The Jakarta Post
S.P. Seth, Sydney
The recent release of the 1976 cabinet papers after thirty years shed interesting light on Australia's East Timor policy in the months following the Portuguese colony's incorporation into Indonesia. And gives one a better understanding of Canberra's Indonesia policy.
But first the 1976 cabinet papers, with extracts published in the Australian press relating to East Timor. What comes out in these papers is that Canberra had no real objection to East Timor's incorporation into Indonesia, but would have liked it to involve a process of self-determination. But since Jakarta had already gone ahead militarily, Canberra might as well live with it.
At the same time, the United States had expressed understanding of Indonesia's compulsions in the matter at the highest level during President Gerald Ford's brief December 1975 Jakarta visit.
As Andrew Peacock, then foreign minister, argued in a cabinet submission paper, "There is no tangible Australian national interest e.g. trade or security, directly involved in East Timor. If anything, the strategic preference would be for integration..."; these being Cold War years.
And a high level defense committee warned against Fretilin's "hardcore leadership" and their links with "radical international elements", if East Timor were to become independent under their control.
It said in February 1976, "Indonesia is a power with long term potential for a significant assault against Australia." In other words, why annoy a potentially powerful neighbor when Canberra couldn't have influenced its policy on East Timor anyway.
As the report elaborated: "Attempts to deny Indonesia its objective (of integrating East Timor) and secure its co-operation in a military withdrawal from East Timor and in a genuine act of self-determination are therefore likely to meet intractable political and practical difficulties and ultimately to prove futile."
For added emphasis, a strategic defense review pointed out, "As the alternative is an essentially weak state, open to outside interference, the defense interest is served by East Timor's incorporation in Indonesia."
These formulations on Indonesia's East Timor policy at the time say much about Australia's perspective on its large northern neighbor. Which meant that as Indonesia is a large and potentially powerful neighbor, and could pose a serious threat to Australia's security, it would need careful managing.
This has been a core element in Australia's Indonesia policy since the mid-seventies. As East Timor had the potential of becoming a contentious issue, Canberra, at times, went out of the way to accommodate Indonesian sensitivities. It helped, though, that Indonesian and Australian strategic interests on the issue were, more or less, similar.
In time Australia recognized Indonesia's sovereignty over East Timor. Thereafter, the political relationship between the two countries continued to expand, reinforced further with the 1995 defense pact. This gave the relationship a security dimension, enabling Canberra to create a network of political and military ties.
Canberra had apparently come to the conclusion that Indonesia's authoritarian political system had come to stay under Soeharto, and that its military will have even more clout in any post-Soeharto order. Hence, the need for Canberra to create a web of relationships at the top political and military level for the foreseeable future.
But the unexpected happened in the wake of the Asian economic meltdown which affected Indonesia seriously, thus creating a politically untenable situation for the Indonesian autocrat. With the Cold War already over, Soeharto had no benefactors in the West, and the International Monetary Fund wasn't being helpful.
Soeharto's resignation in 1998 created an extremely fluid situation, with his successor, Habibie, pushing a referendum on East Timor.
Which Indonesia lost in 1999, creating a serious crisis in its relations with Australia. Australia's triumphal conduct, akin to a military victory, and superior moral tone looked like a political betrayal to most Indonesians; after having all through supported Indonesia's sovereignty over East Timor.
East Timor, which had been a cementing factor in Indonesian-Australian relations since the mid-seventies, now created a serious rupture between the two countries in the late-nineties.
And it was not until the tsunami which ravaged Aceh, when Australia provided generous assistance, that the relations started to recover. President Susilo Bambang Yudhoyono's Australia visit, in the wake of the tsunami disaster, seemed to have created a new dawn.
But when Canberra granted asylum status to Papuans, some of them political activists, it brought back Indonesia's bad memories about Canberra's "betrayal" over East Timor.
The recently signed Treaty of Lombok, creating a framework for security cooperation between the two countries, is an attempt to reignite the old fervor.
