sexta-feira, maio 04, 2007

UNMIT – MONITORIZAÇÃO DOS MEDIA – Quinta-feira, 3 Maio 2007

(Tradução da Margarida)
Relatos dos Media Nacionais

Lu-Olo: “A Fretilin tem apenas um candidato”

Numa conferência de imprensa na Quarta-feira (02/05) no Comité Central da Fretilin (CCF) em Comoro Dili, o candidato presidencial Francisco Guterres Lu-Olo afirmou que há apenas um candidato presidencial da Fretilin.

Lu-Olo questionou porque é que Ramos Horta usou a Fretilin na sua campanha presidencial.

Explicou que Horta deixou a Fretilin em 1984, por isso não deve falar (como se fosse) membro ou candidato da Fretilin. (DN e TP)

Horta discute questões de segurança com os partidos políticos

O candidato presidencial e Primeiro-Ministro José Manuel Ramos Horta teve um encontro na Quarta-feira (02/05) na sua residência com os partidos políticos que o apoiam para discutir questões de segurança durante a segunda volta das eleições presidenciais.

“É importante (estar) preparado para incidentes de intimidação especialmente em áreas como Viqueque, Baucau e Los Palos – não apenas durante a Segunda volta das presidenciais como também durante as eleições parlamentares,” disse Horta.

No encontro estiveram presentes PSD, PD, ASDT, PMD, UNDERTIM, PST, e os ‘Reformistas’ da Fretilin incluindo o representante dos jovens do distrito de Viqueque. (DN)

Ramos Horta: Forças Australianas encontraram armas e dinheiros em carros da Fretilin

Em resposta à acusação pelo candidato presidencial José Ramos Horta que forças Australianas tinham encontrado armas e dinheiro em carros da Fretilin durante a campanha de Lu-Olo, o coordenador da campanha da Fretilin no distrito de Ermera, Domingos Sarmento, disse que levará as forças Australianas a tribunal se não encontrarem nenhuma evidência do caso. (TP e STL)

Relatório da ONU sobre a primeira volta das eleições: Horta acusa o STAE de manipulação

O candidato presidencial José Ramos Horta disse que o relatório da ONU sobre a primeira volta das eleições afirmou que houve muitos incidentes de manipulação pelo STAE, pelo governo e pela Fretilin. (TP)

IRI dá treino a quase 700 membros dos partidos políticos

Uma declaracção para a imprensa da USAID na Quarta-feira (02/05) afirmava que o USAID por intermédio do IRI continuará a apoiar Timor-Leste no processo eleitoral. Correntemente, dá treino a quase 700 membros dos partidos políticos; 50 participantes são mulheres.

O treino foca o desenvolvimento de mensagens, estratégias de campanha e comunicações internas.

“O treino ensina ideias novas em como abordar os apoiantes numa campanha,” disse um participante. (TP)

Líderes da Fretilin preocupados com a presença da ISF

Depois de ter participado na inauguração de uma livraria no Sábado passado (28/4) na aldeia Bercoli, o líder da Fretilin, José Maria dos Reis, disse que estava preocupado com a presença da ISF (Força Internacional de Estabilização) pelo país, particularmente na região I (Los Palos, Baucau, e Viqueque).

Disse que a ISF na região leste não está a coordenar com as autoridades locais. (TP)

CVA: muito dinheiro, nenhum resultado

De acordo com um relatório da Associação de Direitos Humanos e Justiça, o trabalho da Comissão da Verdade e Amizade (CVA) entre Timor-Leste e a Indonésia gastou muito dinheiro mas não alcançou nenhum resultado maior.

A CVA, que foi montada para estabelecer a verdade que rodeou o referendo, começará hoje uma terceira volta de interrogatórios. (TP)

Resignação: Ramos Horta espera uma carta oficial do CCF

O Primeiro-Minstro José Ramos Horta disse que está preparado para resignar quando receber uma carta oficial do Comité Central da Fretilin (CCF).

