terça-feira, setembro 19, 2006

Dos leitores

Quantos dos que aqui escrevem se dividiram com o nosso Povo, antes durante e depois do referendo de 30 de Agosto de 1999? Quantos passaram fome, quantos choraram por ver os mortos, os mutilados, as crianças violadas, os mais velhos abandonados, os bens destruidos? Quantos destes criticos deram a vida por Timor, cá dentro? Lembro os cinco de Balibó em 1975 executados! Lembro o jornalista do jornal financeiro assassinado em Bécora! Lembro o jornalista católico indonésio assassinado com as madres em Laga! Lembro o jovem jornalista Abilio morto a tiro pelos militares indonésios em plena Dili!

Tantos que posso lembrar e alguns conheci! Outros daqueles que sobreviveram também conheci alguns, os acolhi e lhes agradeci. Mas ouvi sempre as mesmas palavras "são voces que estão a sofrer, nós só mostramos ao mundo o que aqui se passa", diziam sem nada cobrar!

Querem os senhores desviar as atenções para o que se passa aqui? Em Dili? Não foram os jornalistas que criaram a situação! Foomos nós que permitimos que isto acontecesse! Influenciados e ajudados ou não, fomos e somos nós timorenses os responsáveis!

Respeitem quem não conhecem pois nós timorenses respeitamos quem um dia esteve com a vida por um fio devido à nossa causa!

Olga

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Tem razão os jornalistas gritaram para fora de Timor, ajudaram os nossos gritos de desespero chegarem ate o fim do mundo. Anda me lembro em 1999 no telhado do Makota o Hernani de Carvalho passar imagens que para nós seriam impossíveis se não fosse a coragem deles, dos jornalistas....

A Anabela Gois da Rádio Renascenca pequenina de tamanho mas grande no seu trabalho fez-me muitas vezes chorar com as suas reportagens. O Luciano Alvarez, o Paulo Nogueira da Lusa, E tantos, tantos outros Portugueses e estrangeiros fizeram a nossa voz ser ouvida pelo mundo inteiro. E como não podia deixar de ser o Senhor Adelino Gomes , esse grande senhor dos jornais...

Viva os jornalistas

Manecas

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Os timorenses ainda não se aperceberam do descrédito em que caíram muitos dos seus líderes, sobretudo Xanana Gusmão. E isso leva os jornalistas a desinteressarem-se pela situação de um país que está, por sua exclusiva culpa, a estragar aquilo porque lutou.

Timor só ganhou lugar na imprensa portuguesa devido à situação trágica que viveu, ao exemplo heróico de um povo que lutou contra o extermínio, e ao empenho de vários jornalistas que se interessaram pela questão timorense. Não duvido que homens como Adelino Gomes, Manuel Acácio, Rui Araújo, António Sampaio ou Mário Robalo estão entre os portugueses que olham para Timor-Leste com mais desilusão e sofrimento!

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Somos humanos...e erros toda a gente comete! Os jornalistas não fogem a isso! De qualquer modo, devemos considerar que foram eles que passaram (e passam)TIMOR cá para fora! Se são solteiros, casados,se têm negócios... é lá com eles.

Temos é que de facto nos lembrar que eles OS JORNALISTAS, sem fazer distinções( uns melhores que outros, claro, temos que ser nós a fazer a escolha),foram os nossos olhos, os nossos ouvidos e o nosso coração em TIMOR! Com eles, aprendi a sofrer e amar este POVO, a quem tanto quero! Com eles, tive horas de angústia e silêncio, nos relatos impressionantes e directos, que eram mais do que meras palavras: eram o sentir do momento,o estar lá, o sofrer lá, em directo! Com eles, aprendi e aprendo, que o Povo de Timor, sofreu e continua a sofrer, não por culpa deles, mas sim , por interesses obscuros de potências vizinhas e longínquas, que deitam mão de tudo para desacreditar o PAÍS do SOL NASCENTE!

Se os jornalistas não se interessassem por TIMOR, como poderíamos nós construir este blog, (ou outro), onde debateríamos as ideias e comentaríamos os factos que nos são apresentados em ângulos diversos? Acho muito cruel, estarem atacar os jornalistas, sobretudo, identificando os que que muito sofreram por lá, digam o que disserem!Para os JORNALISTAS fica aqui, reconhecidamente,
o meu braço e uma palavra de agradecimento pelo muito que me ensinam sobre TIMOR!

Fítun Taci

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Nem sempre assim foi jornalistas por aí passaram que deram grande cobertura e destaque das coisas boas do país, alguns até deixaram obra e obras em português.

Ainda me lembro dos programas semanais da RDP em directo de Timor Leste. Em Díli como professor pela FUP testemunhei programas fantásticos ao vivo de cinco horas em frente à Embaixada de Portugal pela rádio portuguesa da RDP fundada pelo jornalista António Veladas da RDP. Havia entrevistados, grupos de artes dos quatro cantos de Timor e música para os jovens. Tudo em português e em Tétum. Também assisti ao programa ao vivo do Euro 2004 onde não faltou uma baliza e os ilustres da política timorense para rematarem à baliza. Um programa que ajudou a dar ao povo timorense a força que mostrou pelo nosso país durante o campeonato da europa. A rua estava cheia, a polícia cortou metade da artéria ao lado palácio e os Cinco do Oriente tocaram para todos os que ali estavam na rua e para os que estavam em casa.Um espectaculo muito saudavel com o jornalista da RDP e com o jornalista da RTP juntos a ao vivo.