Australia has undertaken not to encourage or support "any person or entity which constitutes a threat to" Indonesia's territorial integrity. In other words, it is committed to Indonesia's sovereignty over Papua, the issue uppermost with the Indonesian government.
Like East Timor in the seventies when Cold War created strategic convergence between Australia/United States and Indonesia as revealed in the cabinet documents, the threat of terrorism is an important shared concern. The security treaty says that the two countries will do "everything possible individually and jointly to eradicate international terrorism and extremism."
President Yudhoyono's anti-terrorism credentials are impeccable and this is very important considering that Indonesia has experienced some ghastly terrorist acts like the Bali bombings. Such shared interests to fight global terrorism provide a solid basis for creating enduring relations between the two countries.
But without a multifaceted relationship across the immediate issues and concerns, Indonesia-Australia ties will always remain prone to seismic shocks of the political kind.
The writer is a freelance writer based in Sydney and can be reached at SushilPSeth@aol.com.
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sexta-feira, janeiro 19, 2007
Declassified papers a background to Canberra's Indonesia policy
Por Malai Azul 2 à(s) 15:45
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tradução:
Documentos desclassificados, um fundo da política de Indonésia de Canberra
The Jakarta Post
S.P. Seth, Sydney
A recente liberação de documentos de 1976 do Gabinete (do governo), trinta anos depois fazem luz interessante sobre a política da Austrália em Timor-Leste nos meses que se seguiram à incorporação da (antiga) colónia Portuguesa na Indonésia. E dá-nos um melhor entendimento da política Indonésia de Canberra.
Mas (vamos) primeiro aos papéis do Gabinete de 1976, com extractos publicados na imprensa Australiana relacionados com Timor-Leste. O que salta desses papéis é que Canberra não tinha qualquer objecção à incorporação de Timor-Leste na Indonésia, mas que teria gostado que isso envolvesse um processo de auto-determinação. Mas dado que Jacarta já tinha avançado militarmente, Canberra vivia bem com isso.
Ao mesmo tempo, os Estados Unidos tinham expressado a compreensão com a compulsão da Indonésia na questão ao mais alto nível durante a breve visita do Presidente Gerald Ford em Dezembro de 1975 a Jacarta.
Como Andrew Peacock, então ministro dos estrangeiros, argumentou num documento de submissão do Gabinete, "Não há nenhum interesse nacional Australiano tangível i.e. de segurança ou comércio, envolvido directamente em Timor-Leste. Se alguma, a preferência estratégica será pela integração..."; sendo esses anos da Guerra Fria.
E um comité de defesa de alto nível avisou contra a “liderança de linha dura” da Fretilin e as suas ligações com "elementos radicais internacionais", se Timor-Leste se tornasse independente sob o seu controlo.
Disse em Fevereiro de 1976, "a Indonésia é um poder com potencial a longo prazo para um assalto significativo contra a Austrália." Noutras palavras, porque aborrecer um vizinho potencialmente poderoso quando Canberra não podia ter influenciado a sua política sobre Timor-Leste de modo algum.
Como elaborava o relatório: "Tentativas de negar à Indonésia o seu objectivo (de integrar Timor-Leste) e assegurar a sua co-operação de uma retirada militar de Timor-Leste e num acto genuíno de auto-determinação são por isso prováveis de encontrar políticas teimosas e dificuldades práticas que no fim se provem fúteis."
Para ênfase adicional, uma revisão da estratégia de defesa aponta, "Dado que a alternativa é essencialmente um Estado fraco, aberto à interferência do exterior, o interesse da defesa é servido pela incorporação de Timor-Leste na Indonésia."
Estas formulações da época, sobre a política da Indonésia em Timor-Leste dizem muito sobre a perspectiva da Austrália no seu vizinho grande do norte. Que significam que como a Indonésia é um vizinho grande e potencialmente poderoso, e podia ser uma ameaça séria para a segurança da Austrália, precisará de ser gerido com cuidado.