Horta disse que antes de tomar quaisquer decisões, o CCF deve consultar o presidente da República, Xanana Gusmão. (STL)

CNE não é imparcial

O Vice-Secretário-Geral da Fretilin, José Manuel Fernandes, observou que a CNE não foi imparcial durante a primeira volta das eleições presidenciais por ter apenas feito queixas publicamente contra a Fretilin. (STL)

Alguns candidates compram votos

O porta-voz da CNE padre Fr. Martinho Gusmão e Maria Angelina Lopes Sarmento disseram aos jornalistas numa conferência de imprensa na Quarta-feira (02/05) que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) recebeu queixas de vários distritos, nomeadamente em Dili, Ermera, Viqueque, Suai e Manatuto, que alguns candidatos começaram a distribuir arroz e a darem dinheiro para ganharem votos para a segunda volta das presidenciais. (STL)

HNGV vai entrar em greve se o governo não mudar os deslocados

O Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) ameaçou entrar em greve depois de ameaças contra médicos e enfermeiros por grupos não identificados.

Algumas janelas do hospital foram destruídas e alguns deslocados ficaram feridos.

“É melhor para nós morrermos numa greve do que sermos vítimas das acções deles. Anunciaremos isto publicamente e confirmaremos que não haverá tratamentos nesse período,” disse um médico. (STL)

Ramos Horta questiona o dinheiro encontrado com os seguidores de Lu-Olo

O candidato presidencial José Manuel Ramos Horta questionou se o dinheiro (US$5.000) e as armas encontradas pela ISF nos seguidores de Lu-Olo pertenciam ao governo ou à Fretilin.

O Ministro da Justiça Domingos Sarmento disse que o dinheiro pertencia ao governo para financiar vários projectos em Ermera, enquanto que António Lima da Fretilin afirmou que o dinheiro lhe pertence. (STL)

STAE viola a lei eleitoral

O presidente da comissão conjunta de monitorização das eleições gerais (KOMEG) padre Agostinho de Jesus Soares disse que a atitude do Director do STAE Director, que não permitiu a entrada dos comissários da CNE, ia contra a lei eleitoral No. 5/2006.

O padre Agostinho de Jesus Soares disse na Quarta-feira (02/05) que a CNE tem autoridade para controlar o processo eleitoral.


Relatos dos Media Internacionais

A ONU avalia a segurança das eleições em Timor-Leste
Quarta-feira, 02 Maio 2007 12:32:02

O Representante Especial da ONU começou uma volta por Timor-Leste para avaliar a segurança antes da segunda volta para as presidenciais na próxima semana.

Atul Khare encontrar-se-á com funcionários locais em áreas onde foram relatados desassossego e intimidação de eleitores durante a votação no mês passado, disse a missão numa declaração, conforme relatou a AFP na Terça-feira.

Está agendada para a próxima Quarta-feira uma segunda volta entre o laureado do Nobel José Ramos-Horta e o Presidente do Parlamento Francisco Guterres depois de nenhum ter ganho a maioria absoluta dos votos nas eleições de 9 de Abril.

"Em particular, o Representante Especial do Secretário-Geral visitará distritos que relataram incidentes de violência ou de intimidação, bem como daqueles que tiveram menor participação de eleitores na primeira volta," lê-se numa declaração da ONU.

A eleição, a primeira nesta nação inquieta desde que ganhou a independência em 2002, foi louvada como tendo sido pacífica com grande participação de eleitores excepto em áreas onde houve relatos isolados de intimidação.

Tropas estrangeiras lideradas pelos Australianos têm estado nas estradas durante quase um ano depois do desassossego entre facções dos militares e das polícias que acabaram em violência de gangs que mataram 37 pessoas e forçaram 150,000 ta fugirem das suas casas. AS/NDJ/BGH

Ramos-Horta: Tropas encontram pislola, dinheiro em carros da Fretilin em Timor-Leste
Maio 3, 2007: Última actualização 07:35 pm (hora local Tailandesa)

Fonte: The Nation

Dili – Tropas estrangeiras que fazem segurança em Timor-Leste encontraram uma pistola, outras armas e dinheiro numa caravana de carros que transportava membros da Fretilin na Quarta-feira, denuncia o candidato presidencial José Ramos-Horta.

Ramos-Horta fez o comentário quando se intensifica a campanha entre o laureado do Nobel e o seu opositor, o candidato da Fretilin Francisco Guterres, antes da votação da segunda volta na próxima semana, para presidente do país inquieto.

