quinta-feira, março 05, 2009

Angelita Pires acusada de influenciar Reinado com "tipo de cigarro"

Díli, 04 Mar (Lusa) - Angelita Pires é acusada pelo Ministério Público de Timor-Leste de ter levado ao seu ex-companheiro Alfredo Reinado um “tipo de cigarro” que o deixou “mais agressivo”, segundo documentos do processo a que a Agência Lusa teve hoje acesso.

A referência ao “tipo de cigarro” que o major fugitivo “fumou” antes de descer a Díli no dia 11 de Fevereiro de 2008 consta dos autos de inquérito.

Angelita Pires está na lista de 28 acusados de envolvimento no duplo ataque contra o Presidente da República e o primeiro-ministro.

A acusação deu formalmente entrada terça-feira no Tribunal de Díli, com o ex-tenente Gastão Salsinha a ser acusado de conspiração, entre outros crimes, e Angelita Pires de atentado contra o Presidente José Ramos Horta.

Segundo o Ministério Público, Angelita Pires esteve duas vezes em Lauala, Ermera (oeste), o último refúgio de Alfredo Reinado, nos dias que antecederam os ataques em Díli.

“Levou também ao ex-major um ‘tipo de cigarro’, que este fumou e obrigou os arguidos Lay, Paulo Neno, Tito, Apay e Mota a fazer o mesmo”, acusa o Ministério Público.

O arguido Gilberto Suni Mota “não fumou porque estava doente. Depois de fumarem, o ex-major ficou mais agressivo e os arguidos que fumaram dizem terem ficado ‘sem medo’”, acrescenta o texto de fundamentação da acusação.

Angelita Pires, ex-tradutora na Procuradoria-geral da República e estudante de Direito, completa o triângulo conspirador que, na convicção do Ministério Público, planeou os ataques de 11 de Fevereiro.

“‘Ab initio’, percebeu-se que os factos do dia 11 de Fevereiro de 2008 não foram levados a cabo de um dia para o outro, mas sim que houve uma preparação prévia”, diz a acusação.

“Neste inquérito ficou desenhado que, pelo menos três pessoas estavam ao corrente do que se pretendia. Destas pessoas, uma faleceu, Alfredo Reinado, e por conseguinte não pode ser perseguido criminalmente, as outras duas são os arguidos Gastão Salsinha e Angelita Pires”, acrescentam os autos de inquérito.

Na versão do Ministério Público, Angelita Pires aparece com as cores de uma companheira manipuladora, “que exercia grande influência” sobre Alfredo Reinado.

“Nas reuniões em que a arguida Angelita Pires não participava, o ex-major Alfredo Reinado mostrava-se mais disponível em se entregar à Justiça, bem como a entregar as armas que detinham” os seus homens, alega o Ministério Público.

“Entretanto sempre mudava de opinião, por determinação da arguida Angelita Pires, que o convencia de que devia exigir liberdade de circulação e segurança”, acrescenta a acusação.

“Mais lhes convencia de que o Presidente da República e o primeiro-ministro estavam a preparar um plano para matá-los”, diz também a peça de acusação consultada pela Lusa.

Angelita Pires “exercia ascendência sobre Reinado, tendo chegado a determinar-lhe que, por exemplo, não participasse no encontro (de Dezembro de 2007 em Díli), com o argumento de que a sua vida estaria em perigo”, argumenta o Ministério Público.

No dia 09 de Fevereiro, “de manhã, em Lauala, a arguida, como o ex-major Alfredo Reinado aparentava estar muito pensativo, insistiu com ele para saber o que se passava, tendo-lhe dito, a dado momento que, ‘se eles se deslocassem ao PR e ao PM, estes tinham que ser mortos’”.

Angelita Pires “disse ainda ao arguido Avelino que, ‘se o ex-major Alfredo Reinado viesse a ser condenado pelo Mundo, este poderia justificar-se como se tendo tratado de um golpe de Estado’”.

