sexta-feira, dezembro 15, 2006

TIMOR-LESTE: O GOVERNO DEVE FAZER MAIS PELOS DESLOCADOS, URGE O PRESIDENTE DO PARLAMENTO

Baucau, 14 Dezembro (AKI) – Um dia antes da data limite marcada pelo primeiro-ministro de Timor-Leste José Ramos Horta para os deslocados do país regressarem a casa ou enfrentarem o fim da ajuda estatal, o Presidente do Parlamento Nacional Francisco "Lu-Olo" Guterres, em aparente contraste com o primeiro-ministro, na Quinta-feira pediu ao governo para fazer mais pelos deslocados, que têm estado a viver em condições horríveis desde que a nação-ilha foi sacudida pela violência em Maio último.

"Representamos o povo. Estamos preocupados com a vida diária dos deslocados. O que lhes acontecerá depois do governo parar com a ajuda?" perguntou Guterres falando em Baucau, onde estava a liderar uma delegação do parlamento que inspeccionava vários campos de deslocados.

Horta tem repetidamente pedido aos deslocados para regressarem às suas casas, garantindo-lhes que a situação de segurança melhorou. O líder do país deixou também claro que o governo deixará de dar apoio aos deslocados a partir de 15 de Dezembro. Tem também sido relatado que Horta “ameaçou” os deslocados que não lhes serão dados materiais de construção civil ou adiantamentos em dinheiro para reconstruírem as suas casas, se continuarem ainda a recusar sair.

"A maioria dos deslocados sofreu bastante depois das suas casas terem sido destruídas ou queimadas durante a crise. Por isso, urjo ao governo para criar melhores condições para eles quando eles tiverem de sair das campos,” acrescentou Guterres.

A luta dos deslocados piorou ultimamente com o mau tempo. Em Baucau, a chuva forte destruíu 27 tendas dadas pela ONU aos deslocados, conforme foi confirmado ao Adnkronos International (AKI) por João Metan da Costa, coordenador dos campos de deslocados do distrito.

"As tendas foram destruídas em dois dias de chuva forte," disse Costa ao AKI. “Pedimos ao governo para nos providenciar melhores condições de vida,” acrescentou.

Nos últimos dias, o governo confirmou a sua intenção de mudar os deslocados para melhores acomodações, apesar de ainda temporárias. Horta sublinhou que o governo re-colocará “as crianças, mulheres e os idosos mesmo se os homens não se quiserem mudar, porque, de acordo com a lei internacional, têm o direito de viver uma vida decente.”

Oscar Lima, um homem de negócios responsável pela construção de alguns abrigos temporários disse ao AKI que um bom número será entregue ao Ministro das Obras Públicas dentro de duas semanas.

"O problema que enfrentámos foi de estar à espera do material de construção que não havia nos locais e que tivemos de importar,” disse Lima.

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2 comentários:

Anónimo disse...

SR.PM está mitu preocupado co refugiados...mas QUANDO É QUE ALFREDO VIA ENTREGAR AS SUAS ARMAS ILEGAL AINDA ESTÃO NA MÃO DELEL ?? O PROBLEMA ESTÁ AQUI...PORQUE POVO TEM MEDO....!!E AGORA GUVERNO ESTÁ A DEIXAR COM ESSE BANDIDO ANDA A ARMA SEMPRE NA MÃO COMO SE FOSSE UM DINOSOUROS QUE TODO MUNDO TEM MEDO DELE..!!SE EESE PROBL. FOSSEM RESOLVIDO SERIA + FASIL PARA REFUGIADOS A REGREXAREM PARA CASA..!!!

Anónimo disse...

É isso mesmo. Como é que as pessoas podem ter paz e sossego com esses bandidos à solta com todas essas armas? Não vêem que esta é precisamente a primeira medida a concretizar para que a população tenha confiança em regressar às suas casas? Não vêem que as pessoas deslocadas estão - e muito bem! - a jogar pelo seguro e a protegerem-se desses bandidos? Se a polícia e as tropas Australianas têm medo de os caçar, como é que querem que a população se sinta confiante?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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