terça-feira, novembro 14, 2006

ETAN: no 15º Aniversário do massacre de Timor a rede de direitos apela por justiça

Newswire Services

Novembro 11, 2006
A ETAN apela à Administração, ao novo Congresso para apoiar um Tribunal Internacional.

No décimo quinto aniversário do infame massacre no Cemitério de Santa Cruz em Timor-Leste, a East Timor and Indonesia Action Network (ETAN) pediu justiça para as suas vítimas e para as suas famílias, bem como para muitos outros mortos e vitimados durante a invasão e a ocupação do território pela Indonésia de 1975 a 1999. O massacre de 1991 – testemunhado e filmado por jornalistas estrangeiros – foi um ponto de viragem na luta de Timor-Leste pela auto-determinação.

“Timor-Leste é agora independente, mas o seu povo não pode ultrapassar o seu passado trágico enquanto não houver responsabilização por décadas de violações sistemáticas dos direitos humanos pelos militares Indonésios,” disseJohn M. Miller, Coordenador Nacional do ETAN. “Esta impunidade de facto tem hoje um impacto em Timor-Leste, contribuindo para a crise de segurança corrente que forçou metade dos residentes da capital a saírem das suas casas. O ETAN não descansará enquando não se fizer justiça.”

“Apelamos ao novo Congresso para actuar em direcção à responsabilização e à justiça, para se mover para além do trabalho de boca da administração Bush para apoiar um tribunal internacional para julgar os crimes contra a humanidade cometidos em Timor-Leste,” disse Miller. “O Congresso deve responder às recomendações da comissão da verdade e da reconciliação de Timor-Leste, especialmente a que advoga um tribunal, reparações e restrições à assistência aos militares da Indonésia. Ao fazê-lo, o Congresso demonstrará o seu compromisso com os direitos humanos e começará a reparar os anos de apoio activo dos USA à ocupação ilegal e brutal de Timor-Leste pela Indonésia,” acrescentou Miller.

”Neste aniversario importante, juntamo-nos outra vez aos Timorenses apelando aos USA e à comunidade internacional para perseguir com seriedade os generais Indonésios e os líderes políticos que organizaram e dirigiram crimes numerosos durante os 24 anos da ocupação ilegal. A única maneira de acabar com a impunidade é com um tribunal internacional credível,” disseMiller.


“Depois de sete anos e de numerosos processos, nem a Indonésia, Timor-Leste ou a ONU exibiram a vontade política necessária para alcançar a responsabilização,” disse Miller. “Infelizmente, esta impunidade leva alguns em Timor-Leste a acreditarem que não serão responsabilizados quando cometem crimes violentos e algumas vezes motivam retaliações violentas por vítimas que não esperam reparação do sistema legal.”

Fundo de paisagem

Em 12 de Novembro de1991, tropas Indonésias abriram fogo num cortejo funerário que se tinha transformado numa manifestação pacífica pró-independência no cemitério de Santa Cruz em Dili, a capital de Timor-Leste. Mais de 270, a maioria jovens Timorenses foram assassinados. Este massacre, ao contrário de muitos outros cometidos durante os 24 anos de ocupação da Indonésia, foi testemunhado por jornalistas internacionais, cujos filmes e fotos foram mostrados em todo o mundo. O massacre de Santa Cruz galvanizou o apoio internacional a Timor-Leste e foi o catalisador para acção no congresso para obstruir a passagem de armas e de outra assistência dos USA para as forças de segurança da Indonésia.

Durante mais de duas décadas de ocupação de Timor-Leste, soldados Indonésios cometeram com impunidade crimes sérios, tirando mais de 100,000 vidas Timorenses e torturando e deslocando um número incontável de outros.

A Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação de Timor-Leste investigou e documentou as experiências da nova nação durante a ocupação. A Comissão recomendou o estabelecimento de um tribunal penal internacional e também advogou que países (incluindo os USA) que apoiaram a ocupação e corporações que venderam armas à Indonésia durante esse período pagassem reparações às vítimas. A comissão apelou à comunidade internacional para não apoiar os militares da Indonésia até serem adequadamente reformados e respeitarem os direitos humanos.

O ETAN foi formado em reacção ao massacre de Santa Cruz. A organização com base nos USA advoga a democracia, justiça e direitos humanos para Timor-Leste e Indonésia.

Para mais informação sobre o massacre ver http://etan.org/timor/SntaCRUZ.htm ou ver o web site do ETAN: http://www.etan.org.
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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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