“Ainda na sequência da mesma conversa, (Angelita Pires) disse ao ex-major (Reinado) que, ‘se ele morresse, colocaria uma garrafa de vodka na sua campa’”, segundo a investigação judicial.

Na versão do Ministério Público, Angelita Pires, antes de deixar Lauala na tarde de 10 de Fevereiro, “disse ao ex-major: ‘vão lá matar os dois cães’, referindo-se ao PR e ao PM” (sic).

Do retrato condenatório feito pelo Ministério Público, Angelita Pires beneficia apenas de um desagravo em relação às acusações feitas durante o último ano na imprensa por vários responsáveis timorenses sobre a existência de “um milhão de dólares“ numa conta conjunta do casal.

“Não se logrou confirmar, até ao encerramento deste inquérito, qualquer depósito efectuado, quer nos bancos a operar em Timor-Leste quer nos bancos na Austrália, em montantes de milhares de dólares nem as possíveis conexões com pessoas dentro ou fora do território nacional”, concluiu a investigação judicial.

Numa entrevista recente à Lusa, Angelita Pires insiste que "Alfredo não foi a Metihaut (residência de José Ramos Horta) para eliminar ninguém mas para ser eliminado".

Afirma também que "o Presidente da República foi vítima da mesma conspiração".

Quanto às acusações de má influência sobre Reinado, a ex-companheira do major respondeu que "isso é uma forma de lavar as mãos. Eles (os líderes) viram uma mulher e decidiram usá-la como bode-expiatório”.

PRM
Lusa/Fim

6 comentários:

Anónimo disse...

É prefeitamente ridículo pensar que Angelita é que conjeturou a morte do PR e PM. Quais os motivos?

Ainda por cima, Reinado é que foi abatido à queima-roupa. Se quisesse matar RH, nem precisava de entrar na casa dele, pois todo o mundo sabia que todas as manhãs ele saía para caminhar junto ao mar.

Do mesmo modo, não se consegue perceber como Salsinha apenas apontou aos pneus dos carros de Xanana, se a sua intenção era matá-lo.

Tudo isso não tem pés nem cabeça e parece que se confirma que Angelita vai ser o bode expiatório sacrificado para que a verdade fique bem guardada a sete chaves.

Como prémio do bom serviço, Longuinhos recebe a promoção de ir comandar a PNTL.

E todos viveram muito felizes...

Anónimo disse...

Estamos a falare de uma acusacao ou de '' istoria da corachinha? A peca do Ministerio Publico mais parece um romance, gostava de saber como pretende o MP fazer prova deste romance. Enfim, e para isto que contratam procuradores intermacionais.

Anónimo disse...

REALMENTE NAO ACREDITO NESTA HISTORIA FABRICADA PARA FUZILAR A ANGIE PIRES, COMO NAO ACREDITEI NA ALTURA E FIZ COMENTARIOS SOBRE A TAL CONTA BANCARIA DO REINADO NA AUSTRALIA! HISTORIAS MUITO MAL CONTADAS PELO PALHACO LONGUINHOS! E OS TAIS ELEMENTOS DA MUNJ O QUE FORAM FAZER LA AO LUGAR ONDE ESTAVA REINADO? FORAM VER COMO E QUE ELE FAZIA SEXO?

Anónimo disse...

Sao os mais parvos e ediotos que acreditem con uma justica de cortina.Os lideres de timor leste era os criminosos e alto nivel mafia. Quen brincar con fogo un dia vai queimar.

Agora vai abrir olhos para saber ate o final do drama criminoso o otro criminoso vai promover se como Comandante da Policia de timor leste. Isto para mostrar os estupides como trabalha os mafiosos.

M.AZ

Anónimo disse...

Investiga didiak kazu ne'e para la bele fo sala be ema ne'ebe karik la invovle iha kazu 11 Fevereiru. Liu-liu investiga Salsinha, Susar didiak tamba sira seidauk hatete sai lia los. Investiga mos Xanana.

Anónimo disse...

Tengke investiga didiak Xanana i forsa Australia konaba kazu 11/2/08. Labele hatama ema ne'ebe la sala buat ida.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.