The Jakarta Post - Friday, January 5, 2007
Duncan Graham, Surabaya
It's a pity radical Islamic cleric Abu Bakar Ba'asyir was cleared of wrongdoing by Indonesia's Supreme Court during Australia's Silly Season.
This is the normally slow-news period just before Christmas and into the New Year. Politicians, PR hustlers, ambitious academics and other column poachers and airtime thieves are at the beach taking a break from feeding the media with their pontificating and posturing.
The press and TV heavies are also hitting the surf and sand, so minor events often get a run beyond their normal value.
So it has been with the toothy whitebeard skilled in needling his neighbors, even recommending that Prime Minister John Howard take the Haj.
Now that would be news. But in the absence of the Protestant Howard heading for Mecca swathed in white -- or any other solid stories - reporters have been asking and getting the predictable responses from victims of the Bali bombs. These are the outrages that Ba'asyir allegedly engineered as spiritual head of the militant group Jamaah Islamiyah.
Innocent according to the new legal decision, but guilty in the court of public opinion Down Under. Understandably the badly wounded jurors tend to be deaf to the opinions of more learned commentators. These people, including Australian Federal Police Commissioner Mick Keelty, remain unsurprised at the court's decision because the circumstantial evidence used for the conviction was tissue thin.
All this was said before and at length when Ba'asyir was released in June after serving part of a 30-month sentence. But that hasn't stopped the anger and accusations being recycled when there's been little else to report apart from sport and bushfires.
Then another Christmas goodie with Foreign Minister Alexander Downer again warning holiday-hunting Aussies to steer clear of the archipelago because they might get bombed.
The State Intelligence Agency BIN reckons no problem, leaving us to think the Aussie spooks know more than the locals – or Australia has another agenda in maintaining travel alerts and talking about unspecified and uncheckable 'credible threats'.
So here at the end of 2006 we have our long-suffering patient Ms AusIndo Relations sick yet again, with her condition likely to worsen in the next two months.
That's because a coronial inquest is scheduled early next year to examine the deaths of the Balibo Five.
Many outside the Antipodes will be bemused by this shorthand term that refers to the deaths of five Australian newsmen covering Indonesia's 1975 invasion of what was then Portuguese Timor.
The unarmed TV crews were allegedly shot dead by the Indonesian military at the border village of Balibo. Their bodies were then burned.
This is an issue that the Australian media has never abandoned. Nor have some of the victims' families - particularly Shirley Shackleton widow of reporter Greg.
After more than 30 years and numerous inquiries you might expect no new evidence could be forthcoming. Wrong. Information has now become public that didn't make it into the media during earlier closed-door investigations.
It's claimed that two Australian officials knew of intercepted radio messages transmitted by the Indonesian Army during the fighting. These allegedly ordered the journalists to be killed.
Till now it has been argued that the men died in crossfire as TNI troops and Fretilin fighters confronted each other – in other words a tragic accident. Few in the Australian media believe this version.
Some of the TNI commanders involved are still alive and likely to be named at the inquest. Not the sort of coverage that will refresh Ms AIR.
In November Australia and Indonesia signed the so-called Lombok Treaty that's supposed to make sure we all stay mates. Ms AIR's wounds started to heal - but as many observers have pointed out soothing sounds among politicians doesn't mean the hearts and minds of the electorate will follow the same song sheet.
Why should Australian taxpayers continue to help Indonesia when some of its military elite allegedly ordered the murder of our young men (all were in their 20s) who were just trying to do their job as neutral observers? (Indonesia ranks number two in Australian aid, behind Papua New Guinea).
And why should voters accept the Australian government's present intentions when past administrations allegedly knew the killings were willful but put appeasement ahead of confrontation with its overcrowded neighbor?
There'll be calls for the assassins to be prosecuted if the inquiry finds against them, but of course nothing will happen. If the masterminds behind the September 2004 Garuda airline slaying of local human rights activist Munir are untouchable, there's no chance the executioners of foreigners three decades ago will ever see the inside of a courtroom.
For Indonesia this is a closed volume. For Australia the page is heavily book marked and the edges dog-eared.
We don't expect the polygamous Ms AIR to expire - she's being lavished with lots of top-level care from her two lovers. Unfortunately she doesn't have too many friends elsewhere to wish her well, and they're the ones that matter.
So here's a New Year's resolution we can all undertake: Let's make 2007 the year we tone down the slander and make the effort to try and understand each other. In brief -- behave like good democratic neighbors, explore a bit of reconciliation and take a breath of fresh air.
The writer is an East Java-based journalist.
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segunda-feira, janeiro 08, 2007
Op-Ed: The Haunting Return of the Balibo Five
Por Malai Azul 2 à(s) 17:43
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tradução:
Operação-Ed: O assombrado regresso dos cinco de Balibo
The Jakarta Post – Sexta-feira, Janeiro 5, 2007
Duncan Graham, Surabaya
Foi uma pena que o clérigo islâmico radical Abu Bakar Ba'asyir tenha sido ilibado de ter agido mal pelo Supremo Tribunal da Indonésia durante a estação tonta da Austrália.
Este é o período normalmente com poucas notícias imediatamente antes do Natal e que se prolonga pelo Novo Ano. Políticos, enérgicos Relações Públicas, académicos ambiciosos e outros colunistas exagerados e ladrões de tempos de antenas estão na praia fazendo uma pausa da alimentação dos media com o seu pontificar e fingimento.
Os peso-pesados da imprensa e da TV estão também a surfar e na areia, por isso eventos menores muitas vezes têm uma projecção para além do seu valor normal.
