06-09-2007 19:43:26
Lisboa, 06 Set (Lusa) - Apesar da segurança no Timor Leste ter melhorado, a situação é ainda "instável" e "sujeita a picos de violência", indica um relatório do representante especial da ONU em Díli, que será apresentado na segunda-feira no Conselho de Segurança da entidade.
No documento, o representante especial do secretário geral da ONU, Atul Khare, sublinha que, apesar dos progressos, os incidentes posteriores ao anúncio do novo governo, em 6 de agosto, demonstraram que as divisões políticas "ainda não foram ultrapassadas".
O texto afirma que a reconciliação nacional passa pelo entendimento entre os diferentes líderes políticos que já se comprometeram em unir esforços e vontades para que haja um diálogo sério sobre a segurança na região.
Além de citar o "êxito" das eleições gerais timorenses, presidenciais e legislativas, o relatório adianta que agora é "essencial" existir vontade política para a reconciliação nacional.
"O processo que levou à formação de um novo governo e os distúrbios que se seguiram demonstram que nem todas as divisões estão ainda resolvidas", afirma Khare.
O documento que será lido pelo secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, no Conselho de Segurança também afirma que os progressos "consideráveis" já registrados vão reforçar as bases democráticas do país e permitir um futuro "mais pacífico" para os timorenses.
Mudanças
Ainda segundo o texto, "será essencial continuar os esforços para fortalecer uma cultura verdadeiramente inclusiva, baseada na administração de lei e do respeito pelos direitos humanos, a fim de criar um país estável e próspero".
O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon disse que o objetivo não pode ser dissociado de uma boa aplicação da Justiça, lembrando que é "crucial evitar que se estabeleça uma cultura de impunidade no país".
Nesse sentido, são necessárias medidas adicionais no Timor Leste. Entre elas, está a aprovação de uma lei de proteção a testemunhas e a contratação de pessoal com devida formação para o Ministério Público.
"A fraqueza do setor judicial mina a confiança da população nos outros órgãos do poder judicial, incluindo a própria polícia. A recente cerimônia de juramento de 27 novos juízes e advogados é um passo positivo para ajudar a melhorar a capacidade de administração da Justiça", argumenta Ban Ki-moon.
A formação de um corpo nacional de polícia e o plano de reforma, reestruturação e reconstrução das forças de segurança permitirão, na opinião de Atul Khare, "reconstituir o serviço policial".
"Esta instituição continua frágil e suscetível de politização, o que pode prejudicar o desenvolvimento institucional", disse. Khare defendeu que todas as partes envolvidas no processo devem continuar a trabalhar em conjunto com a Missão Integrada das Nações Unidas em Timor Leste (Unmit).
"Todos devem trabalhar para assegurar, a longo prazo, a integridade da força de polícia nacional e transformá-la num serviço neutro, para promover o bem-estar de todos os timorenses", sublinhou o secretário geral da ONU.
As Forças Armadas, acrescenta Khare, têm pela frente os mesmos desafios, principalmente nos termos institucionais, nas capacidades operacionais e na coordenação interinstitucional, para que o novo executivo possa aprofundar os planos para uma reforma no setor. Por outro lado, adverte, "persistem os desafios humanitários ligados à prolongada crise interna".
quinta-feira, setembro 06, 2007
Segurança no Timor Leste segue instável, diz relatório
Por Malai Azul 2 à(s) 19:03
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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