Díli, 05 Mar (Lusa) - O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse hoje à Agência Lusa, em Díli, ter reconhecido o ex-militar Marcelo Caetano como o homem que atirou sobre ele.
"Reconheço Marcelo Caetano" como o atirador do 11 de Fevereiro de 2008, afirmou José Ramos-Horta.
"Hesitei muito durante meses", explicou o chefe de Estado, mas no último encontro que o Presidente da República teve com o ex-tenente Gastão Salsinha houve uma identificação positiva.
Nesse encontro, "o procurador-geral da República (Longuinhos Monteiro) trouxe também o Marcelo Caetano", contou José Ramos-Horta.
"Vendo com mais proximidade, reconheci que foi ele que fez os disparos, para além das provas deixadas no terreno", acrescentou o Presidente, corrigindo várias declarações em contrário feitas ao longo de 2008.
O chefe de Estado comentava a acusação formal do caso 11 de Fevereiro, entregue na terça-feira pelo Ministério Público no Tribunal de Díli.
"Aguardo pelo desfecho (do caso) que será no tribunal e ali é que as verdades serão ditas e encontradas e que a justiça será feita", declarou José Ramos-Horta.
O Ministério Públicou acusou 28 pessoas pelo duplo ataque ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, quase todos ex-elementos das forças de segurança e também a ex-companheira do major Alfredo Reinado, Angelita Pires.
"Enquanto ser humano, cristão, eu os perdoo", respondeu José Ramos-Horta quando questionado sobre a possibilidade de um indulto presidencial para os acusados.
"Enquanto chefe de Estado, terei que pesar todos os elementos", ressalvou José Ramos-Horta.
"Eles, ao fim e ao cabo, são também vítimas da crise de 2006, provocada pela falha da liderança timorense, como eu sempre disse", sublinhou o Presidente timorense.
"Apesar de eu ter pago um preço elevado, não me move qualquer rancor em relação aos que dispararam sobre mim", disse.
"Pelo contrário, continuo a nutrir por eles total simpatia porque sei que é gente pequena que ficou embrulhada em toda essa tragédia por falhas da lidernça política", frisou.
As declarações de Ramos-Horta foram feitas no final de uma sessão pública em que o Presidente da República respondeu a questões da sociedade civil sobre paz e luta contra a pobreza.
José Ramos-Horta encerrou a sua intervenção recordando que o seu conceito de justiça desde 1999 para os crimes cometidos sob a ocupação indonésia.
O Prresidente da República negou que exista impunidade em Timor-Leste e reafirmou as razões que o levaram a indultar, em Maio de 2008, cerca de 90 presos, incluindo o último grupo de condenados por crimes contra a humanidade no país.
PRM.
Lusa/fim
sexta-feira, março 06, 2009
Ramos-Horta reconhece Marcelo Caetano como atirador do 11 de Fevereiro
Por Malai Azul 2 à(s) 09:06
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Ramos Horta tem uma espécie de amnésia intermitente: já disse várias vezes que o atirador era Marcelo Caetano e também já disse outras tantas vezes que não era ele.
Agora já é Caetano outra vez? Porque Longuinhos "trouxe também o Marcelo Caetano"? É assim que as testemunhas fazem identificações em TL? E se Longuinhos tivesse "trazido" um Maubere qualquer, seria esse o assassino?
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