Este tem sido um elemento central da política Indonésia da Austrália desde meados dos anos 70’s. Como Timor-Leste tinha o potencial de se tornar uma questão conflituosa, Canberra, algumas vezes, saiu do seu caminho para acomodar as sensibilidades Indonésias. Ajudou, ainda, que os interesses estratégicos Indonésios e Australianos na questão fossem, mais ou menos, similares.
Em tempo a Austrália reconheceu a soberania da Indonésia sobre Timor-Leste. Desde então, as relações políticas entre os dois países continuaram a expandir-se, reforçaram-se mais com o pacto de defesa de 1995. Isto deu à relação uma dimensão de segurança, possibilitando a Canberra criar uma rede de laços políticos e militares.
Canberra tinha aparentemente chegado à conclusão que o sistema político autoritário da Indonésia viera para ficar com Soeharto, e que as suas forças militares teriam ainda mais peso em qualquer ordem pós-Soeharto. Daí, a necessidade para Canberra criar uma rede de relações ao nível de topo político e militar para o futuro previsto.
Mas o inesperado aconteceu no princípio do derretimento económico na Ásia que afectou seriamente a Indonésia, criando assim uma situação política insustentável para os autocratas Indonésios. Com a Guerra Fria já terminada, Soeharto deixou de ter benfeitores no Ocidente e o Fundo Monetário Internacional não estava a ajudar.
A resignação de Soeharto em 1998 criou uma situação extremamente fluida, com o seu sucessor, Habibie, e empurrar um referendo sobre Timor-Leste.
Que a Indonésia perdeu em 1999, criando uma crise séria nas relações com a Austrália. O comportamento triunfal da Austrália, do tipo de uma vitória militar, e o tom moral superior parecerem uma traição política a muitos Indonésios; depois de todos terem por dentro apoiado a soberania Indonésia sobre Timor-Leste.
Timor-Leste, que tinha sido um factor fortificante nas relações entre a Indonésia e a Austrália desde os meados dos anos 70’s, criou agora uma ruptura séria entre os dois países no final dos anos noventa.
E foi só depois do tsunami que destruiu Aceh, quando a Austrália prestou uma assistência generosa, que as relações começaram a recuperar. A visita do Presidente Susilo Bambang Yudhoyono à Austrália, logo depois do desastre do tsunami, pareceu ter criado uma nova aurora.
Mas quando Canberra deu estatuto de asilo político a Papuanos, alguns deles activistas políticos, isso trouxe de volta as más memórias da Indonésia sobre a “traição” de Canberra sobre Timor-Leste.
O Tratado de Lombok recentemente assinado, criou uma moldura para a cooperação de segurança entre os dois países, é uma tentativa para reacender o velho fervor.
A Austrália comprometeu-se a não encorajar ou apoiar "nenhuma pessoa ou entidade que constitua uma ameaça para " a integridade territorial da Indonésia. Por outras palavras, está comprometida com a soberania Indonésia sobre a Papua, a questão mais importante para o governo Indonésio.
Como Timor-Leste nos anos 70’s quando a Guerra Fria criou uma convergência estratégica entre a Austrália/Estados Unidos e a Indonésia como (é) revelado pelos documentos do Gabinetes, a ameaça do terrorismo é uma importante preocupação partilhada. O tratado de segurança diz que os dois países farão "tudo o que for possível individualmente e conjuntamente para irradicar o terrorismo internacional e o extremismo."
As credenciais anti-terrorismo do Presidente Yudhoyono são impecáveis e isto é muito importante considerando que a Indonésia experimentou actos terroristas terríveis como as explosões de Bali. Tais interesses partilhados para combaterem o terrorismo global deram uma base sólida para criar relações duradouras entre os dois países.
Mas sem uma relação multifacetada através de assuntos imediatos e de preocupações, os laços Indonésia-Austrália permanecerão sempre propensos a choques sísmicos de tipo político.
O escritor é um escritor por conta própria com base em Sydney e pode ser contactado em SushilPSeth@aol.com.
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