sábado, novembro 18, 2006

Timorenses devem reafirmar-se como um só povo e uma só nação - PR

Díli, 17 Nov (Lusa) - O presidente timorense, Xanana Gusmão, afirmou ho je, em mensagem ao país, ser chegada a hora de Timor-Leste "se reafirmar enquant o um só Povo e uma só Nação".

"Nós ainda podemos mostrar ao mundo que todos nós conseguimos recuperar a nossa dignidade de um povo destemido, a dignidade de um povo que na verdade ama a paz", disse.

Na sua mensagem, feita também em nome do presidente do Parlamento Nacio nal, do primeiro-ministro e do presidente do Tribunal de Recurso, Xanana Gusmão voltou a referir que a culpa da crise desencadeada em Abril passado cabe aos qua tro órgãos de soberania.

Os comandantes das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional estiveram também presentes no acto de leitura da mensagem ao país.

"Fizemos com que durante seis meses as consequências dos nossos erros s e reflectissem em todos vós, provocando sofrimento, medo e lágrimas", admitiu o presidente timorense.

"Nós não podemos resolver tudo de uma só vez. Mas os órgãos de soberani a, juntamente com as F-FDTL e PNTL, humildemente dirigimo-nos a vocês, pedindo p ara que abandonem este sentimento de revolta", acrescentou.

Considerando que os erros cometidos envolveram também as forças de segu rança, que se digladiaram na sequência da crise, Xanana Gusmão sublinhou o compr omisso público de reconciliação protagonizado na passada quarta-feira por milita res e polícias timorenses.

Xanana Gusmão referiu que os quatro órgãos de soberania pretendem ver e sse exemplo de reconciliação seguido pelos cerca de 25 mil timorenses que ainda vivem em campos de acolhimento espalhados por Díli, anunciando que militares e p olícias vão participar no esforço de realojamento dos deslocados.

"Todos nós devemos estar unidos neste processo, para evitar problemas m aiores causados pela época das chuvas", acentuou.

Para garantir a confiança mútua e reconciliação comunitária, Xanana des tacou na mensagem que os deputados e funcionários públicos que vivem actualmente nos campos deverão dar o exemplo aos demais deslocados.

"Nós, os órgãos de soberania, lançamos um apelo especial aos membros do Parlamento Nacional e aos funcionários públicos, em cada campo onde se encontra m, para serem eles os primeiros a saírem de lá, dando o exemplo. Se forem os pri meiros a fazê-lo, o resto da população irá seguir o exemplo", disse.

No caso dos que ficaram sem casas, ou com as habitações destruídas, pel a violência ocorrida nos últimos meses, Xanana Gusmão garantiu que os militares e os polícias "que serão destacados para cada bairro hão-de serrar a madeira, co locar os zincos nas casas para, antes de mais nada, as casas terem telhados, ter em protecção contra o sol e as chuvas".

"Hão-de trabalhar juntos para ver os problemas de portas e janelas, par a que cada família possa estar já numa casa", assegurou.

A continuação desse tipo de apoios e a inventariação dos problemas que serão porventura sentidos no regresso às áreas de residência "serão discutidas n o próprio local, nos bairros, não nos campos de acolhimento da população desloca da", frisou.

A mensagem dos quatro órgãos de soberania segue-se a uma parada realiza da quinta-feira, em Díli, em que participaram cerca de 600 efectivos das F-FDTL e da PNTL, que marcou a reconciliação pública entre as duas forças.

Este processo de superação das desconfianças mútuas prosseguiu quinta-f eira e hoje com encontros entre os comandos das duas forças com os partidos polí ticos, organizações não-governamentais timorenses e grupos de jovens.

EL-Lusa/Fim

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2 comentários:

Anónimo disse...

Agora quem foi obrigado a fugir para salvar a vida – e sabe-se que os mais expostos porque são os mais conhecidos são precisamente os deputados da Fretilin e os funcionários públicos - é que têm de se expor novamente para dar o exemplo?

E agora em vez de pôr os polícias a procurar os bandoleiros em fuga e os militares a garantir a defesa da sua nação, vai pô-los a dar serventia a pedreiros e carpinteiros? E talvez a pôr o Brigadeiro-General das F-FDTL como capataz das obras? Enquanto obviamente, as tropas Australianas calmamente vão ocupando a zona do Aeroporto e prosseguem as suas obras faraónicas?

Anónimo disse...

Que o Presidente da República traz o foragido de Alfredo Reinado e os "trouble-makes"da cidade para reconstruirem as casas que eles próprios ajudaram a destruir!

Que melhor para parar a violência e destruição dos "trouble-makes" do que pô-los a construir algo e eles poderem ver que afinal tiveram que suar para poderem ver uma obra sua?

O PR dar-lhes-á uma ajuda preciosa no seu crescimento pessoal!

Petra

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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