MAIS VALE TARDE QUE NUNCA!
É de saudar esta notícia de RH. Que foi tardiamente que se decidiram a enfrentar o problema também não deixa de ser verdade.
Compreende-se pelas suas palavras e das de outras fontes que "vão limpar Díli" de refugiados/deslocados, principalmente as zonas que são as portas das visitas - aeroporto e porto.
A decisão pode ser boa se não for uma doentia operação de "limpeza". Isso revelará "manha" e nada há de pior que um governo tomar medidas "manhosas", porque significa que não vai resolver o problema mas sim escondê-lo até não se sabe quando.
Esperemos que assim não seja.
Outra coisa que não se entende está relacionada com a os números. Gostaria que me explicassem, se possível, como se passa de 150.000 refugiados/deslocados para 25.000 registados.
Significará que existem muitos mais mas só estão registados 25.000?
Foi feita uma inflação dos 150.000? Fizeram uma sub-avaliação dos 25.000? Neste período já 125.000 regressaram ás suas casas ou optaram por outras alternativas e têm o problema resolvido?
Parece haver qualquer coisa que não bate certo e agradecia a quem soubesse que nos explicasse.
Bem, mas temos de ser positivos, e para já há que ter a esperança de que o governo começou a "sujar as mãos" e a trabalhar para evitar a catástrofe de saúde pública que o período das chuvas pode levar a quem foi privado das suas casas.
Pergunta-se agora que tipo de segurança terão as pessoas que abandonarem os campos e que regressem a suas casas?
Os elementos estrangeiros responsáveis pela segurança vão todos ser integrados nas UN e ter um comando único, ou não?
Os militares do exército de TL e a polícia vão começar a participar nas operações de segurança, ou não?
Se essas medidas não forem imediatamente tomadas é escusado falarmos de segurança, dizem os entendidos e eu concordo.
António Verissimo.
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4 comentários:
Pois é... A mim essa dos 150 mil refugiados nunca me convenceu completamente, parecendo-me mais uma conta muito conveniente para inflacionar o orçamento de algumas instituições envolvidas no processo.
Senão vejamos: na ocasião do recenseamento de 2004 a população do distrito de Dili era de 175.730 pessoas. Se tirarmos os habitantes de Ataúro e de Metinaro, ficamos com cerca de 160 mil.
Se "abatermos" mais uns quantos milhares que regressaram aos seus ditritos em vez de ficarem nos acampamentos, temos que só se toda a população qie ficou em Dili tivesse ido para os campos de refugiados atingiríamos os 150 mil --- incluindo os nascidos desde Julho/04.
Daí que o número de 150 mil sempre me pareceu sobreavaliado.
Quanto ao "desmontar" dos campos frente ao Hotel Timor e junto do aeroporto, é possível que a solução seja igual à seguida no campo que havia perto da casa de JRH e que se "esfumou" no ar de um dia para o outro, ao que dizem graças ao pagamento de um "subsídio"...
Temo que a solução agora encontrada seja, pelo menos no curto prazo, mais para "inglês (não...) ver" que outra coisa. Ainda ontem uma amiga me dizia que tinha voltado a fugir de casa porque o vizinho foi morto com uma seta envenenada...
É pena ter-se espalado tanto ódio, que só gera ódio por mais uma ou duas gerações. Helas!...
Maioria destes refugiados, muitos deles pertencem a ponta leste do TL, regressaram para os seus distritos de origem no mes passado. Para dizer a verdade a crise so surge em Dili, Os restos 12 distritos estao seguros, seja em Leste ou Oeste do TL. Por isso eh que muitos destes refugiados decidiram, por enquanto, voltar para o seu distrito. Sou um deste refugiado, a minha casa foi destruida em Dili, todos os meus bens foram incendiados e agora estou em Baucau com um accesso de internet muito limitado de tipo dial-up de Timor Telecom, para vos informar sobre este assunto.
Antonio Da Costa Silva
Amigo António:
Obrigado pelo seu testemunho. Lamento o que aconteceu à sua casa. Infelizmente o seu caso não é único.
Agora o mais importante é salvar a sua vida e a dos seus.
Espero que este momento mau passe depressa e que todos possam refazer as suas vidas dentro do possível.
Um abraço de Portugal
Ao limparem a cidade de Díli dos refugiados procede-se simultaneamente ao embelezamento de jardins que proporcionarão passeios agradaveis a... turistas.
Com um pouco de flores, algumas ramagens a criarem sombra na cidade, alguns bancos implantados à frente do mar e sem campos de refugiados com mar de gente à vista, a cidade aparentará ser uma cidade em que vida é "normalíssima".
Primeiro limpam-se da cidade refugiados, serão depois opositores políticos... até cidade se tornar num paraíso golpístico!
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