Assim tem acontecido com os ásperos especialistas de barba branca em irritar os seus vizinhos, que chegam a recomendar que o Primeiro-Minister John Howard faça a peregrinação muçulmana.
Não que isso fosse novidade. Mas na falta do Protestante Howard se dirigir para Mecca vestido de branco – ou de qualquer outra história sólida – os repórteres têm perguntado e obtido as respostas previsíveis das vítimas das bombas de Bali. São estes os ultrajes que Ba'asyir alegadamente fabricou como responsável espiritual do grupo militante Jamaah Islamiyah.
Inocente de acordo com a nova decisão legal, mas culpado no tribunal da opinião pública Debaixo Deles. Incompreensivelmente os jurados bastante feridos tendem a ficar surdos às opiniões de comentadores mais sabedores. Esta gente, incluindo o Comissário da Polícia Federal Australiana Mick Keelty, mantém-se sem surpresa com a decisão do tribunal porque a evidência circunstancial usada para a acusação era muito fina.
Tudo isto foi dito antes e em extensão quando Ba'asyir foi libertado em Junho depois de ter servido parte duma sentença de 30 meses. Mas isso não parou a cólera e as acusações de serem recicladas quando há pouco mais para relatar além do desporto e dos fogos no mato.
Depois um outro milagre do Natal quando o Ministro dos Estrangeiros Alexander Downer avisou outra vez os caçadores de férias Australianos de se manterem longe do arquipélago porque podiam ser bombardeados.
A Agência de Informações do Estado BIN acha que não há problemas, deixando-nos a pensar que os espiões Australianos sabem mais que os locais – ou que a Austrália tem uma outra agenda para manter alertas de viagens ao falar sobre ‘ameaças credíveis’ não especificadas nem averiguáveis.
Assim, no final de 2006 temos a paciente há muito sofredora Senhora Relações AustraloIndonésia outra vez doente, com a sua condição provavelmente a piorar nos próximos dois meses.
Tudo por que um inquérito judicial está agendado no princípio do próximo ano para examinar as mortes dos cinco de Balibo.
Muitos de fora dos Antípodas devem estar confusos por este termo curto que se refere às mortes dos cinco jornalistas Australianos que cobriam a invasão Indonésia de 1975 do que era então o Timor Português.
A desarmada equipa de TV foi alegadamente baleada pelas forças militares Indonésias na aldeia fronteiriça de Balibo. Os seus corpos foram depois queimados.
Esta é uma questão que os media Australianos nunca abandonaram. Nem algumas das famílias das vítimas - particularmente Shirley Shackleton viúva do repórter Greg.
Depois de mais de 30 anos de numerosos inquéritos podia-se esperar que pudesse estar para vir novas evidências. Errado. A informação que veio agora a público é a que não chegou aos media durante investigações anteriores de porta fechada.
Afirma-se que dois funcionários Australianos souberam duma mensagem de rádio interceptada transmitida pelas Forças Militares Indonésias durante a luta. Essa (mensagem) alegadamente ordenava que os jornalistas fossem mortos.
Até agora tem sido argumentado que os homens morreram num fogo cruzado quando tropas do TNI e guerrilheiros da Fretilin se confrontaram – noutras palavras, um acidente trágico. Poucos nos media Australianos acreditam nesta versão.
Alguns dos comandantes do TNI envolvidos estão ainda vivos e estão aptos a serem chamados ao inquérito. Não é o tipo de cobertura que refrescaria a Senhora Relações AustraloIndonésia.
Em Novembro a Austrália e a Indonésia assinaram o chamado tratado de Lombok que é suposto garantir que continuemos todos companheiros. As feridas da Senhora Relações AustraloIndonésia começavam a sarar – mas como muitos observadores sublinharam sons tranquilizantes entre políticos não significa que as cabeças e os corações do eleitorado sigam a mesma pauta.
Porque é que os pagadores de impostos Australianos deviam continuar a ajudar a Indonésia quando alguma da sua elite militar alegadamente ordenou o assassinato de nossos jovens (todos estavam na casa dos vinte) que estavam simplesmente a tentar fazer o seu trabalho de observadores neutros? (a Indonésia está em segundo lugar na ajuda Australiana, atrás da Papua Nova Guiné).
E porque é que deveriam os eleitores aceitar as intenções actuais do governo Australiano quando administrações anteriores alegadamente souberam que as mortes foram deliberadas mas puseram a conciliação à frente da confrontação com os seus superpovoados vizinhos?
Haverá apelos para que os assassinos sejam processados se o inquérito encontrar algo contra eles, mas obviamente nada vai acontecer. Se os planeadores de bastidores (que estiveram) por detrás da morte do activista de direitos humanos Munir da companhia aérea Garuda em Setembro de 2004 são intocáveis, não há qualquer possibilidade de se ver alguma vez no interior de um tribunal os executores de estrangeiros de há três décadas atrás.
Para a Indonésia este é um livro fechado. Para a Austrália a página está pesadamente marcada e as margens espigadas.
Não esperamos que a polígama Senhora Relações AustraloIndonésia morra – ela tem sido mimada com muitos cuidados de alto nível pelos seus dois amantes. Infelizmente ela não tem muitos amigos noutros lados para lhe desejarem as melhoras, e são estes que contam.
Por isso aqui temos uma resolução de Ano Novo que todos podemos subscrever: Façamos de 2007 o ano para baixar as calúnias e para nos esforçarmos para compreender cada um. Em resumo – comportarmo-nos como bons e democráticos vizinhos, explorar um pouco de reconciliação e inspirarmos ar fresco.
O escritor é um jornalista com base no Leste de Java.
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