução de Timor ao longo de 24 anos e teve surpresas", acrescentou.

Segundo o responsável pela Diocese de Baucau, o Governo da Fretilin, liderado por Mari Alkatiri, não soube adaptar-se à realidade de Timor-Leste. "Nos primeiros três anos de governação acho que não acertaram e quando quiseram acertar já tinham criado muitos anticorpos e muitas reacções hostis, de maneira que o bem que, porventura, tenham feito nos últimos tempos não conquistou o coração das pessoas", frisou.

D. Basílio do Nascimento reconhece o papel histórico da Fretilin durante a ocupação indonésia, mas afirmou que a mensagem política do partido está esgotada e que a falta de quadros não permite a aplicação das políticas. "Até aqui funcionava a afectividade histórica, mas o partido maioritário encarregou-se de mostrar que não tinha capacidade. Tinha nome, criou muita simpatia do ponto de vista afectivo mas as pessoas foram aprendendo que, se calhar, o partido tem o seu lugar na história. O partido não tem quadros para implementar aquilo que porventura se criou como uma expectativa desenvolvida e dinamizada pelo partido", disse.

Desconhecimento sobre a realidade da população

D. Basílio, que assinalou na segunda-feira os dez anos da criação da Diocese de Baucau, disse à Lusa que a proposta do Governo da Fretilin, apresentada em Novembro 2005, sobre o fim das aulas de religião e moral nas escolas timorenses, o que provocou na altura manifestações por parte da igreja, foi um exemplo daquilo que aponta como o desconhecimento que os dirigentes têm sobre a população timorense.

"Isso foi uma ponta do iceberg. O que nós tínhamos intuído era que se tratava de um conceito de sociedade que, a nosso ver, não tinha nada a ver com a maneira de ser, de agir e de pensar deste povo", afirmou D. Basílio do Nascimento.

"Há um reconhecimento da parte da população em relação à igreja, em certos parâmetros da vida em que só a igreja está a intervir. Refiro-me à educação e refiro-me à assistência social".

Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, disse hoje, em entrevista à Lusa, que espera " que a igreja não seja política e que seja igreja, porque senão há duas facções políticas com os mesmos militantes".

"Católicos são 95 por cento da população e a Fretilin é o partido maioritário deste país, também são católicos, tirando eu e poucos mais", disse à Lusa Mari Alkatiri, ex-primeiro-ministro e fundador do maior partido de Timor-Leste.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1288847

Anónimo disse...

Ex-primeiro-ministro fala dos acontecimentos de 2006
Mari Alkatiri afirma que "Timor perdeu credibilidade"
20.03.2007 - 13h50 Pedro Rosa Mendes (Lusa), em Díli

O ex-primeiro-ministro e secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, considerou hoje, em entrevista à Lusa, que "Timor-Leste perdeu credibilidade" com os acontecimentos do ano passado.
"A nível regional e internacional, Timor-Leste perdeu um pouco de credibilidade e tem de voltar a ganhá-la. A nível doméstico, interno, todos perderam" com a crise política e militar de Abril e Maio de 2006 e "quem mais perdeu foi o povo", afirmou Alkatiri.

A crise, desencadeada pela exoneração, em Março de 2006 de cerca de 600 elementos das Falintil/Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), culminou com a queda do I Governo Constitucional liderado por Mari Alkatiri, a 26 de Junho.

"O último ano foi extremamente melancólico e triste para todos nós. É importante que cada líder reflicta sobre a sua contribuição para empurrar de novo o país para trás não sei quantos anos", afirmou Mari Alkatiri.

O ex-primeiro-ministro insistiu, no entanto, que a crise "é fruto de um golpe não concluído, de uma conspiração muito bem montada".

"Timor-Leste estava a ser um 'mau exemplo' para a região"

"Timor-Leste estava a ser um 'mau exemplo' para a região, particularmente para o lado do Pacífico. É um país pequeno, que aparece a querer ser independente e a defender os seus recursos, com todas as suas forças, usando o Direito. Nós habituámo-nos a isso quando lutámos pela independência nacional durante 24 anos", explicou.

Sobre o partido que lidera, Mari Alkatiri disse não encontrar reflexos negativos da crise para a Fretilin, sobretudo num ano de eleições presidenciais (marcadas para 9 de Abril) e legislativas.

"O que se pretendeu com esta crise foi descredibilizar a Fretilin e a sua liderança. Como quem o fez não conseguiu credibilizar-se, antes pelo contrário, quem mais ganhou foi a Fretilin e a sua liderança", sustentou Mari Alkatiri.

Fretilin "não perdeu autoridade" junto dos seus militantes

O ex-primeiro-ministro garantiu, nesse sentido, que a direcção da Fretilin "não perdeu autoridade" junto dos seus militantes.

"De outro modo, não teríamos tido capacidade de controlar os militantes e exigir deles tolerância e contenção", sublinhou Mari Alkatiri.

A Comissão Especial Independente de Inquérito aos acontecimentos de 2006 recomendou a abertura de um processo contra Mari Alkatiri, suspeito de envolvimento na entrega de armas a civis pelo então ministro timorense do Interior, Rogério Lobato.

O arquivamento do processo por falta de provas foi anunciado no início de Fevereiro. Mari Alkatiri afirmou que o caso o afectou "a título pessoal, sobretudo familiar, e também a nível do partido". Ressalvou, no entanto, que as "dúvidas de algumas franjas dentro da Fretilin" ficaram esclarecidas.

Acontecimentos de 2006 devem ser "contextualizados"

Mari Alkatiri defendeu também que os acontecimentos e as decisões de 2006 devem ser "contextualizados" numa perspectiva política e não apenas jurídica.

"Estávamos na altura numa situação de desordem pública, não de ordem pública", explicou o ex-primeiro-ministro, aludindo ao colapso da Polícia Nacional.

"A polícia é uma instituição recente. Se não houve implosão nas Forças Armadas, isso deve-se à sua própria história. De onde vieram as F-FDTL? Há uma certa solidez institucional por parte do comando que veio do tempo da guerrilha", justificou.

Para o secretário-geral da Fretilin, as instituições herdadas da Resistência são as que funcionam no pós-independência.

"Num país que se torna independente através de uma luta prolongada, as instituições ligadas à luta são vitais nos primeiros anos da independência para consolidar o resto do Estado", explicou o ex-primeiro-ministro.

"A comunidade internacional tem a tendência de ver sempre o contrário. Quer desligar o país da sua história de luta", concluiu Mari Alkatiri.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1288845&idCanal=18

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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