Já aconteceram coisas muito boas em Timor e de Timor para Portugal e para o mundo.



entao vamos a mais nomes de jornalistas que sofrem por timor e ainda continuam a acreditar que sim senhor timor vai em frente:anabela gois, joao pedro fonseca, filipe fialho, antonio veladas, henrique botequilha, etc...

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7 comentários:

Anónimo disse...

Para além de darem voz a Timor na luta pela independência, alguns jornalistas escreveram livros importantes para se conhecer a nossa história. Deixo para divulgação pelo Timor-Online uma lista de livros de jornalistas portugueses que estiveram em Timor:

ADELINO GOMES, "As Flores Nascem na Prisão". (sobre o primeiro ano da independência)

MANUEL ACÁCIO, "A Última Bala é a Minha Vitória - A História Secreta da Resistência Timorense". (sobre a história das FALINTIL)

MANUEL ACÁCIO, "Timor - Os Peregrinos da Liberdade". (sobre o referendo e os tempos até à independência)

LUCIANO ALVAREZ, "Aquilo que Nunca Se Pode Esquecer". (sobre o referendo)

LUCIANO ALVAREZ E OUTROS, "O Insuportável Ruído das Lágrimas". (sobre o referendo)

HERNÂNI CARVALHO, "Os dias da UNAMET". (sobre o que se passou na Unamet depois do referendo)

ANTÓNIO VELADAS, "Timor, Terra Sentida".(sobre o referendo e os tempos até à independência)

ÁLVARO MORNA, "Timor - Uma Lágrima de Sangue". (sobre o referendo)

Anónimo disse...

Só lamento que o Adelino Gomes ainda não tenha informado os leitores do Público das acusações do Abílio Mesquita. Calar o que se passa em Timor-Leste não ajuda à clarificação das questões. Parece que desde o discurso de 22 de Junho deu uma "travadinha" ao Adelino que tem evitado quanto pode descer aos pormenores... actualmente os jornais que por Portugal trazem informações mais completas e correctas acabam por ser o Diário de Notícias e o Correio da Manhã.

Anónimo disse...

O Adelino Gomes não é parvo e está certamente bem informado.
A esta hora já percebeu que se enganou nas primeiras análises que emitiu sobre esta crise e o seu silêncio é muito sintomático e esclarecedor. Pelo menos, para quem quer ver. Quem não quer, que continue a repisar as mesmas teorias e, em breve, terá a sua recompensa!...

E já agora, alguém deu conta de tomadas de posição de outros jornalistas importantes como o Manuel Acácio, Mário Robalo, Hernâni Carvalho, etc.? Acham que é por andarem distraídos?!

Nã, no lo creo...

Anónimo disse...

Desculpem lá uma vez mais. Mas em terra de cegos quem tem olho é rei... confesso que o caso é complicado.

Mas convirá dizer que algumas das referências jornalisticas acima deverão, em abona da verdade, dizerem mais do que aquilo que alguns dos exemplos (sobretudo no INSUPORTÁVEL RUÍDOS DAS LÁGRIMAS - que pertence a 4 jornalistas portugieses) e que nessa altura, ao contarem todas essas histórias e muitas outras outras que obviamente ficaram no segredo dos deuses, dizia eu, NÃO SE ESQUEÇAM DE MAX STALL, esse a quem estes mesmo jornalistas que referenciam como pólos de máxima referência (desculpem os pleonasmos) de certo modo, até objectivamente, nos momentos reais mais conturbados da UNTAET tentaram obstuir 8por meios até tinham) outros jornalista, ou no mínimo esse (Max Stall) que não alinhando na manobra de retira se escapuliu para registar o que nenhukm destes referidos ousou fazer.... segurança pessoal em primeiro lugar e "caixas"...

Não me esquece aquela imagem (déjà vue) da criança que cai no buraco... e não chora... não pode chorar... não pode denundiar o movimento... não pode denunciar a retirada do abandono a que foram submetidos todos os que estavam no campus e não poderia ser salvos pelas, diga-se, valorosas manobras da UNTAET no DIA da retirada... HÁ ALGO QUE ESTES JORNALISTAS PORTUGUESES NÃO FORAM CAPAZES DE SER, SER com letra grande HONESTOS!

Que desmintam os intervenientes... Luciano Alvarez, Hernani de Carvalho, José Vegar e Rui Araújo(que quase em retirada antes, voltou corajoso para junto dos colegas) (obrigado a vocês os quatro mas Max Stall não merecia a mentira...)...

Anónimo disse...

O Max Stall ou "Mad Max" como os timorenses gostam de o apelidar eh um grande jornalista e verdadeiro amigo de Timor. Merece todo o meu respeito.

Anónimo disse...

Mas pelo que já por aqui li parece que ele, o Max Stall, agora (pelo menos) está mais amigo do Ramos Horta do que propriamente dos Timorenses... e da sua vontade expressa nas urnas. Parece que afinal havia outros interesses mais relevantes que a vontade democrática dos Timorenses.

Anónimo disse...

O "Mad Max" sabe mais do que aconteceu em Timor durante esta crise do que os David e Martinkus juntos. Afinal de contas o homem ate tem estado dedicadamente a viver em Timor estes anos todos. O David e o Martinkus vem e vao para onde o vento os leva.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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