sábado, outubro 14, 2006

1ºs Jogos da Lusofonia

In Blog Heterodoxia Humanista Universal.

Nunca antes a língua portuguesa foi pretexto para unir povos de tão diversas culturas de 4 Continentes numa festa verdadeiramente popular. As línguas não são mais instrumentos de soberania ou dominação. São cada vez mais veículos de aproximação entre os povos, de intercâmbio cultural e agora também desportivo. É um feito assinalável que precisamente no momento da história da humanidade em que se afirma uma língua universal de forma dominante, haja espaço para que a língua portuguesa dê um passo decisivo para a sua sustentabilidade num mundo cada vez mais globalizado. As Assembleias-Gerais da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa foram em todas as suas dimensões momentos históricos com efeitos ainda por desvendar para as futuras gerações. Macau é um exemplo magnífico de paz e encontro de culturas. A tolerância entre culturas, a convivência sã entre interpretes de diferentes tradições civilizacionais é um contributo inegável para um Mundo melhor. Um ano depois do Centro Histórico de Macau ser declarado Património Mundial da Humanidade, poucos dias depois da 2ª Conferência Inter-Ministerial do Fórum de Cooperação entre a China e os Países de Língua Oficial Portuguesa e durante mais uma já tradicional Festa da Lusofonia, a Cerimónia de Abertura dos Jogos foi o culminar do esforço de milhares de residentes de Macau em afirmar esta Região Administrativa Especial da República Popular da China como uma verdadeira plataforma da lusofonia sem complexos e com grande vontade de vencer num mundo cada vez mais pequeno.

A paz resulta da compreensão entre os povos. A língua é indispensável para essa compreensão. Não são meras palavras – são actos que consolidam esta proximidade entre os povos dos países cá presentes com uma História complexa no passado mas que ganharam o direito à dignidade pela forma como privilegiaram o futuro face ao passado.

Os 1ºs Jogos da Lusofonia são o maior evento alguma vez realizado que reúne representantes de 11 países e regiões que falam a língua portuguesa. Nunca tantos meios e recursos humanos foram dedicados a um evento cujo pretexto fosse a língua portuguesa.

É um verdadeiro desafio a outros sectores da sociedade a empreenderem esforços no mesmo sentido para que a nossa língua seja uma vantagem de que todos possam beneficiar num mundo cada vez mais económico e competitivo.

O ritmo brasileiro, o calor humano dos países africanos de expressão portuguesa, a responsabilidade histórica de Portugal, a fraternidade de Timor, a grande dignidade da Índia e a hospitalidade de Macau sao ingredientes para uma semana de sucesso e alegria.

A Lusofonia é de todos os povos que falam português, com as suas particularidades, com os seus condimentos, com os seus desvios e inovações. Está para além de um mero dicionário. É uma forma de enfrentar a vida em que todos aprenderam com todos. Eu sou Brasileiro. Eu sou Guineense. Eu sou Sãotomense. Eu sou Angolano. Eu sou Moçambicano. Eu sou Timorense. Eu sou Goense. Eu sou Macaense. Eu sou dos povos da Guiné Equatorial, do Sri Lanka, da Malásia e de tantos outros lugares onde a língua portuguesa ainda está presente de alguma forma.

Mas sou sobretudo Português. Saibam que o Português é de facto um pouco de todos estes povos irmãos. Só em Portugal falha esta percepção por um incompreensível etnocentrismo perfeitamente anacrónico com a nossa História de Universalidade.

Até Lisboa2009.

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Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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