H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "«Peticionários esqueceram-se que eram militares»":
Pelo contrário. O relatório é muito esclarecedor e faz cair por terra várias teses que têm sido repetidas até à exaustão por certos jornalistas, políticos e frequentadores de blogs. Talvez por isso tenha estado retido desde 31 de Janeiro e só tenha sido divulgado depois das eleições, não fosse alguém mudar o seu voto...
"O relatório, com data de 31 de Janeiro, tem, em epígrafe, uma citação do ex-Presidente Xanana Gusmão: "Quem acredita em mim volta aos quartéis. Quem não acredita, não volta. Mas os que não voltarem sujeitam-se à lei"
Pelo número de peticionários que voltaram para os quartéis se vê a (falta de) credibilidade de Xanana, por um lado, e a sua hipocrisia por outro, pois na altura em que proferiu esta frase (8 de Fevereiro de 2006) ainda dizia que quem não obedecesse devia sujeitar-se à Lei.
""Este sentimento de serem vítimas de discriminação, de serem perseguidos, como se fosse uma fatalidade da sua condição de jovens timorenses, de se sentirem alvos possíveis de eliminação física, não tem porém um substrato real"
Este parágrafo é muito importante, pois durante meses fomos bombardeados pela imprensa que falava de "discriminação" de "lorosa'e" contra "loromonu", etc., etc. Alguns até foram ao ponto de afirmar que essa "divisão" já vinha do tempo português. Assim se vê a objectividade e credibilidade de certa imprensa.
"A petição foi redigida por indivíduos com um grau de capacidade intelectual diferente do nível intelectual encontrado nos peticionários [...] os próprios subscritores não conseguiram formular uma resposta credível [sobre quem seriam os autores da petição]. Muitos peticionários mostraram solidariedade mas mostraram desconhecer os problemas expostos nos documentos"
Portanto, os "peticionários" não redigiram petição nenhuma nem faziam a mínima ideia do que estava lá escrito, tendo recebido "ajuda" muito secreta de fora (quem será?). Tão secreta, que nem os próprios peticionários sabem quem foi. Aposto que há um ou dois que sabem, mas não querem (ou não podem) dizer...
domingo, junho 24, 2007
Dos Leitores
Por Malai Azul 2 à(s) 02:05
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
Seria possível publicar o relatório da comissão de notáveis?
1 – Disse o Brigadeiro General Taur Matan Ruak na cerimónia de apresentação de cumprimentos de despedida ao Presidente Xanana Gusmão, em 11 de Maio de 2007:
“(…) As F-FDTL não são, contudo, exclusivamente uma herança das Falintil. Desde aquela data em 2001, a nossa instituição progrediu, percorreu diversas fases e, evoluiu no sentido de uma estrutura de força convencional.
Hoje, as F-FDTL são parte integrante e estruturante do Estado soberano de Timor-Leste.
E enquanto Estado de Direito em construção, Timor-Leste rege-se por uma lei fundamental – a Constituição. O seu artigo 146º consagra e define a nossa missão, responsabilidades e deveres: responsabilidade pela defesa militar da República Democrática de Timor-Leste, garante da independência nacional, a integridade territorial e a liberdade e segurança das populações contra qualquer agressão ou ameaça externa, natureza apartidária da instituição e obediência das F-FDTL aos órgãos de soberania do Estado.
É lugar-comum afirmar a neutralidade das forças armadas. Afirmo que não somos, ou seremos, neutros perante o nosso Povo e País, pois defendemos e defenderemos os princípios e valores que pautaram a nossa luta de libertação e estão consagrados na nossa Constituição.
Estados haverá que sobrevivem sem Forças Armadas mas Timor-Leste não é um desses Estados, nem o será.
Da mesma forma que formos merecedores do apoio do nosso Estado e da comunidade internacional durante o percurso evolutivo que vivemos enquanto instituição até ao presente, contamos com o apoio continuado e acrescido do Estado de Timor-Leste no futuro - a curto, médio e longo prazos.
Após dois anos de trabalho, concluímos o estudo "Força 2020" que delineia o programa de modernização das Forças Armadas e define os objectivos a atingir pelas Forças Armadas timorenses no ano 2020.
Tal como no passado, o que se exige hoje dos membros da Força de Defesa de Timor-Leste é a mesma disciplina e o sentido de missão que nos caracterizou no passado. Mas a estrutura e os objectivos são distintos. Estamos perante uma nova missão, de novas responsabilidades, que estou convicto saberemos cumprir e respeitar. (…)
2 – Disse na entrevista à Visão, Xanana Gusmão, em 21 de Junho:
“Visão - Por que acha que Reinado é visto como um herói por alguns jovens?
Xanana - Mais por uma questão de justiça em termos de solução do problema dos peticionários. É apenas um jovem que meteu na cabeça que é um herói e que defende uma justiça que não se sabe o que é. É um bocado arrogante e hoje diz uma coisa amanhã diz outra.
Visão - Por que é que ele não está preso?
Xanana - Não pergunte a mim.
“Visão - Concorda com o aumento do efectivo militar para 3 mil efectivos e dotar as forças armadas de uma frota naval com mísseis?
Xanana - Nunca estive em nenhuma discussão sobre isso. Há outras prioridades.”
PS: Quando o relatório do Grupo de Estudos Força 20/20 decorreu sob coordenação timorense através do chefe da assessoria militar do Presidente da República, tenente-coronel Pedro Klamar Fuik.
Quando recebendo em 13 de Maio de 2006, na sua casa o Reinado (levado por Ramos Horta) o mesmo Reinado que pouco antes dissera que as F-DTL “estavam a matar o povo”, o Xanana não só elogiou a sua atitude como lhe pediu para se dirigir a Bobonaro para ajudar a acalmar a população, passando assim a mensagem de que as forças armadas passam a ter, claramente, duas cadeias de comando, uma com sede no Governo, e outra com sede na Presidência da República.
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