segunda-feira, novembro 13, 2006

Timor-Leste: invocando melhor segurança, funcionário de topo da ONU pede aos deslocados para regressarem a casa

Tradução da Margarida.

Centro de Notícias da ONU - 10 Novembro 2006

Quase sete meses depois da violência mortal ter forçado cerca de 155,000 pessoas a fugirem para campos temporários, o funcionário de topo da ONU na pequena nação pediu hoje aos deslocados para regressarem para as suas casas, invocando que a situação de segurança melhorou bastante graças em parte ao maior número de polícias da ONU.

“É importante começarmos a resolver o problema dos campos de deslocados em Dili e nas áreas à volta porque precisamos de trazer um sentimento de normalidade à comunidade de modo a ultrapassar a crise que ocorreu antes,” disse o Representante Especial em exercício para Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen, referindo-se à capital Timorense.

“A minha mensagem hoje para todos os deslocados à volta de Dili é que a situação da segurança aumentou significativamente e está a tornar-se seguro regressar a casa. E, de facto, nas últimas semanas vários milhares de deslocados já regressaram às suas casas,” disse aos repórteres numa conferência de imprensa realizada num antigo campo de deslocados mesmo a leste da capital.

A violência, atribuída a diferenças entre as regiões leste e oeste, irrompeu em Abril e Maio depois do despedimento de 600 soldados em greve, um terço das forças armadas, e reclamou pelo menos 37 vidas e tirou 155,000 pessoas, 15 por cento da população total, das suas casas.

O Conselho de Segurança criou a alargada Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT) em Agosto para ajudar a restaurar a ordem no país que o órgão mundial guiou para a independência da Indonésia há somente quatro anos, e um dos seus aspectos principais é trazer oficiais de polícia da ONU para reconstruir e apoiar a força local.

“Tenho o prazer de os informar que presentemente temos quase 1,000 oficiais de polícia em Dili apoiados por quase 1,000 soldados das forças de segurança internacional,” disse Mr. Reske-Nielsen.

No princípio da semana, visitou um outro campo de deslocados em Dili e disse que estava feliz por ver que a sua população tinha baixado de cerca de 17,000 quando da sua primeira visita em Junho para 3,500.

Tanto quando a melhoria da segurança, uma outra razão para as pessoas deixarem estes campos temporários foi a possibilidade de doenças e de outros riscos para a saúde com a aproximação da estação das chuvas, acrescentou Mr. Reske-Nielsen.

Alertou para uma ameaça à saúde “séria” quando a chuva vier, acrescentando, “é importante que os deslocados que estão nos campos vulneráveis comecem a pensar muito seriamente em voltarem a casa e se não se sentirem seguros então deverão aproveitar a oportunidade de serem recolocados em áreas mais seguras.”

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem pregou frei Tomás, aliás o Representantes Especial em exercício em Timor-Leste, Mr. Finn Reske-Nielsen… andou a pregar a todos sobre a necessidade e importância de lerem o relatório da Comissão Especial da ONU e contudo autoriza que esta notícia do Centro de Notícias da sua responsabilidade diga esta barbaridade: “A violência atribuída a diferenças entre as regiões do lesle e do oeste”. Ora a primeira conclusão da dita Comissão (e que está na página 91, parágrafo 221 do relatório) é textualmente: “A Comissão é de opinião que os acontecimentos violentos de Abril e Maio de 2006 constituíram mais do que uma série de actos criminosos. Tais acontecimentos reflectem problemas profundamente enraizados inerentes à instituições estatais frágeis e a um débil primado da lei (…)”. Isto é, claramente a Comissão começa por dizer que o que aconteceu foram actos criminosos e não “diferenças entre as regiões”. Actos criminosos, entende Mr. Finn Reske-Nielsen?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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