terça-feira, fevereiro 06, 2007

Notícias - Traduzidas pela Margarida

Deixadas cair acusações contra Alkatiri

The Australian
Mark Dodd
Fevereiro 06, 2007

Os procuradores deixaram cair uma investigação às alegações de que o antigo primeiro-ministro Timorense Mari Alkatiri ordenou um esquadrão de ataque para matar rivais políticos, abrindo o caminho para o líder da Fretilin se candidatar às eleições presidenciais de Abril.

O Dr Alkatiri, forçado a resignar no ano passado sobre alegações depois de uma luta de poder com o Presidente Xanana Gusmão, disse ontem que lhe tinha sido dito pelo gabinete do procurador-geral que a investigação fora encerrada e que não seria tomada mais nenhuma acção por falta de evidência.
"As falsas alegações emitidas com extrema parcialidade política e a maior má vontade foi concluído não terem base depois de submetidas ao escrutínio judicial," disse o Dr Alkatiri em Dili.

O Dr Alkatiri, que há muito negou qualquer procedimento errado, disse que as alegações foram uma "campanha de difamação politicamente motivada instigada contra o meu bom nome e carácter em Timor-Leste, Austrália e noutros sítios ".

O Vice-procurador de Timor, Ivo Valente, disse que nada sabia dos alegados desenvolvimentos, mas realçou que o caso do Dr Alkatiri estava nas mãos do procurador-geral, que está a viajar na Austrália.

O Dr Alkatiri foi alegado, por um antigo ministro do seu gabinete, ter tido um papel no desassossego que matou pelo menos 37 pessoas e viu o destacamento de tropas lideradas pelos Australianos na pequena nação que ganhou a independência da Indonésia em 1999.

Como responsável da Fretilin, o maior partido politico de Timor-Leste, o Dr Alkatiri poderá concorrer nas eleições presidenciais convocadas para 9 de Abril.

Isso parece pôr de lado uma candidatura presidencial pelo laureado do Nobel da paz José Ramos Horta, que substituiu o Dr Alkatiri como primeiro-ministro em 26 de Junho passado.

O Primeiro-Ministro Timorense disse na passada Quarta-feira que só se candidataria à presidência se não houvesse outros candidatos.

O Sr Gusmão, que convocou as eleições no Sábado, foi eleito presidente em Abril de 2002 e tem dito repetidas vezes que não se candidatará outra vez.

Mas com o terreno limpo para o Dr Alkatiri tomar a presidência, nasce uma possibilidade política intrigante com rumores de que o Sr Gusmão se candidatará ao parlamento como membro do Partido Democrático da oposição.

O antigo líder do ramo militar da Fretilin durante a ocupação Indonésia em Timor-Leste é o maior herói nacional. A sua massiva popularidade pessoal podia ser suficiente para impulsionar o seu novo partido para a vitória nas eleições parlamentares que serão convocadas depois da eleição presidencial.

Isto podia dar num primeiro-ministro Gusmão a enfrentar um presidente Alkatiri, trocando os papéis do ano passado, quando a Austrália liderou uma força de 3200 tropas estrangeiras para Timor-Leste em Maio passado depois do país ter caído no caos depois do despedimento de 600 soldados amotinados.

Esporádica violência relacionada com gangs tem continuado na mais jovem nação da região da Ásia-Pacífico, que tem sido atingida pela pobreza e desemprego juvenil desde a independência em 2002.

A mudança do ambiente politico em Dili acontece quando o Ministro dos Estrangeiros Alexander Downer se mexeu para invocar uma raramente usada cláusula de dispensa de "interesse nacional " para apressar a ratificação do Tratado do Mar de Timor no parlamento Australiano mais de 12 meses depois da assinatura do acordo histórico.

Ao Comité Conjunto sobre Tratados foi dado um aviso de menos de 24 horas, ontem, para se reunirem com o Sr Downer hoje à noite para ouvirem porque é que ele quer que o comité assine de cruz o acordo.

Em Dili, a ratificação do Acordo sobre Certos Arranjos Marítimos no Mar de Timor (CMATS) tem sido atrasado por causa da luta civil em curso que derivou do desassossego político do ano passado.

Sob o CMATS, os rendimentos de Timor-Leste da parte das prospecções de petróleo e gás da Greater Sunrise que se situam perto da fronteira da chamada Joint Petroleum Development Area podem atingir os $19 biliões por causa de um novo acordo de divisão de 50-50 com a Austrália.

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O antigo primeiro-ministro de Timor-Leste diz que deixaram cair a investigação contra ele do esquadrão de ataque

The Associated Press

Publicado: Fevereiro 5, 2007

DILI, Timor-Leste: um antigo primeiro-ministro Timorense disse na Segunda-feira que os procuradores deixaram cair uma investigação sobre alegações que tinha ordenado a um esquadrão de ataque para matar opositores políticos no meio da violência que irrompeu pelo país no ano passado.