Ramos-Horta, correntemente o primeiro-ministro, disse que tinha sido informada da descoberta pelo Brigadeiro Mal Rerden, o responsável da força estrangeira liderada pelos Australianos que tem estado a restaurar a segurança em Timor-Leste quase há um ano.

Disse aos repórteres que o Ministro da Justiça Domingos Sarmento estava num dos carros, que se dirigiam para um comício da campanha da Fretilin.

"A ISF (Força Internacional de Estabilidade) estava a fazer o seu trabalho, gerindo um checkpoint antes de um comício da Fretilin, e num dos carros foi encontrado uma arma automática," disse Ramos-Horta.

Num outro carro foi encontrado 5,000 dólares em dinheiro, disse ele, acrescentando que foram também encontradas setas e projécteis Disse que Sarmento disse às tropas que o dinheiro era para ser usado em projectos ministeriais.

Nem Sarmento nem o Brigadeiro Rerden puderam ser de momento contactados para comentários sobre a denúncia.

Nem Ramos-Horta ou Guterres ganharam uma maioria absoluta nas eleições de 9 de Abril para presidente, levando à segunda volta na próxima Quarta-feira.

A eleição é a primeira desde que o empobrecido Timor-Leste ganhou a independência em 2002, após uma divisão sangrenta das forças ocupantes Indonésias.

Vários milhares de tropas têm estado a patrulhar as ruas desde que o desassossego das ruas do ano passado caiu em violência de gangs que deixaram mortas 37 pessoas e forçou mais 150,000 a fugirem das suas casas.

Ramos-Horta disse que procurará clarificar o incidente, na sua capacidade de primeiro-ministro, quando acabar a campanha oficial em 7 de Maio. AFP


Antigo chefe das forças armadas de Jacarta vai testemunhar sobre Timor

Publicado: Quarta-feira, 2 Maio, 2007, 08:37 AM hora de Doha

JAKARTA: O antigo chefe das forças militares da Indonésia, acusado por críticos de falhanço em acalmar a onda de violência em Timor-Leste depois de ter votado separar-se de Jacarta em 1999, está agendado testemunhar no Sábado numa comissão de verdade que investiga a desordem.

O General Wiranto era o comandante das forças armadas quando milícias pró-Jacarta entraram numa fúria violenta antes e depois dos Timorenses terem votado pela independência em Agosto de 1999.

A Comissão da Verdade e da Amizade montada pela Indonésia e Timor-Leste para estabelecer a verdade do que aconteceu por altura do referendo vai começar a terceira volta de interrogatórios hoje.

O co-Presidente da Comissão Benjamin Mangkoedilaga disse que Wiranto terá a oportunidade para contar a sua versão da história no Sábado.

“Esta é uma boa oportunidade para ele. Tenho a certeza que não a vai desperdiçar,” disse Mangkoedilaga numa conferência de imprensa.

Os grupos de direitos humanos dizem que Wiranto foi pelo menos moralmente responsável pela violência e deve enfrentar a justiça.

Wiranto negou isto, dizendo que fez o seu melhor para parar a violência.

A comissão não tem poder para punir esses responsáveis ou para recomendar a prossecução.

Wiranto concorreu sem sucesso às eleições presidenciais de 2004 na Indonésia e espera-se que concorra outra vez em 2009. Fundou um partido novo chamado Hanura.

A ONU estima que morreram cerca de 1,000 Timorenses durante a desordem pós-eleitoral, de que foram largamente acusadas milícias pró-Jacarta apoiadas por elementos das forças armadas Indonésias. A Indonésia invadiu Timor-Leste em 1975 no final da governação colonial Portuguesa e mais tarde nesse ano anexou o território, mantendo uma pesada e às vezes dura presença militar dado que combateu rebeldes durante mais de duas décadas.

Os Timorenses votaram em massa separarem-se da governação Indonésia mas alguns votantes pró-Jacarta e oficiais argumentaram que o referendo fora falsificado pela ONU, apesar de observadores independentes terem concluído que a votação foi largamente correcta.

O líder de milícia Eurico Guterres, a única pessoa presa na Indonésia pela violência, está a cumprir uma sentença de 10 anos numa prisão de Jacarta.–Reuters

Polícia sem poderes para parar a violência em Timor-Leste

De correspondentes em Jacarta

Maio 03, 2007 04:16am
Artigo de: Agence France-Presse

Um antigo chefe de polícia em Timor-Leste chorou quando contou numa comissão hoje que não tinha poderes para prevenir a violência mortal de escalar no país durante a votação em 1999 para a independência.

