Lisboa, 19 Ago (Lusa) - Os magistrados portugueses que forem trabalhar para Timor-Leste vão passar a ter melhores condições de trabalho, mantendo o vencimento e os subsídios a que têm direito em Portugal, disse hoje à Lusa o ministro da Justiça.
Alberto Costa, que inicia quinta-feira uma visita oficial de três dias a Timor-Leste, referiu que aquela matéria será objecto de um protocolo a assinar com as autoridades timorenses e que "cria um quadro para o desempenho de funções por parte de magistrados judiciais e do Ministério Público em Timor-Leste".
"Esse quadro, até ao momento, não estava definido e vai, com este acordo, passar a estar, designadamente as condições de trabalho para garantir que os magistrados que tenham interesse desempenhem as suas funções para uma ordem jurídica que carece do seu contributo", afirmou Alberto Costa.
O estabelecimento deste quadro, que abrange desde as carreiras profissionais até à remuneração, vai preencher o vazio que existia e que se traduzia no desinteresse de magistrados portugueses em ir trabalhar para Timor-Leste, ao serviço das Nações Unidas.
"Até agora, não existia um quadro jurídico pré-definido. Existiam diversas soluções casuísticas que às vezes geravam problemas, nomeadamente a continuidade de um ou outro juiz. Agora, o que passa a existir é um processo de recrutamento regulado, desencadeado por iniciativa das autoridades de Timor-Leste, com intervenção de órgãos em Portugal, como o Conselho Superior de Magistratura ou a Procuradoria-geral da República", explicou.
Alberto Costa precisou que o protocolo que vai ser assinado passa a definir as condições que são concedidas a estes magistrados, que incluem, da parte portuguesa, "o respectivo vencimento e os subsídios a que têm direito, tal como aconteceria se estivessem em Portugal".
"Todos os seus direitos e deveres são acautelados", frisou.
Do lado das Nações Unidas e do Governo timorense ficam as responsabilidades de garantia de habitação, alimentação e transportes.
O segundo protocolo que vai ser assinado nesta deslocação oficial abrange todas as actividades tuteladas pelos ministérios da Justiça de Portugal e Timor-Leste.
"O objectivo é promover a colaboração em toda a área da justiça. Desde a formação até à disponibilização de peritos, passando pela transferência de boas práticas neste domínio, elaboração de legislação, e as formas de colaboração à distância, nomeadamente através do uso de correio electrónico e de videoconferência para resolver problemas que se colocam no plano jurídico, através da colaboração de profissionais dos dois países", destacou.
"A cooperação entre Portugal e Timor-Leste estava a precisar que fosse assegurado um quadro alargado de cooperação, que incluísse elementos de modernização da ordem jurídica, não apenas os tão importantes elementos da formação de juristas e de técnicos e oficias de justiça", defendeu.
"Pretendemos dar continuidade e valorizar a cooperação judicial. A justiça é mesmo a prioridade da nossa cooperação com Timor-Leste", garantiu.
Durante os três dias que permanecerá em Timor-Leste, a convite da sua homóloga, Lúcia Lobato, Alberto Costa tem previsto encontros com o Presidente de República, José Ramos-Horta, o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, e o presidente do Parlamento Nacional, Fernando "Lasama" Araújo.
Reuniões de trabalho com o presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes, o Procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro, e o representante especial do secretário-geral da ONU, Atul Khare, estão igualmente agendadas.
EL.
Lusa/Fim
terça-feira, agosto 19, 2008
Magistrados portugueses vão passar a ter melhores condições de trabalho
Por Malai Azul 2 à(s) 19:28
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
Sem comentários:
Enviar um comentário