As alegações foram um factor maior na saída de Mari Alkatiri no ano passado e na sua substituição pelo laureado do Nobel José Ramos-Horta.

Se forem confirmadas que as acusações foram deixadas cair, Alkatiri — que permanece à frente do maior partido politico do país — poderá participar nas eleições presidenciais agendadas para mais tarde este ano.

O vice-procurador do país Ivo Valente disse que não soube do alegado desenvolvimento, mas realçou que o caso de Alkatiri estava nas mãos do procurador-geral, que estava a viajar na Austrália.

Alkatiri deu uma conferência de imprensa na capital Dili para anunciar que o gabinete do procurador o tinha informado que a investigação estava encerrada e que não se tomaria mais qualquer acção por falta de evidência.

"As alegações falsas feitas com extrema parcialidade política e a maior das más vontades conclui-se que foram sem base quando sujeitas ao escrutínio judicial," disse Alkatiri, que desde há muito negou qualquer procedimento errado.

Disse que as alegações foram uma "campanha de difamação politicamente motivada instigada contra o meu bom nome e o meu carácter em Timor-Leste, Austrália e noutros lugares."

Foi alegado por um antigo ministro de Alkatiri que este teve um papel no desassossego, que matou pelo menos 37 pessoas e levou ao destacamento de tropas internacionais na pequena nação que venceu a independência da Indonésia em 1999.

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TIMOR-LESTE: ANTIGO PM DIZ QUE FOI CONCLUÍDO QUE É INOCENTE


Dili, 5 Feb. (AKI) – O antigo primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, disse que foi inocentado de qualquer procedimento errado em relação ao seu alegado envolvimento na armação de uma milícia civil no pequeno país do Sudeste Asiático. Numa conferência de imprensa na capital Dili na Segunda-feira, o antigo primeiro-ministro disse que o procurador-geral lhe contou que não há nenhuma evidência a ligá-lo à milícia ou que mostre que ele tivera qualquer conhecimento sobre a organização de grupos armados.

Alkatiri disse que a notícia lhe tinha feito justiça. Acrescentou ainda que os que o difamaram, em Timor e fora. "A minha família, os meus apoiantes e eu próprio, nunca duvidámos que a verdade prevaleceria e que me seria feita justiça," disse Alkatiri.

"Isto abre agora o caminho para procurar reparação legal para a injustiça que me foi feita a mim e à minha família pela campanha de difamação politicamente motivada contra o meu bom nome e carácter em Timor-Leste, Austrália e noutros sítios," acrescentou.

A afirmação de Alkatiri foi feita antes de qualquer declaração oficial pelas autoridades Timorenses.

Contactado pela Adnkronos International (AKI), o vice-procurador-geral, Ivo Valente disse que era demasiado cedo para Alkatiri fazer tal declaração. "Talvez que o procurador-geral chefe, Longuinhos Monteiro, tenha mais conhecimentos sobre o caso de Alkatiri. Eu não posso comentá-lo," disse à AKI.

Longuinhos Monteiro está correntemente na Austrália.

Alkatiri é ainda o secretário-geral da Fretilin, o maior partido político de Timor-Leste. Saíu do cargo de primeiro-ministro em Junho do ano passado depois de tropas internacionais terem sido destacadas para Timor-Leste para acalmar distúrbios que ocorreram nas ruas de Dili durante quase dois meses. Foi substituído por José Ramos Horta.

Alkatiri foi acusado de ter organizado o abastecimento de armas para um esquadrão de ataque que alegadamente tinha sido montado para eliminar os seus opositores políticos.

Tem negado a acusação mas um inquérito da ONU à violência de Abril e Maio de 2006 recomendou uma investigação para ver se "ele tem qualquer responsabilidade criminal em relação a ofensas de armas."

Um dos mais próximos aliados de Alkatiri, o antigo ministro do interior, Rogério Lobato, está correntemente a ser julgado com acusações de armas e outras relacionadas com o alegado esquadrão de ataque.

Confrontros étnicos que rebentaram em Timor-Leste em Abril e Maio do ano passaram levaram à morte de pelo menos 37 pessoas e forçaram cerca de 155,000 pessoas – ou 15 por cento da população – a fugir das suas casas. Alkatiri foi forçado a resignar em Junho passado no meio de alegações que estava envolvido na armação de uma milícia civil para eliminar os seus rivais políticos.

(Fsc/Ner/Aki)

NOTA: O Procurador-Geral Adjunto acha que é cedo alguém fazer declarações sobre uma notificação oficial da PGR que informa que o processo foi arquivado? Está doido ou é o palhaço de serviço...
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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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