Hulman Gultom disse que a pobremente equipada polícia militar recusou tentar parar os confrontos mortais entre grupos que apoiavam a Indonésia, que tinha ocupado Timor-Leste, e facções pró-independência.

"Disseram que estavam apenas equipados para controlarem perturbações de ordem pública, enquanto as massas tinham catanas e setas," disse na comissão Indonésia-Timor-Leste que está a analisar o desassossego desse tempo inquieto.

Soçobrando em lágrimas, o Sr Gultom disse que ele e alguns dos oficiais voluntários, que também não tinham as armas adequadas, tinham decidido mesmo assim saírem para as ruas e tentar acabar com as agressões brutais e as desordens que estavam a ocorrer.

"Foi apenas o meu medo de Deus que me levou a fazer isso, eram todos família, fossem pró-integração ou pró-independência," disse o Sr Gultom, que foi chefe da polícia na capital de Timor-Leste, Dili.

"Não quero lembrar o que aconteceu, se formos sérios acerca da amizade devemos esquecer este período negro nas nossas vidas e avançar," disse a soluçar.

A comissão de 10 membros, montada em 2005, tem estado em cidades na Indonésia e Timor-Leste desde Fevereiro a ouvir testemunhas da violência.

Modelada com linhas similares à da Comissão da Verdade e Reconciliação da África do Sul pós -apartheid, visa a reconciliação mais do que a recriminação.

Gangs de milícias, que a ONU disse terem sido recrutados e dirigidos por militares da Indonésia, prosseguiram com ataques incendiários e numa fúria de assassinatos antes e depois dos Timorenses terem votado pela independência na votação apadrinhada pela ONU em 1999.

Mataram cerca de 1400 pessoas e destruíram a maioria das infra-estruturas na meia ilha, que foi uma colónia Portuguesa antes da invasão pela Indonésia em 1975.

Dezoito pessoas estão agendadas para testemunhar esta semana na comissão em Jacarta, incluindo o antigo chefe das forças militares General Wiranto e o Inspector provincial da polícia Timorense General Timbul Silaen.

Um tribunal de direitos humanos na Indonésia montado para julgar oficiais e funcionários pelas atrocidades em Timor-Leste foi extensamente condenado como uma falsidade por não ter posto na prisão nenhum Indonésio.

The Advertise/Sunday Mail

2 comentários:

Anónimo disse...

"O treino (pelo IRI) foca o desenvolvimento de mensagens, estratégias de campanha e comunicações internas". Alguém tem dúvidas que o aparecimento desse suposto "escândalo" da decoberta pela ISF de dinheiro e armas (afinal era uma pistola)faz parte do trabalho de campo do IRI? Não foi o Horta que cortou a fita da inauguração do Gusmão Reading Room, o local onde o próprio, sendo PR, recebeu os abaixo-assinados para ser o presidente do CNRT.

Mas num país com um milhão de habitantes, ter o IRI "formado" 700 políticos é absolutamente extraordinário! É um tipo de investimente que nem na Jugoslávia, ou na Ucrânia se viu! Só isto dá a dimensão de quanto vale o petróleo e o gás de Timor-Leste e de como para eles é fundamental que o Lu-Olo não ganhe.

É pena os jornalis Timorenses não informarem quem são esses políticos de aviário que o IRI formou. Ou será que é ainda o IRI quem financia esses jornais?

Anónimo disse...

O golpe militar encabecsdo por XANANA e o DOUTOR RAMOS HORTA falhou a meio do caminho.
Agora os dois usam o golpe politico intimidador apoiado pelas pelas algumas forcas das sociedades civis militares e religiosas que tambem ambicionam pelos seus interesses que estes se forem eleitos ao presidente e ao primeiro ministro que lhe dessem qualquer fatia financeira e economica para aliviar alguns dos seus dos seus gastos nos problemas diarios.
Ramos Horta andas vestido com a camisola imagem de JESUS CRISTO para enganar qualqur ser humano mas com ELE nao podes O enganar.
Enganasnte a ti proprio.........

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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